Ale Rocha

SÃO PAULO | Digamos que tudo tenha uma razão de ser por um ser divino. Desde pequeno, isso me foi posto como verdade à exaustão pelo Estado que não é laico, pela escola de madres passionistas e pelo colégio de frades beneditinos e indiretamente pela faculdade. Todos com nomes de santos, missas, palavras, salvação e rituais, e às 9h da manhã, todos de pé, a música vinha da sala de som e a oração que seguia, Senhor, eu vos agradeço por terdes morrido na cruz pelo meu amor, meu Senhor, misericórdia.

Meu Senhor, misericórdia.

A verdade virou dogma com a família voltada à continuidade da vida no pós-desencarnar, e a tia-avó mediúnica me fez crer com mais firmeza em algo. Deve ter algo, mesmo, e se tem, todo mundo apela ao seu deus de alguma forma, na agrura e na dor, a súplica, o perdão, meu Senhor, misericórdia.

Meu Senhor, misericórdia.

Senhor ou Deus, seja lá quem for, e se me realmente me ouve ou me lê, eu gostaria de questioná-lo por algum tempo. Porque vira e mexe eu sou obrigado a engolir que foi o Seu desejo de tirar alguém aqui de nós, que era a hora e que a missão havia sido cumprida. Não é meio que egoísmo de Sua parte achar que é o momento certo de tirar a vida de alguém? Qual o Seu conceito de tempo? E como saber qual missão cumprir ao Seu gosto, e como não cumprir da forma certa justamente para não satisfazer um gosto meramente pessoal?

Vamos ao fato. Ale Rocha. Um diagnóstico fatal, três anos e nada mais de vida por um problema pulmonar crítico. Se ele tinha uma missão, foi obrigado a mudá-la no meio do caminho. Ale Rocha soube se reinventar e partiu para sua nova fase. Abdicou de uma vida normal para viver, ao seu modo, uma vida normal. Para viver. Quando o Senhor, por meio de um cara de branco com um exame na mão, sentenciou uma previsão e um prazo de validade, tratou de dar seu conceito de tempo. Pois se não fosse Ale Rocha um afeito à vida, teria desistido antes. Teimoso, ouviu do Seu representante que um transplante seria a salvação única. Perdeu peso e passou fome. Entrou no eixo. Fez-se pronto. Durou mais que o dobro do tempo até que o pulmão que deveria salvá-lo chegasse. Qual o Seu conceito de tempo?, pergunto de novo.

Seja qual for, deu tempo para que Ale Rocha se tornasse um dos maiores críticos de TV do país. Que fosse conhecido por um monte de gente, que tomou conhecimento de seu apuro e da luta diária que era abrir os olhos. Deu tempo de sentar na poltrona, de vê-lo numa emissora e num portal de grande porte, deu tempo de ler seus textos, de muito mais concordar do que discordar, deu tempo de respeitá-lo, deu tempo para aplaudi-lo. Enquanto a vida esteve em suas mãos, Ale Rocha deu um baile no Senhor esse tempo todo, este tempo todo Seu e Seu conceito. Enquanto pôde, Ale Rocha preferiu seguir e lutou pra caralho, reconheça isso. O prêmio por essa luta só seria a antítese à estatística de que quem vai para a mesa de operação não sai bem dela.

E nestes dias todos em que vinham as notícias de que Ale Rocha estava bem, Você viu bem a felicidade geral e minha do quanto isso representava, para ele, claro, e para nós aqui. E do nada isso acabou, sem que ele pudesse agir. Meio que na trairagem. Sei que é egoísmo da minha parte, agora, mas como é que Você vai me explicar o que eu estava preparando para entregar a ele quando fosse vê-lo, enfim? E o beijo no rosto e o abraço de admiração? E o bar que eu ia marcar, como é que fica? E a festa e tudo mais? O que eu vou explicar para minha mãe quando, num momento de desespero dela, eu usei Ale Rocha como exemplo de vida? Você perguntou se era desejo dele? Sabia qual a próxima missão? Foi a desobediência dele ao seu tempo, é isso? Viu que Você conseguiu desagradar todo mundo?

