Indy: Salvador ou Rio

SÃO PAULO | Uma boa conversa com Carlo Gancia há pouco, e muitos pontos a serem debatidos sobre a corrida da Indy no Brasil em 2010.

Primeira declaração de Gancia, referente a Ribeirão Preto. “O tempo é curto para angariar os fundos. A prefeita [Dárcy Vera] tem feito todos os esforços, mas talvez não consiga a licitação a tempo, e está trabalhando para realizar uma prova no futuro.”

Ou seja, a cidade do interior paulista já está fora da disputa para sediar a etapa nacional. Há, de fato, dificuldades culturais e de poder público, inerentes a uma cidade que não é capital de um estado, que inviabilizam a realização da corrida. Sem contar que não foram angariados os fundos necessários. Não houve ainda um comunicado oficial, mas Ribeirão Preto — fornecedora do etanol brasileiro à Indy, e que pintou como favorita absoluta a receber os carros da categoria —, não concorre mais para 2010.

Sobram Rio de Janeiro e Salvador. O assunto se concentrou mais na capital baiana, até pela realização da corrida da Stock Car lá na semana passada. Sobre a pista, Gancia disse que “há a necessidade de colocar os blocos de concreto sobre o meio-fio”, porque aí “se ganha cerca de 80 cm de largura”. Também, “no começo, tinham estudado uma variante, e não sei por que não optaram por ela, que entrava em um lugar que tem três pistas, com uma reta maior”.

Gancia avaliou que a pista utilizada pela categoria brasileira é pequena e não permitiu ultrapassagens. “Precisaríamos de um traçado com uma reta real, mais comprida, e uma curva fechada na sequência. E de um pit-lane mais comprido”, ressaltou. Ainda segundo Gancia, a pista da Indy em Salvador teria de ser esticada em “600 ou 700 metros” e deveria concentrar maiores esforços na montagem dos alambrados.

De início, Gancia e a organização da Indy haviam mencionado um prazo de dez a 15 dias para escolha da cidade. Já se passaram 18 da confirmação da etapa brasileira. Carlo evitou estabelecer uma data ou um limite para um anúncio. “As leis brasileiras são diametralmente opostas às dos EUA. Se fosse no Canadá, por exemplo, o contrato já estaria assinado.” Sem contar o fato de que no Brasil é “preciso saber negociar com os advogados”, disse um dos representantes da Indy em território tupiniquim, que, no momento da ligação, contou estar avaliando no Google Maps justamente as ruas das capitais do Rio e da Bahia.

Comentários

  • Caro, Clenio A. Vilela, o RJ não é a Somália!!!
    A violência nas ruas é igual a de qualquer metrópole.
    Quem não é carioca acha que o que aparece na TV acontece pela cidade toda. 90% dos confrontos ocorrem quando a polícia sobe o morro!

    Havendo policiamento no asfalto, a bandidagem geralmente respeita. Se houver Indy no Flamengo que fica na Zona Sul que é a área mais policiada da cidade, talvez do Brasil, com certeza não correrá risco de tomar um tiro de fuzil.

    Abraço!

  • Não sou carioca mas para os estrangeiros infelizmente o Brasil se resume ao Rio de Janeiro e a Amazônia. Faz lá no Rio mesmo, pelo menos vamos aparecer na mídia internacional de um modo positivo e não em tragédias como tem acontecido nos últimos anos. Espero entretanto que o governo consiga garantir o mínimo de segurança para os turistas que vão com certeza prestigiar o evento.

  • Caro Victor. Acompanho as corridas de F1 e Indy desde quando iniciou-se os acontecimentos de GPs no Brasil ( anos 70 ). gostaria muito de ir ao GP 2.010, mas se for no Rio ou em Salvador não irei. Salvador, depois que assisti a Stock car, naquela “pista” não dá! No Rio de Janeiro não irei, pela violência nas ruas. Contava ir à Ribeirão Prêto…

  • Curitiba parece ser a melhor opção, depois de Interlagos. E a prova não seria interessante em Interlagos, já que os carros virariam tempos altos, numa provável comparação com a F-1.

  • Sou do Rio e só defendo a prova aqui se for no autódromo!

