Di Grassi e o futuro

SÃO PAULO | Amanhã vai ao ar no Grande Prêmio uma entrevista com Lucas Di Grassi, dada a Evelyn Guimarães, em que alguns ótimos bons pontos são mencionados — como seus planos para 2012. Não vou antecipar aqui, mas há algumas tantas opções para o atual piloto de testes da Pirelli fora da F1. Vale a pena ler.

Mas um fato que não foi revelado na entrevista é possível dizer aqui, e se refere a esta temporada: o brasileiro está trabalhando fortemente para conseguir uma grana que lhe permita correr o GP do Brasil, que acontece daqui três meses em Interlagos. O valor é avaliado em meio milhão de dinheiros americanos, cerca de 800 mil tutus nacionais.

Três equipes estão na jogada. Duas têm o mesmo nome. O que significa dizer que em ambas haverá disputa com brasileiros pela vaga de titular.

Comentários

  • É… tem coisas na F-1 que nao mudam…

    Acho sinceramente que ele deveria concentrar esforços para o ano que vem. Ele ja tem o mais dificil, que é uma bela vitrine…

  • Lucas Di Grassi é absurdamente mais piloto do que Bruno Senna (Renault) e Luiz Razia (Lotus). Merecia uma chance mesmo, mas tem de levar grana. Se a terceira equipe fosse a Williams ou a Force India, seriam opções mais interessantes. Se for Virgin ou Hispania, é melhor lutar pela Lotus verde, que está “menos difícil” na concorrência.
    André / Piloto no http://www.f1bc.com

    • Não temos muitos dados para dizer quem é melhor. Na F1, com carros iguais, o Bruno Senna esteve melhor do que o Lucas di Grassi no teste com a Honda e fez um tempo mais próximo do Button (0,3 contra 0,5)

  • Seria impensável Lucas di Grassi correr no GP do Brasil na Lotus Renault sendo Bruno Senna piloto de reserva dessa equipa. Aparentemente o di Grassi tenta o impossível, até porque não vejo como poderia conseguir patrocínios mais avultados do que aqueles que Senna pode alcançar. Mas mesmo que os conseguisse custa-me a crer que a Lotus Renault fosse colocar no seu carro um piloto que não está na equipa, tendo a possibilidade de associar a imagem e o capacete de um Senna com as cores do patrocinador Lotus. Isto sem falar no valor do piloto, que já demonstrou nos testes ter um bom potencial. Além disso bateu o di Grassi no seu primeiro teste, com a Honda em 2008, apesar da maior experiência do seu compatriota.

    Já na outra Lotus tudo parece mais credível, pois o Razia não tem experiência suficiente. Mas o mais certo é di Grassi correr na Virgin, isto se conseguir mesmo os desejados patrocínios.

    • Impressionante como as viúvas estão com medinho do sobrinho sobrar de novo.

      Sobre a comparação entre os dois pilotos, não tem muito o que dizer…

      Di Grassi nunca perdeu para um companheiro de equipe em toda sua carreira. Isso inclui surras homéricas em Buemi em 2007( 77 X 6), Di Resta em 2005 (68 X32) e Petrov em 2008, (63 X 39), mesmo com o brasileiro tendo disputado 6 provas a menos naquela temporada.

      Neste mesmo 2008, DI Grassi foi 3º no campeonato, apenas 1 pontos atrás do sobrinho, que disputou toda a temporada e tinha um carro superior. É inegável que até o Lucas chegar na Barwa a equipe era fracaia. Sempre estava do meio pro fundo do grid, nunca tinha vencido uma corrida sequer.

      Mesmo na F1, no ano de estreia, acabou na frente do Glock, ótimo piloto e com muito mais experiência na F1. E o principal, em 80% dis fins de semana teve um carro inferior, sempre com menos atualizações e ainda o problema do peso total, que fazia uma diferença em média de 0.5s/volta. Até por isso nas classificações não tinha como brigar, mas nas corridas tirava a diferença no braço e equilibrava as coisas.

      Já o sobrinho, vejamos… Lembro dele tomando pau do Justin WIlson na F3, vendo seu companheiro de equipe ser campeão.
      E na F1 conseguiu perder pro Chandhok, aquele mesmo que tomou 2 voltas do Kovalainen quando disputou um GP pela Lotus este ano.
      Não é um mau piloto, mas não fosse o nome, não passaria nem perto da F1.

      Quanto ao Razia… Vejo ele sempre em equipes de ponta e mesmo assim andando atrás. Foi 10º num campeonato em que seu companheiro de equipe foi campeão. Esse ano consegue tomar vareio do limitadíssimo Valsecchi.
      Que aproveite bem enquanto o pai continua bancando a brincadeira.

      Agora, quanto a uma vaga na “Renault”,também não acredito que colocariam o Lucas pra correr no Brasil e deixariam o sobrinho, que está pagando desde o início do ano, a pé.
      O Senninha certamente tem mais lobby e facilidades para arranjar patrocínio. E se precisar, pode recorrer a fortuna da família, coisa que não fez até agora.