Pela visão espírita que tenho da nossa mera existência, eu fico bastante tranquilo. Não há dor. Mas não tem misericórdia, Senhor. Não tenho nada para agradecer neste momento. Se sou julgado dia-a-dia, portanto me permita uma réplica: o Senhor foi bem burrinho nessa. Seria de bom grado admitir isso, erros acontecem, até com o Senhor, que dizem ser infalível. Só assim eu vou ficar menos indignado por aceitar que Você acabou assim com um de nossos heróis.

Ninguém mexe assim com nossos heróis.

Comentários

  • Nossa!! Uau!! De fato vc escreve muito bem…DEUS te deu sabedoria, intimidade com as palavras, mas vc distorceu esse talento…faltou humildade, carinho e respeito para com aqueles que acreditam fielmente nesse DEUS que vc se refere com um pouco de repúdio…vc tem sorte que ELE é um DEUS de infinita misericórdia e que certamente entende seu momento de dor e que sabe que ainda se arrempenderá, e o melhor é que ELE prontamente o perdoará pois ELE é amor…Desejo que fique bem…vou orar por vcs…

  • Cara o texto é muito bem escrito, realmente um dom diferenciado esse seu…. no entanto a natureza é assim, todos terão sua hora… analise um pouco as duas situações: 1ª O cidadão X sai de casa brigando com a sua mulher porque ela não programou o despertador, na pressa não cumprimenta um grande amigo devidamente e em seguida atende sua mãe ao telefone com o clássico “estou ocupado mas pode falar mãe” ela claro fala que não é nada demais e desliga… ao final do dia o cidadão X é atropelado e morre repentinamente…. 2ª O cidadão AR tem um diagnóstico terminal e tem tempo de se superar e fazer tudo com a máxima perfeição como se fosse seu último dia, está sempre deixando as pessoas com uma excelente “ultima” boa lembrança, se superando na vida e para a vida, e tendo deixado uma enormidade de amigos e admiradores por sua garra e conduta, parte para a outra etapa de sua vida (a morte faz parte do ciclo) deixando todas as pessoas orgulhosas de tê-lo conhecido…. A verdade é a seguinte: é clichê mas é a mais pura verdade a única certeza que existe nessa existência é que ela vai acabar, que cada dia de vida estamos mais perto da morte e mesmo com essa certeza (a única realmente absoluta) nunca estamos preparados para ela…. a vida e a forma como o grande Ale nos deixou serve de exemplo de coragem e determinação…. O que mais ouvimos pela rua é – fulano ficou cego, Deus me livre, preferia morrer do que isso!. Outros dizem – perdeu a família e se eu fosse ele ia querer morrer junto!. São dores absurdas , mas é lindo quando alguém vai até o limite do ser humano e nos mostra que somos muito maiores que elas. O que devemos é parar de “sabermos” que existe uma continuidade e SABERMOS que existe uma continuidade. Todas, todas as civilizações do mundo inteiro, em todas as eras acreditavam de alguma forma nisso, essa é a única lógica que eu preciso. Grande abraço ao Victor e meus sinceros sentimentos a todos os amigos do Ale Rocha. PS.: se eu conseguisse fazer metade do que o Ale fez nesses últimos 5, 6 anos, eu ia partir felizão com o sentimento de dever mais do que cumprido, grande abraço a todos.