    No aterro seria mais caro para a cidade, teria menos ultrapassagens, teria o risco por causa das passarelas que são baixas (Lembram do Takashi Yokoyama em Fuji?), o autódromo continuaria abandonado e deixar o trânsito horroroso na 6a-feira de treinos.

  • Moro no Rio e defendo a realização da prova por aqui somente se 2 condições forem satisfeitas :

    1- Que o evento não descaracterize a obra de Burle Marx no aterro do flamengo.

    2- Que o evento seja realizado com 100% ( ou quase) de capital PRIVADO. Fazer o povo pagar a conta é palhaçada, já bastam os elefantes brancos do pan 2007.

    Quanto à infeliz declaração do xará mais acima, respeito é bom e todos gostam, respeite para ser respeitado, e o povo de uma cidade não pode ser responsabilizado ( e desrespeitado) pelas mazelas de seus dirigentes. Rio e Salvador tb não tem recursos para a realização da prova, estão correndo atrás disso, talvez Ribeirão tenha outras prioridades no momento (como aliás Rio e Salvador tb).

  • Se for aqui no RJ, já vi a M… que será terem de refazer todo o trajeto do Aterro do Flamengo (recapear, ajustar a inclinação das curvas, inventar locais onde se possa instalar arquibancadas…) e ainda aturar as reclamações das associações de moradores que não querem saber de corrida lá e das milhares de pessoas que passam pelo aterro td dia! o trânsito no Centro durante as obras vai ficar pior que em SP. Haja Metrô! e td isso em 6 meses.

    Amaldiçoo todos os políticos que destruíram jacarepaguá!!!!!

    É mais provável que não haja corrida por aqui no ano que vem!

  • Sou a favor de uma prova da Indy em Interlagos, que é o circuito nacional com a melhor estrutura. Além disso, poderíamos comparar os tempos da Indy com os da F1 numa mesma pista.

  • A volta a Indy no Brasil já está virando novela e não sei não, mas podemos até perde-la novamente, o que seria um descaso com nós, apreciadores de um bom automobilismo e fãs da Indy.

    Tem tantos lugares para correr…

    Cuiabá, por exemplo, tem uma super infra estrutura e longas avenidas, que com alguns ajustes, certamente seria uma boa,,,
    mas a política nacional só sabe pensar no Sudeste…
    Salvador, exemplo, dá licença com aquela prova rídicula da Stock.

    Cadê o Ministério dos Esportes e do Turismo, até agora ninguém citou eles numa possível ajuda…

    É revoltante…

  • A administração do Velopark bem que podia administrar um circuito nacional. Com aquela administração exemplar e os profissionais sérios que eles conseguiram juntar, imagina um autódromo no mesmo padrão…
    No RJ, ao invés de ter evento promocional entre um caça e um indy, teremos entre um projétil de ar15 do comando vermelho e um indy. Se o Indy ganhar, pega o saco! hehehehe.

  • Uma corrida no Rio teria mais visibilidade internacional e contaria com um percurso charmoso, como o de Mônaco. O Rio é a melhor opção.

  • Mais uma vez Ribeirão foi fogo de palha. Caipirada fraca demais!!! Ficam falando que são milhonários, usineiros, etc e por a grana na mesa que é bom, nada!!!!

  • Sou de Salvador e defendo que, termos um espaço para a realização de corridas é fundamental. Tem um público apaixonado – como em muitos outros locais do Brasil -, tem pilotos, só falta o espaço.
    Acho que para corridas de categorias como Stock Jr, a própria Stock, fórmula Renault – nem sei se ainda existe! – tudo bem. Mas para carros maiores e que andam em velocidade muito maior, é totalmente incompatível.
    A área não foi feita para corridas, apesar de poder ser aproveitada para tanto, com as devidas adaptações, mas com limites.
    O que precisa por aqui mesmo é que seja construído um autódromo – não precisa nenhum autódromo de primeiro mundo, basta um de nível nacional -, e para ontem!

  • Ou seja, corre-se o risco de não termos no Brasil uma corrida da IRL? Que bom….

    Alias, pq não correm em Interlagos ou Curitiba???