O futuro do Brasil

SÃO PAULO | Foram quatro dias de tentativa de descanso na agradável Passos, lá no sul de Minas, mas o jornalismo dinâmico sempre urge. É nesta semana, meus caros, que a Revista Warm Up vai tratar de um assunto delicado, que requereu um amplo trabalho de investigação e apuração dos fatos e que aponta mais um exemplo de como o automobilismo vem sendo tratado nestas terras. Vale muito a pena.

E falando no ‘nosso’ automobilismo, Felipe Nasr e Lucas Foresti vêm mandando muito bem na F3 Inglesa. Hoje em Oulton Park, Nasr venceu e Foresti completou a dobradinha. No sábado, na primeira das três primeiras provas, foi o inverso. O campeonato ainda é muito bem visto como categoria de base na Europa, então a chance de saltos muito maiores para as próximas temporadas é enorme, GP2 e por aí vai.

Sei à boca pequena que a carreira de Nasr, administrada pela Raikkonen Robertson (Double R), tem um contrato bem amarradinho que faz a empresa de gerenciamento colocar o piloto na F1 até 2014. É uma história que vai constar nas próximas Warm Up, certamente. Foresti galga passos para segui-lo e merece os aplausos por seu esforço. Pietro Fantin também tenta aparecer. E a atuação deles já dá ideia de quem será o futuro do Brasil na categoria máxima do automobilismo.

Porque de resto, pelo jeito…

Adendo: Lito Cavalcanti, comentarista, boêmio e mandante oficial de vírus de computador, me lembrou a tempo: tem também César Ramos, excelente piloto que está na World Series. Será que esqueci de alguém mais?

Comentários

  • O NASR E DE UMA FAMILIA TRADICIONALISSIMA DO NOSSO AUTOMOBILISMO ALEM DE SER MUITO BEM ORIENTADO PELO TIO AMIR .TEM UM TALENTO NATURAL IMPRECIONANTE . O Foreste e muuuuitooo imaturo , filinho de mamae . Mas esta se preparando muito para tentar fazer oque o tio CONSTANTINO nao conceguiu fazer , embora o tio CONSTA foi mais piloto que elE . O Foreste tem uma quilometragem em termos de Automobilismo que talvez so o NELSINHO tenha tido com sua idade . Vamos torcer para que ELES chegem a F-1 . Boa sorte GAROTOS .

  • Tem muita gente, jornalistas, comentaristas que não sabem na verdade o que acontece por trás dos resultados e grids… Automobilismo depende muito de dinheiro, e quem tem verba maior como Yann Cunha, Pietro Fantin, Foresti, esses filhos de “papai rico” sobram em termos de material e performance junto com os treinos. Um piloto que confio mas que sempre teve pouco investimento é o Lu Boesel. Com um carro limitado e pelo que sei sem treinos sempre foi rápido! chegou nos Estados Unidos na INDY LIGHTS com equipamento de pónta e foi o mais rápido! mais rápido até que o Josef Newgarden! Quem sabe sabe…

  • De todos da F3 UK, o mais novinho (chegou agora, 1º campeonato) é o Pietro Fantin.
    Vi este guri andar lá no Velopark e deu para ver que leva jeito.
    É esperar para ele se acostumar com o grid cheio lá de fora…

  • Desejo sucesso a todos, mas acho que o mais talentoso de todos e’ o Nicolas. Agora chegar la e’ outra historia tem varios fatores envolvidos. Nao conhecia o Nicolas ate qdo o vi andar pela primeira vez em umas corridas aqui na Florida, oqual me fez lembrar muito seu estilo arrojado do nosso tricampeao Airton Senna. Sucesso a todos.

  • Po Victor!
    Estava em Passos tb no feriado! Podiamos ter tomado umas e vc poderiar ter autografado a Edição 1 do “Anuario” WarmUp!
    []´s

  • Bruno Senna, Lucas di Grassi, Luiz Razia, Felipe Nasr, Lucas Foresti, César Ramos, Nicolas Costa – todos eles (e eventualmente ainda mais um ou outro) representam o futuro do Brasil no automobilismo. Até Nelsinho Piquet tem uma longa carreira pela frente embora dificilmente possa voltar à F1.

    O que é preciso é ter a oportunidade certa e dinheiro, pois talento é coisa que não falta. Nem talento, nem tradição de grandes pilotos, com 3 campeões mundiais e 6 vencedores de GP.