  • Li e reli o texto do Victor. Depois li e reli todos os comentários. Eu particularmente, não questiono Deus por suas atitudes. Pois sempre ouço de alguns a frase: “Quer fazer Deus rir? Faça planos.” Creio que a vida tem muitos mistérios que não podemos dimensionar. Ainda. A nossa inteligência nos faz questionar sim. E nesta hora eu penso em que tipo de vida teve o Ale Rocha? Tenho uma mãe que sofre de asma desde os 3 anos de idade. Asma que ela pegou de um gato e por isso nunca conseguiu a cura. E ela teve uma vida muito dificil, viu a morte de perto dentro de uma U.T.I. por três vezes. Eu passei a minha infancia inteira sendo cuidada por babás, e pelo meu pai. Por que ela passava meses internada. E eu acredito que por alguma razão Deus deu a ela mais alguns anos de vida. Afinal também sempre ouço dizer que “Deus nunca dá uma cruz que não possamos carregar…” Talvez o corpo do Alê estivesse cansado de sofrer, Digo o corpo, por que só ele em espírito, alma, sabia a dimensão da sua dor. E por mais que lutasse pela vida, chegou a hora do espirito se libertar de um corpo enfermo e ir habitar em outra esfera, onde não precisasse mais sentir dor, onde pudesse se sentir livre. É assim que eu encaro a morte. O tempo aqui na Terra acabou. Quem conviveu, quem leu, quem escutou, quem concordou ou até mesmo discordou do Ale, sabe que a única coisa que todos nós um dia teremos que enfrentar é a morte. E dela ninguém escapa. Uns vão mais cedo, outros mais tarde. Mas cumprimos sim o nosso tempo aqui. E que ele, o Ale, possa seguir com sua alma por caminhos mais floridos, sem dor, sem ter que brigar com tudo e com todos pelo oque acreditava, pelo oque tinha direito, Enfim. Siga em Paz Ale, você merece esta paz.

  • Sou mãe, mais precisamente Mãe do Ale! Que lindo texto! Só hoje, 08.12 tive a oportunidade de tomar conhecimento dele. As vezes também discordo deste “tempo”, de “cumpriu a missão”, mas nunca soube colocar o meu sentimento tão bem como você fez! Este texto é uma homenagem a um amigo que partiu cedo e com muito ainda a fazer. Obrigada pelo carinho, pela amizade e por tudo que você compartilhou com o Ale nestes anos. Tenha certeza que você é um dos “caras” que ele respeitava e admirava.

  • Esse texto não trata de Deus, de vida, ou de morte. É um amigo desabafando sobre a perda de um amigo. Não sejam estúpidos de virem aqui comentar criticando ou julgando um texto de desabafo numa situação dessas. Que o cara descanse em paz, e que os que estão sentindo sua partida tenham força nesse momento.

  • Diria que foi um pouco profano, no senso geral.
    Entretanto, a arte, a literatura e outras áreas do conhecimento se utilizam da “literatura do mal”, como descrevem a de Baudelaire.
    E no contexto utilizado, no mínimo, é perfeitamente compreensível.
    Pelo visto, você realmente gostava ou até mesmo podemos dizer que amava o Ale Rocha.
    Por esse motivo, entendo seu sentimento e também achei o texto sensacional, emotivo e corajoso, pois demonstrar sentimentos é muito difícil.
    Continue a nos felicitar com os seus excelentes textos e da nossa parte (certamente da minha) a torcida e apoio para que continue a ter o seu espaço sempre.

  • Cara, escreveu muito bem, porém não concordo com a idéia central.
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    Entendo teu sofrimento, mas não jogaria em Deus a culpa de tudo, seria injusto com Ele.
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    Na minha opinião, não estamos aptos a julgar o inexplicável, mesmo porque para alguns Deus nem existe. Então de quem seria a culpa?
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    Te desejo muita paz, calma, discernimento e, principalmente, força para encarar essa situação, porém não sejamos injustos jogando a culpa em Deus, assim como não podemos jogar a culpa no Ale Rocha por ter driblado muito bem o primeiro diagnóstico de 3 anos, nos dando algum tempo a mais de alegria com sua presença e, infelizmente, nos deixando falsas esperanças de uma cura milagrosa.
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    Tente encarar de outra maneira, se é que te interessará essa minha dica. Encare que Deus “nos deu” mais tempo com o Ale.
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    Pra mim, a maior culpa do sofrimento pela morte é nossa em não saber lidar com ela. Por mais que a razão nos diga que as coisas não são assim, sempre achamos e acharemos que todos os nossos queridos morrerão velhinhos dormindo numa cama quente.
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    Abraços

  • Adorei o texto.. Concordo com esta indignação diante da morte, e acho extremamente sadia essa revolta com Deus… Estranho seria se todos estivessem achando normal uma pessoa jovem, que lutou tanto pela vida, morrer assim, dois dias depois da operação, dois dias depois de encher os familiares, amigos, conhecidos e fãs de esperança.. de certeza de que a recuperação dele seria possível. Sim, Deus errou e não teve misericórida. Vai entender!!!

