E houve ação

RIBEIRÃO PRETO | Sim, houve. A primeira reunião entre os pilotos e o comando da Stock Car e da CBA após a morte de Gustavo Sondermann resultou em um claro recado por parte dos primeiros: se as reivindicações feitas não forem cumpridas dentro dos prazos determinados, uma das consequências pode ser até mesmo não correr. Também, foi feito um abaixo-assinado para que o diretor de prova Sérgio Berti seja afastado do cargo.

Os 32 pilotos — muitos pegos de surpresa — se reuniram na sala de briefing aqui de Ribeirão Preto por volta das 15h (de Brasília) com Maurício Slavieiro presidente da Vicar, e Nestor Valduga, comandante do CTDN (Conselho Técnico Desportivo Nacional). Em pouco mais de uma hora e meia, os competidores elencaram em uma carta 15 itens que exigem como imprescindíveis e cobraram da empresa promotora e da CBA sua realização, por meio de um cronograma. Ou seja: a partir de agora, as entidades terão um tempo para atender aos tais pedidos e comunicar seus andamentos e resoluções.

Os pilotos, unidos, já haviam cogitado a opção de não participarem desta corrida de rua de Ribeirão Preto principalmente por causa dos problemas nos freios. A solução foi liberar o sistema de refrigeração para evitar o alto desgaste das pastilhas — este foi um dos tópicos da lista de 15 pedidos. Para a próxima etapa, no Velopark, há o pedido de mudança do material.

Outros pontos levantados para resposta imediata, isto é, a partir dos treinos de sábado, foram o push-to-pass, que terá menor potência, e o maior número de faróis para facilitar a visualização na largada da prova — que já era uma queixa antiga. Os pilotos também falaram em uso de helicóptero em caso de acidente grave, mas a comissão médica explicou que uma eventual operação para transporte ao hospital mais próximo é mais rápida feita por ambulância em via terrestre.

E via Valduga, ficou decidido que a CBA vai criar uma comissão para fiscalização dos autódromos, que ficará responsável, portanto, para relatar as necessidades que as praças automobilísticas terão para sediar as corridas.

A reunião também apresentou um abaixo-assinado para que o diretor de prova Sérgio Berti fosse removido de sua função. Posto na Stock Car no ano passado, Berti virou alvo depois de ter dito “que os acidentes precisavam acontecer num esporte de risco para que as medidas fossem tomadas”, segundo palavras de Thiago Camilo em entrevista ao Grande Prêmio. A solicitação tem caráter imediato, e alguns pilotos também ameaçaram não correr caso Sergio não seja destituído.

Comentários

  • Algum representante da Copa Montana estava presente?
    As duas mortes, a do Rafael e agora do Gustavo, foram nas divisões de acesso, onde o pau come solto.
    Não seria mais sensato que essa moçada também fosse ouvida, tivesse um representante nessa comissão de pilotos?

  • Finalmente os pilotos decidiram agir.

    E o momento é propício.

    Por que não reivindicar o abandono dos carros bolha e a evolução nos autódromos?

    E por que precisam que alguém faleça para que tais medidas sejam tomadas? Os contratos estavam valendo mais que as vidas?

    Abraços!