A resposta da CBA

SÃO PAULO | Eis o e-mail na íntegra de Wagner Gonzalez, assessor da CBA, sobre o Campeonato Brasileiro de Kart em Goiânia, que chegou às 17h31. Trata-se de uma resposta à mensagem que mandei na manhã sobre o ocorrido. Fiz cinco perguntas, que estão em negrito.

1) É verdade que seis policiais, portando fuzis, estiveram no kartódromo de Goiânia no sábado à tarde por conta de uma briga entre pais de pilotos?
Não é verdade que seis policiais portando fuzis estiveram no kartódromo. Policiais estiveram efetivamente no kartódromo na tarde de sábado e foram atendidos pelo presidente da Federação Goiana de Automobilismo, após o que se retiraram do local.
 
2) É verdade que os policiais ameaçaram retirar do jornalista e colega Nei Tessari a câmera que portava por conta das fotos que tirou sobre o ocorrido? Se sim, qual foi sua atitude, na posição de assessor de imprensa da CBA?
Não tenho conhecimento que os policiais ameaçaram retirar a câmera do jornalista Nei Tessari, que continuou de posse desse objeto. Avisado do que ocorria me dirigi ao local e encontrei o presidente da Federação Goiana de Automobilismo, Ney Lins, no controle da situação lastimável.
 
3)  É verdade que Nei Tessari foi quase levado para delegacia pelos policiais mencionados sob ameaça de um eventual desacato à autoridade por causa do episódio? Se sim, qual foi sua atitude?
Não tenho conhecimento de que Nei Tessari “quase foi levado para a delegacia”.
 
4) É verdade que você pediu a um fotógrafo que tirou fotos do episódio que o mesmo não fosse divulgado em sites ou demais meios de comunicação para proteção da imagem do esporte? Se sim, pergunto se este tipo de atitude, de solicitação de não publicação de notícias que porventura critiquem a organização e afins, será comum na nova gestão da presidência da CBA.
Em função das circunstâncias que envolveram o acidente conversei com um fotógrafo que alegou ter registrado a cena e lhe expus meu ponto de vista sobre a divulgação dessas imagens. Deixei claro ao fotógrafo em questão que, por questões óbvias, a decisão cabia e cabe exclusivamente a ele. O lamentável acidente não teve nenhuma relação com a organização e afins. A nova gestão da presidência não pediu e nem pedirá para divulgar este ou aquele fato ou foto e preza pela prática do bom jornalismo.
 
5) Por fim, qual sua avaliação da primeira prova do Campeonato Brasileiro de Kart sob a nova gestão da CBA?
A primeira etapa do Campeonato Brasileiro de Kart foi marcada por pontos positivos e negativos. No primeiro caso cito a economia gerada pela regulamentação referente à limitação do uso de pneus: em comparação com a mesma etapa de 2008 houve um consumo inferior de aproximadamente 50% de pneus para piso seco, o cancelamento da obrigatoriedade da compra de pneus de chuva e premiação extra de uma viagem com despesas pagas ao Grande Prêmio do Brasil de F1 e o sorteio de um motor. Sob o aspecto legal destaque-se que o Tribunal de Apelações em operação no local do evento atendeu a um único processo, contra seis da etapa de 2008. No segundo caso pagou-se o preço da mudança de administração da Confederação Brasileira de Automobilismo e da Comissão Nacional de Kart (CNK). Tanto o presidente do CNK, Rubens Gatti, quanto o presidente da Federação Goiana de Automobilismo, Ney Lins, estiveram à disposição da imprensa para comentar sobre os problemas e as mudanças de regulamento que marcaram o evento. Todos os que participaram desta etapa do Campeonato Brasileiro de Kart deixaram de notar o clima de animosidade demonstrado por atos como a tentativa de sabotagem perpetrada na madrugada de terça para quarta-feira – quando um indivíduo jogou componentes que danificaram parcialmente o asfalto -, e as desavenças particulares entre pais de pilotos, episódio que o site allkart.net descreveu no artigo que pode ser lido através do link http://www.allkart.net/news/noticias.php3?action=Show&id=9966. Posso afirmar que com todos os construtores, pais de pilotos, pilotos, chefes de equipe e jornalistas presentes com os quais conversei mostraram-se conscientes de que é preciso trabalhar com um objetivo comum com vistas ao fortalecimento da modalidade e não promover episódios lamentáveis que servem apenas para alimentar sensacionalistas de plantão.

