A disputa pelo Oscar da Indy

SÃO PAULO | Pode não parecer, mas o grande evento do dia do automobilismo mundial é a decisão de qual chassi a Indy vai adotar de 2012. O anúncio vai ser feito no lindíssimo Musem de Arte de Indianápolis, com pompas e mistérios.

Cinco fabricantes concorrem. Pela ordem alfabética, são elas: BAT, Dallara, Delta Wing, Lola e Swift.

BAT. Bruce (Ashmore), Alan (Mertens) e Tim (Wardrop), desenhistas que resolveram se juntar e apresentar a proposta. Além do chassi, a ideia dos três rapazes é criar empregos em Indiana. Deveras consciente e tal, mas esqueçam. Ninguém fala dela. O projeto foi apresentado aos 47:50 do segundo tempo e não tem nada demais. A tentativa valeu.

A Dallara vem bem. Parceria de anos da IRL, apresentou uma proposta que trata algumas linhas do carro, mas não o deixa tão diferente, esteticamente falando, do que temos atualmente na Indy. O chassi é mais leve e resulta menos arrasto e mais downforce e seu desenho exige menos potência do motor, isto é, os giros não precisam ser tão altos para que se alcance altas velocidades e, consequentemente, o consumo de combustível diminui.

Se para a F1 foi uma lástima — na parceria com a Hispania —, para a Indy a Dallara serve, e muito bem. E por mais que os pilotos não tenham nenhum poder de voto no resultado que a Indy vai divulgar nas próximas horas, a opinião deles é considerável. Vitor Meira avaliou que a Indy teria de pensar muito bem para partir para algo novo ou revolucionário. “Apesar desses carros serem um pouco tradicionais demais, eles provaram que são seguros. Esses Dallara de hoje salvaram, que eu pude contar, quatro ou cinco vidas de pilotos, a minha inclusive. A minha vida, até não, mas pelo menos as minhas pernas. Isso eu posso atestar”, falou o brasiliense ao Blog Victal, referindo-se ao acidente em Indy no ano passado. “Eu sei que a Indy está fazendo isso, qualquer mudança tem que ser muito bem pensada. Dito isso, acho que de uma forma ou outra a Dallara vai estar dentro.”

Aí vem a DeltaWing. Visualmente, é esquisito. Eu vi de perto lá em Indy. Parece uma nave de desenho dos Jetsons. Segundo a empresa, a maior qualidade do chassi é que ele é mais responsável para o ambiente e atinge um desempenho extremo nesta configuração radical. Tem quem diga, há muito tempo, que a DeltaWing já está acertada. Mas na linha do que disse Vitor, seria uma transformação demasiada e, de certa forma, arriscada a escolha deste projeto. Sem contar que não conta com o apoio dos pilotos — nem mesmo do público, muito embora a empresa tenha se esforçado em fazer pesquisas de opinião publica.

 

A Lola é conhecida no mercado, tradicional, e não saiu muito da linha do que é visto hoje. Seu projeto é até semelhante ao apresentado pela Dallara. Aliás, seus projetos. Foram dois, com detalhes que mudam ali e acolá. O pacote, segundo a empresa, vão permitir o retorno das disputas “próximas e gladiatórias”, com “segurança, eficiência e estilo”. Uau. Deve correr por fora. Tem lá suas chances, sim. Ainda mais porque deu a ideia de passar seus chassis para uso também na Indy Lights.

 

A Swift também tem nome nos EUA. Mas atualmente seus carros podem ser vistos na F-Nippon. Rafael Suzuki, que está no Japão correndo por aquelas bandas, não andou no carro, mas atestou que “em média, é 5 segundos mais lento que a pole da F1 com 200 cv a menos”, considerando o circuito de Suzuka. Dos projetos de fórmula “normais”, é o que tem o aspecto mais arrojado, com uma asa dianteira pontiaguda e uma traseira que quase lembra a da F1 na emenda com a cobertura do motor. A Swift conta com a simpatia de alguns, até.

 

Cinco concorrentes. Um vencedor. Um? Pode até ser que haja surpresas. Se a Indy quer competição — para os motores, é bem provável que haja concorrência —, não seria de todo estranho que visse em dois projetos semelhanças que pudessem colocá-las como aliadas na pista. A resposta acontece às 13h (de Brasília).

Comentários

  • LAMENTAVEL

    A LOLA TINHA O DEIGN EVOLUIDO DA CART A VERDADEIRA FORMULA INDY

    mas como a categoria esta uma porcaria hoje e a tv nem sequer transmite as corridas danem-se todos pra mim não faz diferença.

  • Deu Dallara mas com Lola, Swift e BAT fazendo o kit aerodinâmico que é o que dará cara ao carro além de fazer enorme diferença no desempenho.

    O carro terá mais grip mecânico e menor dependência aerodinâmica.

  • O “carro” da Delta Wing é uma piada.
    Se ele fosse vermelho, seria uma réplica gigante do FURACÃO, um carrinho a fricção que era fabricado pela ESTRELA, e que era propelido por uma correia de plástico que encaixava na engrenagem de sua única roda.
    Os mais velhos vão se lembrar. Eu já tive um FURACÃO. ; )
    Daria um bom DRAGSTER… ; )

    • Mudar tudo e eliminar a Dallara seria um tiro no pé. A Dallara está comprometida. O que vale é a mudança visual, no final das contas. A marca não importa.

      Pelo menos vão ter carros com aparências diferentes, Motores turbo provavelmente multimarcas. Já tá ótimo.

  • esse delta wing só pode ser piada né??? q horrivel, parece aquelas triciclos bycristo hahahaah :) :) :)
    gostei dos swift… lindos !!!

  • Acredito que dá para colocar Dallara, Lola e Swift juntas nas corridas com algumas adaptações para se equipararem, seria bem mais interessante já que a proposta é ter mais fornecedores de motor (desta vez turbo) além da Honda em 2012.

  • Porque uma categoria que tem sua competição o seu ganha pão não abre para todas as empresas a colocarem na pista seus carros e que vença o melhor modelo como era na antiga na Cart.

    Destes modelos apresentados eu acho que da Lola parece ser o melhor.

    Agora deveria mudar também alguns desses piltos da Indy, como são fracos tirando 3 ou 4 equipes. porque esses donos de equipes não vão na GP2 buscar pilotos… iria melhorar muito, veja que beleza a entrada do Adam Carrol.

  • Estive pesquisando, e a proposta da Swift é bem parecida com os carros que ela tem na F Nippon.

    Na minha opinião, qualquer escolhido, fora Delta Wing e BAT, vai estar legal. Mas eu não abandonaria o Delta Wing. Deveria ficar para testes e quem sabe daqui uns 10 anos? Até lá talvez o público e os pilotos se acostumem com a idéia.

  • Acho que dá Dallara, pelo histórico eles na categoria.

    Meio off-topic: Lola e Dallara foram parceiras numa equipe da F1 lá pelo fim dos anos 80/inicio dos 90, não? A equipe que depois virou Scuderia Itália.