  • Se o “Ale Rocha foi um dos maiores críticos de TV do país”, a afirmativa é passível de questionamento. Entretanto, que ele foi uma das pessoas generosas e nobres que conheci, ah, isso foi! Deus o tenha! É assim… De vez em quando Deus passa entre nós, nos olha e leva consigo o melhor dentre nós! Descanse em paz Ale!

  • Conheci o Ale em 2005, logo após o diagnóstico. Passávamos madrugadas batendo papo via msn. Nos vimos a primeira vez quando o João nasceu. Mas nem pareceu a primeira vez, ele me deu um sorriso tão sincero e acolhedor, que parecia amigo de infância. E q tipo de pessoa conhece um cara da internet na maternidade? Eu.
    Muitas e muitas vezes usei o Ale como referência. Um dia o chamei para uma “palestra motivacional”, e não é que ele aceitou? Por questões de agenda, acabou não acontecendo, mas de fato ele foi um exemplo de garra e determinação.
    Vi muitos blogs surgirem e serem deletados até o surgimento do poltrona. Chorei de rir, e chorei de chorar mesmo.Um cara muito bacana, que fará falta. Como eu disse, vai ser bem chato assistir TV sem o Ale.

  • Você assinou o passaporte (já achava) para ser um nome respeitado pela palavra bem escrita, pela provocação à reflexão!
    ÒTIMO!

  • Teu texto tem uma referência das passionistas evidente: Deus dá a vida e, se quiser, a tira. Numa cadeira da teologia chamada escatologia, descobre-se que o Senhor não tira vida – isso na verdade O transformaria num manipulador de marionetes que brinca com seus inventos. Na verdade, a morte é uma consequência natural da vida, ainda que esta vida não seja natural, com a poluição, insegurança e alimentação que apenas suportamos; e mesmo que ela, a morte, aconteça de forma estúpida, como uma facada “passional”, por exemplo (veja a paixão aí de novo) ou uma infecção, dessas com que os brasileiros, bloqueiros ou não, encontramos nos hospitais. Mas temos nossas indignações, e a morte nos soa um termo indignante para a vida: deve existir um culpado! E por que não Deus, este ser insolente que nos põe a conviver com alguém, a ponto de criarmos laços afetivos e de admiração tão grandes para, com a maldade que Lhe é peculiar, tirar sua vida da maneira mais tosca possível…
    Bem, neste teu momento de perda, não tem como alguém como eu querer defender Deus, mas, pensando bem, não terá sido um ato de misericórdia contigo ter convivido com alguém como o Ale Rocha, que amava a vida, do jeito que Deus a tinha dado pra ele? A não ser que tu não tivesse nada a receber como uma graça divina com a sua curta e intensa vida, eu acho que foi, cara.
    Meus pêsames.

  • Victor, normalmente não escrevo nada em maiúsculas, mas hoje preciso: TEXTO ESPETACULAR. Emocionante sem ser piegas. Não conheci o Ale como você para ter a mesma dimensão da perda, embora também a lamente muito por saber que ele lutou muito para viver. Mas sinto isso muitas vezes quando pessoas do bem se vão antes da hora – para nós antes da hora, porque Ele achou que era hora, embora não necessariamente devemos concordar. Parabéns e parabéns.

