Corrida sem graça
SÃO PAULO | Jaime Alguersuari.
É a única atração local garantida no GP em Valência. Da mesma forma que depois do domingo do GP da Hungria.
A corrida não teria Fernando Alonso por conta da falha esportiva da Renault em não prender a roda durante o pit-stop. Mas contaria com Michael Schumacher, alavancando as vendas que vinham quase estagnadas dos ingressos.
Schumacher deu para trás. A Ferrari, nem para substituí-lo por Marc Gené, espanhol. Aliás, se eu fosse o Gené, pediria demissão e sairia de fininho, por vergonha. Perder uma disputa para Luca Badoer é a derrocada máxima da carreira.
Por toda essa situação, ainda mais de um eventual protesto por parte dos torcedores para devolver as entradas — algo justíssimo —, a reunião dos notáveis da F1 no próximo dia 17 deve absolver a Renault.
Senão cancela a corrida, que não tem mais graça nenhuma.
Infelizmente, nem todos os pilotos que foram velozes, tiveram uma oportunidade de correr na maior categoria do automobilsmo mundial.
Este pode ser o caso do Luca Badoer. O problema é que, quando um piloto fica por muito tempo na função de test-driver, as chances dele conseguir um lugar em um cockipit ficam bem remotas.Geralmente, em uma situação como esta, o profissional só é lembrado para cobrir a vaga de um títular provisoriamente, ou então, para continuar na mesma função em outras equipes.
Por outro lado, vários outros que não eram excepcionais, conseguiram uma vaga na Fórmula 1 como titular. Além dos kamikases asiáticos, podemos citar, também, David coulthard, Ralf Schumacher, entre outros. Eu não tive a oportunidade de conhecer o trabalho do Luca. Pode ser que ele seja um piloto de talento, mas que não teve oportunidades, ou então, não tinha nada de extraordinário e, por isso, foi relegado a esta função.
Vamos ver como será o desempenho do italiano em Valência, aí sim, poderemos fazer uma avaliação um pouco melhor.
Pelo que me lembro Badoer andou em carros pouco competitivos, mas era rápido. Como piloto de testes da Ferrari fez mais KM do que a maioria dos pilotos que disputaram campeonatos regularmente. Na sua última corrida de F1, de Minardi, faria um 4º lugar quando seu carro quebrou. E foi escolhido pela direção da equipe para substituir o Schumacher. Será que ele é tão ruim assim, ou as análises são feitas sem levar em conta os carros que guiou na sua passagem pela F1? Será que o pessoal da Ferrari não o conhece suficientemente, a ponto de relegar o Gené justamente num GP em seu país?
Mas qual a sua birra com o Badoer? hhehehehehehe
Como afirmar se a corrida é sem graça se nem a vimos ainda?
É inegável que a ausência do Michael Schumacher gerou uma frustração por parte de todos os espectadores, mas não podemos esquecer que o esporte é infinitamente maior do que qualquer esportista. Já a situação de Indianapolis, citada pelo internauta Aliandro Miranda, é totalmente diferente da vivenciada hoje. Aquela corrida, sim, foi sem graça, já que a Michelan não teve condições de proporcionar compostos seguros o suficiente para aguentar os desafios do circuito norte-americano. Com a ausência da Michelan, só sobrou as equipes que corriam com os Bridgestone, o que na prática significou uma corrida em que somente a Ferrarri competiu. Em Valência todos terão condições de competir e indepentemente de ter o alemão ou não, a corrida pode ter significativas emoções. Basta analisarmos o campeonato como um todo. No ínicio teve um domínio amplo da Brawn GP, agora os carros da Red Bull são a bola da vez. Cada grande prêmio é uma incógnita. Sem graça mesmo foi as temporadas de 2000 a 2004, que teve um amplo domínio da Ferrarri e do Schumacher. Naquela época as corridas eram todas prevísiveis, hoje, diante deste equilíbrio, não sabemos quem poderá subir ao ponto mais alto do pódio. Só assistindo para saber.
Não deixa de dar essa impressão, de que seria apenas jogada de marketing anunciar o Schumacher p’ra correr em Valência, compensando a ausência de Alonso.
Mas há muito mais por trás disso e isso implicará em mais especulações.
O que é mais pernicioso nisso tudo, é querer incluir essas pistas de rua onde praticamente não há ultrapassagem, tornando o evento p’ra lá de soporífero.
Outro fim-de-semana sacal.
É justo de fato, mas não de direito, como dizem os advogados.
Infelizmente o ingresso não garante a presensa de Schumacher na corrida.
Agora, deixo no ar. É uma situação igual aquela de Indianapolis, onde só seis largaram?