    Barrichello deve estar no fim. Teve o mérito de manter um bom nível na F1 durante quase duas décadas mas faltou-lhe sempre qualquer coisa, sobrou em talento aquilo que faltou em estofo de campeão. Massa pode não ser tão dotado como o Rubinho (pelo menos demorou mais a mostrar um bom nível) mas conseguiu o que este nunca conseguiu, discutindo campeonatos com pilotos fora de série como Hamilton e Raikkonen. Em 2007 comandou o campeonato até Monza e só começou a perder para Raikkonen depois de um motor partido. Em 2008 só por acaso não foi campeão. É certo que Hamilton teve alguns azares por conta da FIA e até uma vitória limpa lhe tiraram. Mas Massa perdeu talvez ainda mais com azares, sobretudo em Hungaroring e Singapura. Barrichello nunca atingiu este nível e a prova disso foi em 2009 não ter conseguido ganhar nada na altura em que os Brawn foram claramente os melhores. O Button venceu seis (6!) corridas em 7 possíveis e ele nenhuma. Depois aproveitou as dificuldades do inglês com carros menos estavéis e menos dominadores para vencer em Valencia e Monza mas nunca esteve a menos de 14 pontos do inglês.

    Bruno Senna é agora a esperança mais imediata na F1 e é sem dúvida o brasileiro com mais potencial para vir a ser campeão mundial. Mesmo com tudo a seu desfavor (abandono da Honda, falta de testes, entrada com um carro sem os padrões mínimos exigidos a um F1 e perda de titularidade por falta de apoios financeiros) ele não desiste e no teste de Jerez confirmou aquilo que já tinha mostrado com a Honda em 2008, quando foi quase tão rápido como o Button sem qualquer experiência prévia.

    O Bruno não se limitou a andar nos tempos do Heidfeld com o mesmo tipo de pneus, mostrando igualmente uma consistência de tempos digna de registo e nada inferior à do alemão. Este só garantiu a vaga porque a equipa já tinha optado por um piloto bastante experiente para assumir o lugar do Kubica. É preciso que se diga que o alemão tinha também a vantagem de conhecer o KERS (de 2009) e de ter desenvolvido os Pirelli. Além disso no dia em que andou a pista teve melhores condições de aderência, enquanto o Bruno apanhou uma pista com menos temperatura e mais vento, fazendo apenas uma tentativa com pneus macios e nenhuma com os super-macios.

    Com os pneus mais duros:

    HEIDFELD – 1m21s933
    SENNA – 1m21s990

    Com os pneus macios:

    HEIDFELD – 1m21s270
    SENNA – 1m21s400

    (Senna fez apenas uma tentativa com os pneus macios)

    Com os pneus super-macios:

    HEIDFELD – 1m20s361

    (Senna não teve tempo de fazer qualquer tentativa com os pneus super-macios)

    Quanto à média dos stints:

    Nick Heidfeld, 12 de Fevereiro de 2011
    8 stints, tempo médio por volta de 1:23.741

    1° stint – 6 voltas, 1:24.091 (média)
    2° stint – 3 voltas, 1:23.917
    3° stint – 9 voltas, 1:23.747
    4° stint – 9 voltas, 1:22.999
    5° stint – 9 voltas, 1:24.611
    6° stint – 9 voltas, 1:23.991
    7° stint – 9 voltas, 1:22.959
    8° stint – 8 voltas, 1:23.536

    Bruno Senna, 13 de Fevereiro de 2011
    6 stints, tempo médio por volta de 1:23.921

    1° stint – 7 voltas, 1:24.620 (média)
    2° stint – 11 voltas, 1:23.576
    3° stint – 11 voltas, 1:24.047
    4° stint – 8 voltas, 1:24.263
    5° stint – 3 voltas, 1:23.349
    6° stint – 5 voltas, 1:23.056

    Acresce ainda que Bruno Senna fez a melhor média de todos os pilotos presentes em Jerez no dia 13 de Fevereiro, algo que o alemão não conseguira na véspera, apesar de ter obtido o melhor tempo graças à utilização dos super-macios.

    Portanto, sobretudo tendo em conta a enorme margem de progressão do Bruno Senna (seria ainda muito mais rápido com mais treino e a possibilidade de correr como titular), parece-me óbvio que o piloto, além de ter ganho muito espaço na equipa (participando até nas reuniões técnicas como se fosse titular) merece da parte dos seus compatriotas todo o apoio tendo em vista o futuro. Se não for titular na Renault Lotus em 2012 (ao lado de Kubica seria fantástico), acabará por ser titular numa outra equipa mais tarde ou mais cedo.