  • Victor,
    Coloquei você no mesmo status de admiração como tenho há pelo menos 15 anos com o Flávio Gomes pelo seu profissionalismo e maneira de saber escrever muito bem, demonstrando amor pelo que faz. O troféu ACEESP foi apenas consequência…
    Confesso que não conhecia o Ale Rocha porém seu texto maravilhoso (mais uma vez) fará com que eu busque conhecer melhor quem foi ele.
    Obrigado pelo blog e pelo trabalho, fazendo com que eu pelo menos 3 vezes ao dia acesso seu blog…

  • Vitor, não quero fazê-lo ficar com raiva ou sofrer mais. Sei que a dor da perda de alguém querido é foda…
    Mas já procurou pensar ao contrário do que expôs no texto? Que foi Ele que deu ao seu amigo a força de viver um pouco mais e demonstrar a força que existe por detras da Vida?
    Deus desconhece o sentido do tempo, ele é o tempo. Ele não entende palavras, mas sentimentos, sentimentos em estado bruto… e os mais refiinados também.
    Tempo é um conceito fisico, Deus não entende fisica. As doenças, a morte de nosso corpo, tudo são conceitos desse mundo, dessa realidade. Acontece sem interferência Dele.
    Quando ele interfere, é a beleza de algo difernte. Acontece o sorriso inesperado de uma criança em nosso momento mais sombrio…
    Acontece a sobr3evida inesperada de um amigo especial…
    Acontece algo…

  • Também queria ser mais nobre e pensar que foi uma passagem, que Deus sabe o que faz, que o Alê descansou. Mas estou com vc, Victor, foi uma sacanagem das mais cruéis…

  • Victor nao sei como voce faz, mas voce achou perfeito ao descrever o que muitas pessoas pensam numa situaçao dessas. Meus sentimentos a voce e aos familiares do Ale Rocha. Abraços Ronei Rech

  • É isso Victor, linda a sua homenagem/desabafo. Qdo. pintaram as notícias do transplante e recuperação achei que vinha uma nova época para este amigo de vcs que eu nunca tive contato, mas não que fosse isso. Meus sentimentos.

  • Só me permita discordar: anormal é tudo que envolve essa ladainha de Senhor, controlador de tudo e todos; e normal é adoecer, morrer, se acidentar se ferrar;

    E mais, foi-se o tempo em que algum humano tinha que fazer alguma coisa para merecer estar vivo, hj em dia, são tantas facilidades e valorização à imbecilidade, que quem vai entrar em extinção são exatamente os heróis e não os imbecis – como deveria ser e o é na natureza …

  • Victor teu texto é de um sentimento lindo, mas momentâneo como a vida.
    Se vc analisar bem, mais perguntamos, do qe obtemos respostas, e quase sempre as respostas nos pegam desprevenidos.Somos apenas coadjuvantes da vida, e são raros os aplausos, qdo se sai de cena…
    A missão cumprida sim, nos permite ser o ator principal dessa peça, qe ao chegarmos somos aplaudidos de pé! Pense nisso…bjus

  • Victor, me permita contar uma historinha.

    Sempre gostei de automobilismo, especialmente Formula 1. Fiz minha conta no twitter exclusivamente para seguir pessoas do meio como barrichello e outros pilotos mas passei a seguir tbm jornalistas que cobrem o tema como vc e o flavio gomes. Acontece que vc sempre citava o @estadodecirco em seus tweets sempre com tiradas com um tipo de humor que gosto. Passei a seguir @estadodecirco. E foi através dele que “conheci” o AleRocha. Eu lia os RT dados por vc e pelo Borges e achava sempre sensato os comentários ácidos do cara. E passei a segui-lo tbm. Foi aí que percebi que tinha uma coisa diferente ali. Eu tenho o que se chama de depressão leve, tenho minhas neuras, fico pra baixo por motivos pequenos e passsei a me achar um perfeito idiota por reclamar de coisas ínfimas quando percebi a lição que o Ale Rocha estava me dando mesmo sem me conhecer. As minhas dificuldades não são nada perto das que ele passou e aparentemente, vendo aqui pelo pc, enfrentava com altivez, dando a cara para bater falando de sua doença em redes sociais mas nunca se fazendo de pastor ou doutrinador. Fiquei feliz com a noticia do transplante e me vi triste hoje quando vi “AleRocha” nos tópicos do twitter por conta de sua morte. Nunca te vi, nunca vi o estadodecirco mas são os únicos que posso dar minhas condolências e dizer que esse cara, amigo de vcs, tbm foi meu amigo me ajudando a lidar com minha depressão com sua lição de vida.
    Abraço

