O que resta

SÃO PAULO | Lá em Glasgow, num frio dos polos e regado a scotch, Paul di Resta foi confirmado como novo companheiro de Adrian Sutil na Force India, escancarando um segredo mal guardado desde o início — afinal, pra que marcar uma coletiva na Escócia? Para ver nego de kilt tocar gaila de fole?

Di Resta é, digamos, um sopro de esperança — ou, aproveitando o trocadilho, o que resta — para uma equipe que até dois ou três anos atrás era a pior do grid, repentinamente cresceu com o apoio da Mercedes e estagnou como média força, brigando avidamente com a Williams e a Sauber. Entra no lugar de um Liuzzi já acabado para a F1 — e, ao que parece, um tanto quanto emputecido por ter sido sacado, já que há um contrato em vigor; Ratinho haveria de dizer que a cobra vai fumar. Aos 25 anos, o campeão do DTM é o terceiro bretão no grid, junto com os mclarianos Lewis Hamilton e Jenson Button. E pelo pouco que mostrou nos treinos livres de GP dos quais participou no ano passado, vai incomodar bastante um Sutil que precisa se reinventar na carreira para não ficar ad æternum como uma promessa na casa dálit e/ou sem poder dar um salto.

Nico Hülkenberg será o piloto reserva, sinônimo de papel figurativo na F1 dos tempos atuais. Pouco pelo que fez em 2010, sobretudo pela pole em Interlagos, de Williams. Deve ter rogado todas as pragas possíveis na Venezuela de Pastor Maldonado-PDVSA.

Di Resta se torna, então, o quarto novato na temporada, juntando-se ao próprio Maldonado, ao mexicano Sérgio Pérez e ao belga Jérôme D’Ambrosio. Facilmente é o melhor dos quatro. E agora só falta uma vaga na F1, a segunda da Hispania, que vai para quem contiver no currículo o valor exato e alto da conta bancária.

Comentários

  • Concordo plenamente com você, meu caríssimo Victor, pois o Di Resta, travou grandes disputas nas categorias de base com o Hamilton e o Vettel, inclusive, ganhou um campeonato em cima do atual campeão da F-1 e depois, teve uma passagem vitoriosa no difícil DTM alemão, no qual competiu contra pilotos experientes e além do seu talento, o forte apoio da Mercedes ajudou o primo do tricampeão da Indy e bi da Indy 500, Dario Franchitti, a conseguir uma vaga na Force India, onde, na qual, vai travar um duelo interessantíssimo, com o também rápido e promissor Adrian Sutil e vai com certeza, incomodar os favoritos. Já os outros três, apesar de terem sido campeão e vice da GP2, respectivamente, o venezuelano Pastor Maldonado e o mexicano Sergio Perez, chegam à categoria máxima, apenas, por trazerem o combustível financeiro necessário, para garantir o orçamento das suas equipes, a Williams e a Sauber, respectivamente e essa belga Jerome D’ Ambrosio, vai ser um seríssimo candidato a retardatário nesta temporada, pois ele é um piloto bem fraco e também só conseguiu o lugar na Virgin, por causa do dinheiro dos seus patrocinadores.

  • Concordo que Di Resta será o melhor dos novatos e vai surpreender o pessoal da frente. Brigou bem com Hamilton e Vettel e levou um campeonato em cima do Vettel. Tem chance!

  • Que pena ver a F1 sacrificando bons pilotos pela troca com pilotos cuja virtude principal parece ser a conta bancaria. Hulkenberg será a maior perda para o espetáculo. São essas realidades que me fazem perder cada vez mais o interesse na F1.

  • Caro Victor,

    Vamos ver o que irá acontecer. De cara eu diria que Di Resta veio de um campeonato mais difícil, com pilotos experientes, e foi campeão. Os demais estão lá porque possuem, digamos, o “tempero” que faltava na receita das respectivas equipes.

    Abraço!

  • Olho no Di resta e no Pérez. Dos 4, os que mais me enchem os olhos… Maldonado, apesar de campeão da GP2, pra mim é uma incógnita. D’Ambrosio não me parece que vá significa muito não