Blame Canada, 4

SÃO PAULO | Institutos de meteorologia devem rever seus conceitos quando se trata de Montreal. Depois de um zilhão de previsões para o sábado, a última apontava para chuva o dia todo. A madrugada foi assim, mas, voilà, assim que o treino mostrou suas imagens para o mundo, a pista estava ali, seca, incrivelmente. Escorregadia, mas seca. Fria, mas seca.

Escorregadia, fria e seca, o que mais se viu era o zigue-zague dos pilotos durante a hora de treino livre. Não adianta: os pneus, moles ou duros, não aquecem direito. Temperatura local, 19 graus, mal passa de 25 na pista. Sabe-se que os moles andam pouca coisa mais rápido, mas se desfazem logo. Os duros não duram tanto assim. Então é bem provável que o número de paradas mínimo seja duas durante a corrida — para a qual já reavaliam ser em piso seco; meteorologia fraca.

Hamilton, que chegou a dar uma bela raspada no muro da curva 4, aquele da saída da primeira chicane, foi o melhor, andando na casa de 1min16s0. É a McLaren demonstrando que seu duto gerador de velocidade funciona. Webber ficou em segundo, tomando quase três décimos. É a Red Bull se posicionando realmente como a grande rival dos cromados na luta pela pole de logo mais. Alonso ficou em terceiro e Schumacher, quarto. É a Ferrari e é a Mercedes aparentando que podem, mesmo, ambicionar por coisa melhor neste G4 da F1.

Massa terminou num distante 12º lugar porque viu o muro de perto ali na curva 7, a da saída da segunda chicane. Uma leve entortada na suspensão, e o treino do brasileiro foi mais curto. Barrichello foi só o 17º. A ver.

“Oh dear Lucas? What’s happened?”, logo pintou no Twitter assim que Di Grassi, na freada do trampo, perdeu bisonhamente o controle do carro da Virgin e deu com a traseira no muro, danificando a suspensão traseira esquerda e parando ali na brita, assim que o treino recebia sua bandeira quadriculada. O dear Lucas é novato, a equipe é uma draga de dar pena, a configuração de downforce era baixa para que andasse nas retas, mas é bom que abra o olho — não por sua posição na equipe, mas, sim, pelo que a F1 pode pensar dele. Glock sempre anda na frente. E o carro tem as mesmas atualizações para ambos.

Alguersuari bem melhor que Buemi — outro que tem coçado a orelha do touro vermelho — e a Force India bem mais próxima das grandes têm sido o destaque do resto no fim de semana canadense. Há de ser uma disputa interessante, a do treino classificatório. Num tom clebermachadiano, pode ser que hoje o domínio da Red Bull no grid seja quebrado. A chance é grande. E com Hamilton.

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