A saída da BMW

SÃO PAULO | Bem, bem, e a BMW anunciou agora há pouco em Munique que seu projeto na F1 subiu no telhado. Acabou. Os amigos não vão cantar mais Bavaria, Bavaria, Bavaria. Bastou um revés, e já era.

A BMW é uma equipe que tentava se impor como alternativa ao domínio de Ferrari e McLaren. Mas seus alemães tinham características tão japonesas, metódicas, que se privaram de evoluir para pensar neste ano e fizeram da equipe descartável e insossa. Não à toa, tomaram a mesma decisão da Honda.

Vale ressaltar alguns pontos:

1) A saída da BMW abre vaga para mais uma equipe no grid da F1. Como não parece que a FIA e a FOM tenham sido avisadas com antecedência, a entidade de Max Mosley vai precisar ver quais daquelas que foram preteridas ainda têm interesse em entrar na categoria. Consideremos que todas estejam ainda com os projetos engatilhados: se não escolherem a Pendrive, é marmelada.

2) A não ser que alguém apareça e compre o espólio da BMW. 

3) O destino de Robert Kubica e Nick Heidfeld. O primeiro não deve ter muitos problemas para arrumar um lugar, e já se fala até que pode ser o polonês o substituto de Felipe Massa na Ferrari nas provas em que o brasileiro estiver ausente — provavelmente até o fim da temporada. Heidfeld já deu o que tinha que dar. Já não tem o que fazer na F1. Deve se aposentar, ou ser aposentado, melancolicamente. Christian Klien, então, coitado…

4) O anúncio bota fim a um longo sonho de Augusto Farfus Jr.. Farfus sempre quis e esperou uma chance na F1. Anos atrás, deixou a Alfa Romeo, ligada à Fiat, portanto Ferrari, no Mundial de Turismo para se vincular à BMW e esperar que fosse lembrado por Mario Theissen e curriola. Nunca foi. E por não ter tido nenhuma chance, não apareceu. E ninguém vai lhe dar essa chance. Uma pena.

Após a corrida final em Abu Dhabi, a BMW terá escrito uma história curtíssima de quatro anos, depois de ter abraçado a Sauber. Uma vitória, com dobradinha, no Canadá no ano passado, e só. No fim das contas, a BMW não vai deixar muitas saudades. Nem muita história.

Comentários

  • Quanto ao Farfus eu vou ligar pra ele e perguntar se ele nao esta satisfeito deo correr no WTCC, porque se ele quiser eu corro no lugar dele de graça!

  • Infelizmente, mais uma equipe bancada por uma montadora deixa a Fórmula 1. Os maus resultados obtidos pelo time em 2009, uma temporada em que a BMW esperava brigar pelos títulos de pilotos e de construtores, após três anos em que o cronograma estabelecido por Mario Theissen foi cumprido fizeram com que a montadora bávara anunciasse a sua saída da Fórmula 1 no final desta temporada. E é uma pena, pois a BMW, em 1 ano, passou de uma equipe que ameaçava e muito o domínio de Ferrari e McLaren, para uma equipe que disputa os últimos lugares nos treinos e nas corridas. E é impressionante como a pressão por resultados é enorme na Fórmula 1, pois a Honda anunciou a sua saída em dezembro de 2008, também porque investiu muito dinheiro, mas os resultados nas pistas não apareceram, isso sem falar dos prejuízos que a montadora japonesa teve com a crise econômica mundial. E ao contrário do que aconteceu com o espólio da Honda que foi comprada através do management buyout, isso dificilmente acontecerá com o espólio da BMW e a equipe terá o fim de suas atividades na Fórmula 1. Ainda bem que essa nova estratégia da BMW não afetará o programa da montadora em outras categorias, como o WTCC, a Fórmula BMW e a Superbike. E eu acredito que duas equipes que não foram anunciadas entre as três novas escuderias que vão estrear na Fórmula 1 em 2010 podem ter novamente a esperança de entrar na categoria máxima do esporte a motor mundial, pois uma delas vai ficar com a vaga deixada pela BMW, Epsilon Euskadi, de Joan Villadelprat e a Prodrive, de David Richards. E quanto ao futuro dos atuais pilotos da BMW, o Nick Heidfeld tem apenas duas opções, procurar um cockpit numa equipe pequena, ou deixar a Fórmula 1 e correr em alguma categoria de turismo, ou de carros-esporte, pois o alemão de 32 anos, disputou mais de 150 GPs e não conquistou nenhuma vitória. Já o talentoso polonês Robert Kubica, que foi apontado pelo mundo da Fórmula 1, como um potencial futuro campeão mundial, está numa situação complicada, pois sobram poucos lugares em equipes de ponta, mas eu gosaria que o polonês fosse o companheiro do Lewis Hamilton na McLaren, ou ocupasse um cockpit na Renault, para ele mostrar o seu potencial e disputar o título e não numa equipe pequena, pois assim, o Kubica brigaria pelas últimas posições e cairia no esquecimento.

  • è claro que esses caras da BMW só pensam em $$$$$$$$$$$$$$$.
    Como o retorno de $$$ não deve ter sido bom o suficiente…..
    Uma pena para o esporte a motor e seus atletas…

  • Só discordo a respeito do Heidfeld. O alemão encontra uma vaga facilmente. Pelo menos, deveria ter mais facilidade para isso do que outros como Kovalainen (pior que eu ainda acredito no finlandês), Glock, Nakajima, Nelsinho, Fisichella…

  • Senhoras e senhores,

    Com todas as trapalhadas de sempre… Não é que o Mosley tinha razão???? A próxima pode ser a Renault….. atenção…

  • Não concordo muito com o seu comentário sobre o Heidfeld, depois do fim da Honda muitos diziam o mesmo do Button e hoje ele está aí, lider do campeonato, favorito ao titulo….

  • Para mim, um torcedor fanático e apaixonado pela marca, sinto como a derrota na final de um grande campeonato de futebol. A frustração que estou sentindo é incompreensível, mas sinto.