  • Não se revolte. A revolta não o trará de volta. Nada é por acaso. Sempre há um propósito maior.
    É difícil aceitar, compreender pq alguém que amamos se vai de repente, sem chance de nos despedirmos. Só pense que a vida aqui na terra é como um piscar de olhos e que, logo mais, você poderá vê-lo de novo.
    Só morre o corpo, mas o espírito continua vivo.
    Desejo paz para ele, para a família e para os amigos.

  • Victor, sou leitor assíduo do teu blog, e mesmo discordando do meio da sua ideia (o erro de Deus), o fim da ideia justifica-se, um tributo ao seu amigo Ale Rocha, o qual tantas vezes li suas matérias, e tão competente no uso das palavras quanto você (não tenho o mérito de julgar, ambos são ótimos)… Não cabe a mim, ainda mais num momento de tristeza teu e dos próximos do Ale tentar dissertar algo sobre Deus, isso vai de cada um. Enfim, tudo isso é para lhe, se te conforta, parabenizar pelo texto que fez para teu amigo, e não perca tempo discorrendo sobre quem não entende o seu significado para “Herói”, Ale foi um para você, e isso lhe basta.

    Que ele lhe motive ainda a mais a fazer o JORNALISMO que sempre fez, a luta continua! Força!

  • Querido, a missão dele foi cumprida mesmo que, um tanto quanto, curta. Fique bem!
    ‘Não, o coração que amou de fato jamais esquece. Mas, continua amando até o fim. Como o girassol volta para o seu Deus, quando ele se põe, o mesmo olhar que lhe dirigiu quando ele nasceu.’ TM #Fases

  • HERÓI É QUEM DEDICA TODA A VIDA PARA TENTAR CONSTRUIR UM MUNDO MELHOR, MESMO SEM RECONHECIMENTO OU RECOMPENSA ALGUMA, NÃO UM COMENTARISTA DE TV.
    Espero que os heróis de verdade não se ofendam com as suas infelizes colocações…

      • VM em respeito ao seu finado “herói” você não deveria me responder em tom provocativo ou até mesmo nem me responder para evitar uma discussão nesse momento que eu percebo ser de extrema dificuldade para você, reclamando até mesmo para Deus.
        Utilizando o respeito que você não teve, eu encerro por aqui desejando que Ale Rocha descanse em paz e desejando tambem um pouco mais de serenidade para você VM.

    • E qual seria a profissão “certa” para ser um herói?

      Do dicionário: “Herói: Principal personagem de uma aventura, de um acontecimento” A vida em si é uma aventura, e para aqueles que tem pessoas inspiradoras em suas vidas ou parte de um acontecimento, tem todo o direito de se referir a elas como heróis, seja por inspiração em suas vidas ou por fazerem aquela aventura ou acontecimento especial, memorável.

  • Foda. E viva a “insanidade”. Triste demais, mas concordo com você, Vitonez, Deus errou. E errou feio. E foda-se se pensar assim é egoísmo, serve ao menos para conter a dor… Que ao menos Ale Rocha tenha novas missões importantes a cumprir no seu novo caminho…

  • Deus simplesmente não tem nada a ver com a morte. Morremos porque fazemos besteira. Não há missão, não há esse tipo de coisa. Pecamos e por isso morremos.
    O texto ficou muito bom, mesmo eu discordando de algumas coisas.
    Ao Ale, ele realmente incrível…

  • Você tocou num ponto bem importante, Vitonez. Eu também, várias vezes usei o Ale Rocha como exemplo de vida, citando-o para outras pessoas. E ele também serviu de exemplo para mim inúmeras vezes.

    Lamento nunca ter dito isso a ele.