    Lembrem-se também que o sucesso de Bruno Senna (só dependente de ter a oportunidade que há muito tempo merece) não pode deixar de ser benéfico para outros jovens valores que correm nas categorias de promoção, dando um novo fôlego a todo o automobilismo brasileiro.

  • Victor, gostaria de colocar nessa lista do “provaveis talvez o Adriano Buzaid, que ta vencendo corridas e chamando a atençao na F-3 inglesa. Pode nao parecer muito, mas ta seguindo os passos de um brasileiro tricampeao que conhecemos bem!

  • Eu baixei no RU as corridas de Monza, Meu teve um pega pela primeira posição entre Foresti e Nasr de arrepiar, com direito a toque e tudo.
    Não sei se é impressão minha mais o Nasr parece ter um equipamento um pouco melhor que o Foresti.

  • Desculpem meu ceticismo, mas nenhum deles vai vingar. Todos esses no máximo chegarão onde o outro chamado di Grassi chegou, ou seja lugar nenhum…….

    Lamento, mas essa é a história, basta esperar para ver.

    Sempre tiveram melhores contemporâneos que eles aqui mesmo no Brasil no kart. E todos sabem disso.

    Mas, boa sorte a todos! Vale a pena tentar!

  • Nicolas foi campeão da F- Future em 2010 e como prêmio, passou a ingressar na academia de pilotos da Ferrari. Está correndo na Itália de F- Abarth sim e já vem sendo um dos destaques por lá . Tem muito potencial e acredito que vai ser um nome mais forte em breve . Vamos torcer !

  • Talvez, assim, quem sabe, e num outro estágio, o Yann Cunha, que se destacou no pequeno grid da F3 Sudamericana. É jovem e corre de monoposto, coisa rara.

  • Felipe Nars estará na F1 com certeza, tem bom contrato, um título na F BMW e deve levar a F3 Inglesa este ano. Agora quanto a Lucas Forest, é um piloto que sempre acompanhei desde o Kart e posso dizer, este ano ele está demonstrando uma evolução assustadora, em se mantendo neste ritmo deve chegar também a F1 já que dinheiro pra ele não parece ser problema. Yan Cunha já demonstrou ser muito bom piloto assim como Pietro Fantin e td vai depender da grana e das escolhas, já Pipo Derani confesso que não conheço. Uma coisa que devemos observar é que Felipe e Lucas estão em seu segundo ano de F3 Inglesa enquanto os outros são debutantes na competição!

    • Essa evolução assustadora do Lucas, se deve a ele próprio é claro, mas também ao acompanhamento de perto, desde o ano passado, de Roberto Pupo Moreno.
      O Moreno vem acompanhando o Lucas, desde a escolha da equipe inclusive quando trouxe a Brasília no final do ano o engenheiro e os pneus (ingleses) para o Lucas treinar.

    • Reinaldo, está ok o qvc disse, só espero que o “Nars” seja apenas erro de digitação – mas eu ouvi um dos ensandecidos narradores do Speed Channel afirmando categoricamente que o nome do brasiliense se pronuncia “Nars” e não “Nasser” – que é o que eu sempre escutei dizer do nome da equipe de pai e tio, Samir e Amir Nasr, e que é a lógica da pronúncia em português desse sobrenome sirio-libanês.

  • Pessoal,

    E o Pedro Bianchini? Desde pequeno é patrocinado pela Red Bull. Ele iniciou uma carreira européia não faz muito tempo. É Brazuca de São José dos Pinhais-PR.

    Sds

  • cedo, mt cedo para apostar em qq um deles. Dirani, Di Grassi, Senna e Buzaid tb venceram corridas na F3 nos últimos anos. Acho q até o Valério.

    O Nasr tem uma formação mais sólida, desde o kart, mas lembrem-se tb que a F3 UK é o campeonato onde mais se pode treinar no mundo e alguns dos “brazucas” que lá estão podem investir em treinos a vontade (Foresti/Fantin/Cunha, por ex.). Prefiro esperar o que farão/fariam na GP2, com 12 voltas antes do qualifying. E só.

    • pois é, buzaid e gabriel dias venceram corridas, se deram bem no ambiente da F3 inglesa, mas não conseguiram o título. talvez isso seja fundamental para seguir em frente nos monopostos, ao menos para pilotos sulamericanos.

  • É o caso de geração espontânea, pois não existe categoria de base adequada no Brasil faz tempo. Para ter piloto na F1 do Brasil no futuro, só assim mesmo. Só na raça.