É isso.

Comentários

  • Gostaría de salientar a este jornalista que os fatos náo foram como informados pelo senhor, fiquei com uma profunda frustraçao e tristeza pelo fato ocorrido comigo e o mecânico do kart 58. Quando tentei ir ao diretor da prova para denunciar uma irregularidade feita pelo mesmo fui impedido aos socos , me sobrando a alternativa de me defender fisicamente. Afinal de contas, sou um pai que ama o automobilismo e em especial o kart, pois meu filho participa a pouco tempo do kartismo. Tenho um grande respeito por todas os preparadores em especial os pilotinhos que estavam no grid de largada. Realmente foi um fato que conseguiu desestabilizar a mim, ao meu filho e com certeza a todas as pessoas que participaram do evento. Náo fui ao kartódromo de Goiânia para bater em ninguém e muito menos para apanhar de ninguém. O meu empenho em denunciar irregularidades cometidas é para que a competiçao seja o mais justa para todos que nela participam.

    VM responde: Obrigado pela audiência e pelos esclarecimentos, João. Um abraço.

  • Este assessor deve ter recebido aulas de comunicação com o mesmo professor do nosso querido Lula: Não sei, não ví, não tenho conhecimento… só não me comprometa, pelo amor de Deus, não divulguem as fotos….não posso ficar com o mico.

    Não que a outra gestão fosse eficaz mas tudo isso é uma palhaçada. Só se importam com as receita$ e que se ferrem os que nos sustentam resumindo: “num tô nem aí com a opinião dos tolos”

  • deprimente, deprimente os fatos ocorridos, deprimente a falta de atitude do assessor de imprensa da cba, deprimente a censura ao material produzido por nei tessari.

    Fiz a cobertura de uma prova de kart, prova pertencente ao que chamam de “triplice coroa do kart brasileiro”. Foi a primeira e única, fico em casa mas não vou, pais achando que seus filhos (uns moleques que não tem nem força para segurar o capacete) são as bolachinhas mais recheadas do pacote. Meia duzia de gato pingado assistindo a prova. Brigas discussões etc. Como iniciei o email Deprimente.

  • Victor…

    Acompanho o Grande Prêmio e confesso que várias vezes discordo do posicionamento do site do qual vc é editor. Mas dessa vez acho que vc pegou um pouco pesado d+. Não acompanho a movimentação política da CBA mas ao que me pareceu (sabendo apenas da SUA versão cumpre destacar) é que os problemas com a PM não tiveram nada com a CBA.

    Se pai de piloto resolve ir as vias de fato, ameaçar de morte e alguém chama a PM não teria a CBA de impedir a ação dos policiais.

    Outro fato, se um dos envolvidos na confusão é delegado e precisaram chamar a PM (que não recebe salário pra cuidar de pai brigando por brinquedo de filho) era pq o bom senso e a educação já não vigoravam e a ação dos policiais seria, por óbvia, truculenta.

    Por fim, a enfoque do seu post, dando destaque para confusão dos pais dos pilotos, corrobora, o entendimento da CBA que, como vc mesmo disse, PEDIU, para que as fotos não fossem publicadas, pq, “tomariam conta” da cobertura do evento.

    Sem mais,,,, abraço

    VM respondeu: É. Se te pareceu isso, vc precisa ler melhor. Abraço.

  • As atitudes da CBA nos últimos anos são lamentáveis. E outra coisa que eu já li aqui e vou reforçar… esse evento foi muito mal divulgado. Eu moro em Goiânia e nem fiquei sabendo. Sobre a polícia, os mesmos que lidam com criminosos, as vezes tem que lidar com incidentes como esses, só que agem de maneira igual.

  • “é preciso trabalhar com um objetivo comum com vistas ao fortalecimento da modalidade e não promover episódios lamentáveis que servem apenas para alimentar sensacionalistas de plantão.”

    Então fazer merda pode??? só não podemos espalhar, é isso???

    Deprimente