Mudar é preciso

FLORIANÓPOLIS | Tony Kanaan está fazendo bom uso do dito que apregoa que a mudança é a única certeza da vida. É logo mais que o piloto de quase 36 anos confirma oficialmente sua ida para a De Ferran Dragon, equipe que, como se percebe, tem como uma de suas cabeças o também brasileiro Gil de Ferran. A saída da Andretti depois que o patrocinador seu carro desistiu do apoio foi transformada em incentivo para um renascimento numa carreira que o próprio Tony admitiu estar acomodada.

A cadeia de lojas de conveniência 7-Eleven vinha manifestando seu interesse em deixar a Indy. O anúncio oficial aconteceu durante o fim de semana do último GP da temporada, em Homestead. Assim, o principal piloto da Andretti se via sem futuro na equipe. As partes pretendiam procurar juntas um novo aporte financeiro. “Mas as coisas se desenvolveram de outra maneira que a gente decidiu que deveria tomar outro rumo. Eu tive nove anos maravilhosos lá na Andretti e resolvi procurar alguma coisa que me empolgasse do mesmo jeito que eu entrei na equipe em 2003”, declarou Kanaan. “Eu sei bem o que eu tinha em mãos lá, eu sei bem o trabalho que eu fiz, e foi recíproco. E eles me deram um campeonato, eu não consegui sozinho.”

Kanaan e De Ferran estão pondo em prática uma ideia que nasceu em uma churrascaria no começo de novembro. “Eu fui conversar com o Gil para fazer um segundo carro, e ele estava na mesma situação, ‘eu mal tenho dinheiro para fazer um, vou fazer dois?’. Um dia fomos jantar em Indianápolis depois do trabalho lá no ‘Fogo de Chão’ e, do nada, falei no meio da conversa: ‘Escuta, mas por que um segundo carro? Não dá para correr para você?’, e aí começou essa história”, contou.

Então os brasileiros começaram “a já trabalhar em equipe”. “Estou investindo tudo que eu posso, em termos de salário, para ajudar”, declarou Tony, indicando que até toparia guiar sem receber salário. As reuniões com empresas brasileiras seguem. “Tem projeto em mais de 25”, falou.

A Cervejaria Petrópolis, dona da Itaipava e da TNT — marcas que estamparam seu kart no Desafio das Estrelas deste fim de semana em Florianópolis — apareceu com força como bancadora da empreitada. “Mas não tem nada a ver”, apontou. “A gente está falando de R$ 10, 15 mil, e lá o negócio é US$ 3,5 milhões.”

Em 2011, Kanaan deixa o número 11 para correr com o 2, que pertencia ao também brasileiro Raphael Matos. O mineiro, aliás, seria prioridade caso Gil e seu time consigam grana para um segundo carro.

Comentários

  • Faz tempo que eu queria que o Tony deixasse a Andretti. Este time perdeu sua “pegada” desde 2008, quando passou a dar prioridade ao Marco (filho do dono que não anda nada) Andretti e a Danica Patrick (piloto comum e extremamente antipática que anda bem apenas em alguns ovais, nada mais) e a tendência é que vire equipe pequena. A equipe Dragon andou muito bem nos mistos este ano e acho que o Tony ganha pelo menos uma no ano que vem. Se for na SP Indy 300 então…o Anhembi vem abaixo, no bom sentido.

  • Puts se eles conseguirem ganhar um prova, com pouco suporte que tem, mas com experiência de poucos será histórico.

    Um GM Brasileiro e um piloto Brasileiro, equipe com patrocinio nacional se ganhar a SP300 imagina só como seria isso ?

    Tony queria desafio agora tem.