    • Caro Don Ramón,

      Não podemos comparar dessa forma um piloto em desenvolvimento com outro já mais experiente. O Lucas di Grassi mostrou mais no confronto com colegas de equipa nas categorias de acesso porque era mais experiente. O Bruno começou a carreira muito tarde e a sua consistência não foi a mesma de di Grassi. Mas o seu potencial de desenvolvimento é maior. Na GP2 o di Grassi estava já na sua terceira época e era piloto de testes da Renault, tinha uma bagagem que o Bruno ainda não tinha. Daí ter feito a época que fez, melhorando o carro e terminando a 1 ponto do Bruno participando em menos 6 corridas. Na GP2 os carros são iguais e a experiência do Lucas fez a diferença. Mas à chuva, em Silverstone, o Bruno bateu-o de forma convincente. Depois, na F1, o único confronto entre eles com carros iguais (teste na Honda) terminou com a vitória de Bruno Senna, apesar de ser o seu primeiro teste e o di Grassi ter mais experiência. Na comparação com Button o Bruno também fez melhor do que o Lucas (ficou a 0,3 contra 0,5).

      Nas temporadas de ambos na F1 não há muito para avaliar. Os dois tiveram carros que não lhes permitiram mostrar o seu real valor, sobretudo o Bruno, pois o HRT era horrível. Mesmo assim o Bruno bateu os seus colegas de equipa (12-6) enquanto o di Grassi foi superado pelo Glock. Isto nas qualificações, porque em corrida foi a fiablidade dos carros que ditou regras. Bruno Senna teve muito mais problemas técnicos do que Chandhok, mas esteve normalmente melhor no braço do que o indiano. Isto apesar de ter sofrido com falta de ritmo nas corridas iniciais, pois esteve mais de um ano longe dos fórmulas por ter perdido a vaga na Brawn demasiado tarde, quando já não havia vagas credíveis no GP2.

      Sem o nome não chegaria perto da F1??? Seria impossível ter um nível idêntico ao do tio depois de 10 anos parado, mas o que conseguiu em tão pouco tempo não seria possível apenas com a ajuda do nome que tem. Damon Hill também tinha um nome famoso e demorou 10 anos a chegar à F1. Ao Bruno bastaram 4 anos para chegar ao teste com a Honda e ser quase tão rápido como o Button. Damon Hill não ganhou nenhuma corrida na categoria secundária da altura, a F3000. Bruno Senna ganhou 3 corridas na GP2 e foi vice-campeão. Com as condições e oportunidades do Hill o Bruno faria melhor do que o inglês também na F1. Mas na altura haviam testes quase ilimitados e agora quase não há testes. Hill tinha o apoio incondicional da imprensa do seu país, o Bruno nem tanto. Além disso, o Bruno sofre muito mais com comparações irrealistas (com o tio), com o preconceito do sobrenome por parte de muitos adeptos (sobretudo compatriotas), o que pode dificultar a obtenção de patrocínios no seu próprio país, apoios que seriam essenciais para que a sua carreira na F1 possa verdadeiramente arrancar, coisa que até agora não aconteceu.

      Seja como for, acredito que o di Grassi ainda pode ter mais problemas para arranjar patrocínios tendo a concorrência de alguém com o nome Senna. Mas pior estão outros jovens talentos, que esses nem conseguiram arranjar apoios para entrar sequer numa Virgin.

      Nós em Portugal temos o Filipe Albuquerque, que em 2006 foi o melhor piloto da Red Bull (melhor do que o Vettel) e foi atirado para a prateleira por ser um português enquanto o Vettel era alemão. Não pôde prosseguir a sua carreira ao mais alto nível mas vimos o que fez na Corrida dos Campeões, onde bateu o Vettel e o Loeb logo na sua estreia. Temos também o Alvaro Parente, um piloto tão ou mais talentoso do que o Bruno Senna (ainda há pouco voltou ao GP2 e foi segundo no Mónaco) mas que não teve hipóteses de entrar na F1 por falta de apoios financeiros. Perdeu a vaga para o di Grassi por falta de apoios e nem como reserva se conseguiu manter. Agora é a vez dos pilotos brasileiros passarem pelas mesmas dificuldades, pois o mundo mudou e na F1 o talento é cada vez mais insuficiente para se ter uma boa oportunidade. É preciso muito dinheiro para garantir um bom lugar e só então se pode mostrar o que vale. Foi o que fez o Perez. Sem o dinheiro da Telmex do Carlos Slim não poderia mostrar o seu valor na F1.

  • E a terceira é espanhola, certo?

    Que ele corra pela antiga Renault, junto do Petrov…

    Na Lotus do Kova, no lugar do Trulli ou na Hispania do Ricciardo, no lugar do Liuzzi será jogar dinheiro fora