Quando perder é bom

SÃO PAULO | Foram os bastidores e as movimentações fora da esfera esportiva que afastaram Lucas Di Grassi da Renault. Nem nos anos anteriores nem neste o brasileiro foi escolhido como titular da equipe francesa para ocupar a vaga de Nelsinho Piquet. “A decisão foi bastante política por um certo lado”, falou o piloto ao Blog Victal na tarde desta quinta no Hotel Unique, em São Paulo. E no fim das contas, Lucas se deu bem em não ter sido chamado.

Di Grassi reativou os contatos com a então Manor tão logo a equipe foi indicada como uma das novatas da F1, em um primeiro momento. “Quando conversei com eles, ficou a impressão de que era uma coisa muito mais esportiva e profissional, de ir em busca do resultado”, contou Lucas, que já vinha avaliando que a situação na Renault era “muito fora da questão só do talento ou de puramente por corrida”.

Em 2008, Lucas esteve muito perto de substituir Piquet, sofredor da pressão de Flavio Briatore. Pelos motivos que a armação em Cingapura ajudam a explicar, Di Grassi não entrou. Quando Nelsinho saiu de vez no meio da temporada 2009, o brasileiro e Romain Grosjean surgiram como naturais peças de reposição. Entrou o francês.

Mas perder, às vezes, tem seus valores. “Sem saber dessa chance, lógico que queria ter guiado, mas sabendo dessa oportunidade, vejo que foi uma boa decisão eu não ter pilotado naquela época”, explicou. “Se tivesse entrado, teria sido um desastre para mim, porque sem testes, sem preparação e um carro que não tinha performance, seria muito difícil.” Lucas andou com o R29 na semana passada em Jerez. “O carro é bem difícil. Qualquer pequena falha é complicada de se consertar, então é difícil impor um ritmo consistente. É fácil de errar.”

Provavelmente queimado — como está Grosjean —, Di Grassi possivelmente teria sido esquecido por completo na F1. Fechou com a Virgin, de “postura democrática”, para a temporada 2010, depois de conversar com Lotus e Campos. Sem se impor metas, como ressaltou diversas vezes, vai correr sem a pressão que viveu, direta e indiretamente, na Renault.

Comentários

  • Tomara que a Manor/Virgin, desenvolvida sem túnel de vento, dê ao Lucas a oportunidade de mostrar seu talento. Victor, no próximo post, bota uma votação para ver as opiniões dos internautas sobre qual equipe estreante entre Manor, Campos, USF1 e Lotus (fora a Mercedes e nova Renault) vai se dar melhor. Eu acho que vai a Manor tem as maiores chances devido a ter Glock (pela experiência e alguns bons resultados) e Lucas (por ser um bom acertador de carros e quem sabe um bom desenvolvedor também), mas o problema é se carro feito sem túnel de vento vai dar certo. Aí está a chance de a Campos ganhar dela, mas os pilotos são inexperientes, o que é um grande problema. Em seguida, viriam Lotus e USF1 (esta está só de ‘migué’ até agora).

  • …” Lucas andou com o R29 na semana passada em Jerez.: “O carro é bem difícil. Qualquer pequena falha é complicada de se consertar, então é difícil impor um ritmo consistente. É fácil de errar.”

    E aquele incompetente do Bob Bell ainda diz que o modelo R29 não tem nenhum ponto fraco.
    E olha que o pessoal da Renault usou o CFD somado ao tunel de vento para criar essa joça.
    Isso é um atestado de incompetençia.
    Acredito que os modelos R25 e R26, campeões com o Alonso em 2005 e 2006, eram projetos de outra equipe que o Briatore roubou. Só pode ser isso.

  • Talvez tivesse sido bom para a Renault ter o Di Grassi. Ele poderia ter ajudado muito mais o Alonso no acerto do carro.
    Todos sabem que Grosjean não é nenhum Prost, e Piquet Jr. um constrangedoramente analfabeto em mecânica e acerto de carros.
    No entanto, a possibilidade de “fritura” seria real, apesar de ainda achar que os resultados de Lucas seriam bem melhores do que os outros 2, e que estaria com uma pontuação bem mais próxima da de Alonso. : |

  • Nao sei nao, parece papo do tipo “Eu ja sabia” do Di Grassi..correr num carro dificil? Rum, queria moleza? Quem sabe com o carro ruim da Renault de 2009 ele podeira mostrar todo o seu “talento”, e andando na frente do Alonso? Talento é talento, aparece de qualquer jeito, que o diga o Kobawashi, andou apenas duas vezes e numa pista Interlagos que ele nunca viu na vida…..ué? Talento é talento, aparece em qualquer lugar..mesmo no Japao. Tudo bem que a Toyota era um pouquinho melhor que a Renault, mas coragem de sentar na barata é outra historia.