Ritmo de fim de ano

FLORIANÓPOLIS | Já é o terceiro dia que estou por estas bandas, que me lembram Belém, muito embora nunca estive lá. O sol reina e racha até momentos antes de se por, e aí as nuvens chegam rápidas, despencam uma chuva de uns 20 e tantos minutos, e a noite surge fresca, e a madrugada já estrelada convoca um novo dia igual ao anterior. E assim, bem, vamos até que 2009 vire 2010, e a vida volte à normalidade de seu eixo.

A pausa do fim de ano é necessária e reflexiva, tanto que, tapado que sou, esqueci de dar as caras por aqui. A gente tenta se desapegar do computador, curtir mais uma praia, sentar, beber cerveja e caipirinha com os amigos, falar das gurias loiras que desfilam aos montes por este abençoado lugar da terra brasilis, ir para o apartamento e fazer a comida mais salgada que era possível para o momento. Foi o frango picado que serviria de acompanhamento para o arroz bem feito que cagou a janta. A transformação em risoto, misturando com um requeijão não muito católico, não funcionou. E tudo virou um prato cheio para a Karen, o Erick e o Rodrigo aloprarem até o último fio de cabelo com sal.

Os dois kartódromos que serviram de palco para os pilotos brincarem de kart estão às moscas. O dos Ingleses, vendo pela estrada — a SC-qualquer-coisa; não me lembro o que Marcela, o nome que demos ao GPS, falou —, é um mero lugar longínquo esquecido por completo. O de Canasvieiras parece que não existe mais. Toda aquela estrutura montada para a corrida de um mês atrás se foi. O povo cai aqui pra passar o réveillon na praia ou numa balada de R$ 700 da vida. Kartódromo é como lareira nestes tempos de verão.

Enquanto isso, Canasvieiras enche à noite, bem como o trenzinho que enche e atrapalha o trânsito. A Praia Brava, que voltei a visitar após três anos, segue um espetáculo, com seu quiosque agitado e o som agradável. A Lagoa não tava lá grande coisa, um monte de barzinho que tem o mesmo estilo e nenhuma sorveteria sequer para agradar a vontade do Rodrigo, que certamente queria compensar o excesso de sal de dias atrás.

Daí usamos Marcela para nos guiar até uma sorveteria na parte continental. Marcela indicou que havia uma num espaço de 3,4 km, e lá fomos pelas ruas que nunca tínhamos visitado nesta cidade até cairmos em um lugar que lembrava a Praça da Sé, bem mais estilizada e limpa, evidente, e aí passamos por um beco aqui, outro acolá, e caímos numa praça, e Marcela disse “chegando ao seu destino”, e o destino era uma igreja, e começamos a rir porque Marcela deve ter se cansado de tanto nos guiar por todos os pontos aqui e não obedecermos seus trajetos. Foi a vingança de um GPS com inteligência artificial, e no fim das contas fomos tomar o maldito sorvete na conveniência de um posto. Agora é esperar a Livia, o Rafinha e o Hansen virem para completar a festa.

E o dia vai terminando, e como nota final, só a patacoada sobre a notícia de Nelsinho Piquet na Campos, e que Nelsão comprou 15% da equipe, ‘Día de los Santos Inocentes’ nos países hispânicos, algo muito próximo ao nosso 1º de abril, e muita gente caiu na brincadeira. No fundo é divertido, e assim vamos levando.

E que todos tenham um fim de ano divertido. Aproveitem bem, e entrem 2010 com tudo. Aquela paz, aquela saúde, aquela felicidade, aquele sucesso. Que nos vemos lá em breve.

Comentários

  • Floripa parecida com Belém!? Não viaja Vitor… e fica aqui a dica: sorvete de madrugada? Só no Mc Donalds ou no Bobs, ambos na avenida beiramar.

  • Puxa, e eu que achava que só o meu GPS era tapado! (Mio, a propósito). Já o apelidei de “a top model loira do GPS”, mais assombrosa que a loira do banheiro. Acredita que no dia seguinte que recebí o novo cartão SD com a atualização do mapa a loira me mandou entrar em duas ruas na contramão???
    O que posso desejar é boa sorte com a Marcela, além de um ótimo 2010, tanto com o automobilismo como com o glorioso Palestra (se possível, sem Vagner Love Baladas e Marcão Cone – minto, um cone atrapalha mais o adversário que ele).

  • Tem uma sorveteria artesanal chamada Amorato, aqui em Jurerê. Mas em Jurerê Tradicional, não aquela boiolice afetada nova-rica de Jurerê Internacional, com suas mansões à la Miami, suas ferraris tunadas e sua gente de mau-gosto, exibicionista e cafona.

  • É isso aí, Martins

    Valeu por mais um ano do seu bom trabalho, que orgulha quem o acompanha desde os saudosos tempos em que tu e o Rodrigo faziam aquelas hilarias transmissões no Grande Premio, isso no longinquo 2005, e que assim possa continuar

    Aqui, sigo naquela luta que ja lhe contei, buscando forças sabe se la de onde pra seguir em frente e sempre mantendo a esperança em dias e tempos melhores

    Grande abraço, e boas festas a todos os amigos do blog que aqui comentaram durante esse ano

    Edu

  • A primeira frase deste artigo é a coisa mais ridícula que já vi. É uma afronta ao português e à inteligência de qualquer pessoa. Como você pode se lembrar de um lugar que nunca esteve? Vá estudar, rapaz!

  • Hahahaha… é isso ái Victor. Bom fim de ano pra você em Floripa.

    E continue assim, competente em sua profissão e com o humor de sempre!

    São os jornalistas como o senhor (olha aí a formalidade… hehehe) e toda a equipe do Grande Prêmio que me fazem acreditar que o jornalismo de verdade ainda existe.

    Abraço!!

  • Diversão é a palavra certa, mesmo. No trampo, no social, no familiar, nas amizades. Tudo precisa de um pouquinho de leveza.

    Abraços e que suas conquistas de 2009 (que foram muitas) dobrem em 2010. (Esse tuiter faz com que a gente se sinta próximo das pessoas, afinal)

    Ah. Tá dando furos em Florianópolis também?

  • Hahah é cada um, cara nem leu o post todo.

    Feliz ano novo pra vc tbm, que 2010 seja um ótimo ano, continue com bons posts, boas matérias e furos de reportagens aos quais faço questão de ler diáriamente.

    Abraço

  • E ninguém vai comentar a coincidência do patrocinador do Vitaly Petrov para entrar na F1,ou seja,aquela marca de vodka com garrafa de plástico que vocês tanto consumiram em Floripa? ;-P