Scheckter e Conquest

SÃO PAULO | Depois de umas tantas horas com conexão limitada, enfim a vida rápida na internet. Como antecipado pelo Blog Victal, Takuma Sato foi confirmado na manhã de hoje em uma conferência meio restrita em Tóquio. Os outros dois pilotos devem ser anunciados em breve, até porque os testes da Indy acontecem semana que vem no Alabama, no circuito em que a Suzana, e não a Rosana, chora. Sem Mario Moraes, diga-se.

De brasileiros, mesmo, apenas quatro confirmados. Helio Castroneves na Penske, Tony Kanaan na Andretti, Vitor Meira na Foyt e Raphael Matos na Luczo Dragon/De Ferran. E outro golpe no lumbago tupiniquim se refere à morte da ideia da existência de uma equipe ‘nacional’ na categoria.

O Blog Victal ouviu de uma pomba míope que não vingou a proposta de arrendamento da Conquest para que dois brasileiros lá corressem — e um deles era Nelson Merlo. Eric Bachelart, que corria risco de não entrar no campeonato deste ano, se empolgou, esfregou as mãos e disse que vai colocar “trois voitures” no campeonato. Como, ninguém sabe.

Mas o que é possível confirmar é que a Conquest já definiu um de seus pilotos. Que vem a ser Tomas Scheckter. Sul-africano da Cidade do Cabo, 29 anos, filho de Jody, Tomas é um nômade na categoria, e isso se deve a um grande fator: sua tendência abissal a se envolver em acidentes.

Scheckter é considerado um dos pilotos mais rápidos da Indy, mas tem uma média incrível de acidentes ao longo da carreira — é bem verdade que os dos últimos anos mais ocorreram por culpa dos adversários. E uma rápida análise de currículo, que só mostra duas vitórias em oito temporadas,  impede que Tomas chegue a uma equipe de ponta.

O piloto, que perdeu a chance de andar na F1 por entrar na esbórnia durante os testes com a Jaguar, chegou à Indy em 2002, pelas mãos da já inexistente Cheever. Ganhou uma corrida, em Michigan, chamou a atenção de Chip Ganassi, e lá foi Scheckter correr em 2003. Um punhado de acidentes logo acabaram com sua carreira lá, e o sul-africano foi parar na Panther, que perdera Sam Hornish Jr. Mas Scheckter não manteve a equipe no ápice, e teve duas temporadas para tal. Em 2006 partiu para a Vision. Mais dois anos, e a inconstância predominou. Em 2008, teve de se contentar com um contrato de algumas corridas com a estreante Luczo Dragon. Não foi mal, mas acabou sendo trocado por Matos. E aí partiu para um esquema de revezamento com Milka Duno na Dreyer & Reinbold no ano passado. E chegou a fazer uma corrida pela Dale Coyne. Assim, a Conquest será sua oitava equipe.

Aos brasileiros, resta buscarem vagas em equipes que ainda não fecharam com ninguém. Tipo a Newman/Haas/Lanigan, que perdeu o patrocínio do McDonald’s e precisa de alguém com um bom orçamento. A Dale Coyne também procura piloto. A Dreyer & Reinbold e até a Ganassi podem colocar um terceiro carro ao longo da temporada.

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