I am (in) Indy, 8

INDIANÁPOLIS _ Takuma Sato ainda acha tudo isto aqui muito esquisito, como a reação do carro e a reação do público. É um mundo certamente bem distinto do que viveu na F1 anos atrás. “Devo dizer que ainda não vou entender o que é a Indy 500 até a manhã de domingo. Por enquanto, é tudo imaginação”, disse a mim. “E aqui é diferente da F1 porque, apesar de haver sempre um mesmo grupo de pilotos que se destaca, a competição é bem mais apertada. 

Sato chegou à Indy este ano. A única coisa que trouxe de resquício da F1 foi a Lotus, que carrega como patrocinadora em seu carro da KV. De resto, tudo mudou. Foram quatro provas iniciais em mistos para então sua primeira experiência em ovais. “Definitivamente é um carro que não é desenhado para circuitos de rua. Mas quando você o coloca num oval, ele é ótimo, é fantástico. E qualquer mudança mínima de acerto que você faz no carro, você sente”, analisou. 

Sato foi falando sem precisar perguntar muito. Logo comentou que andar em círculos é uma experiência única. “Foi engraçado, porque eu não tinha ideia de como era a sensação de guiar neste tipo de circuito, e eu fui para a pista no Kansas e ia aumentando a velocidade e sentindo o gosto de um oval, uma sensação diferente. E quando vim para cá foi a mesma coisa, porque é algo totalmente diferente, pelas características do circuito, curvas longas e rápidas.” 

Taku confessou que eu não tinha ideia antes da largada de como seria a corrida. “E eu vi que tudo no oval está condicionado a um determinado instante. Se você se perde um momento, cai nove, dez posições”, declarou. 

Sato esteve ameaçado de ficar de fora da Indy 500. Garantiu a vaga no domingo do Bump Day, quente e dramático. O japa, aliás, chegou a ser ‘bumped’ do grid. “Emocionalmente não foi fácil e ser tirado uma vez. Eu sabia depois que tinha de voltar e só tinha uma chance. Mas a equipe me deu um carro muito estável. Não era muito rápido no começo, mas a velocidade foi vindo”, explicou. Sato larga na 31ª posição, última fila, ao lado do novato Sebastián Saavedra e de Tony Kanaan. 

Quis saber que conselho que Jimmy Vasser havia dado para a estreia em Indy. Primeiro, elogiou o chefe da equipe, “ele é um cara fantástico”, para então responder. “Vá com calma, sinta o oval, e quando você se sentir que o carro está andando, então é porque está pronto para correr”. E sobre coisas que deveria fazer antes da prova, como preparação, brincou. “O pessoal aqui é muito independente, ninguém te prende a fazer nada, mas me falaram para não sair do circuito no sábado à noite”, e riu. “Na verdade, eles querem que eu durma cedo para acordar cedo e não fique preso no tráfego. Então eu vou ficar em casa no sábado.”

Dá para perceber em Sato que a ficha meio que ainda não caiu. “Honestamente, quando eu penso no mundo de gente que deve vir aqui amanhã me dá uma sensação estranha, porque eu realmente não tenho ideia de como é isso aqui cheio. Eu tive só uma ideia do que pode ser no fim de semana passado, na classificação, e é muito animador”, falou. E quando perguntei quem seria o favorito para vencer, manteve o tom da sinceridade. “Adoraria que fosse eu. Mas provavelmente não vai.”

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