Terra do bunga-bunga, 2

F1 Grand Prix of Italy" src="https://victor-martins.grandepremio.com.br/wp-content/uploads/2012/09/151632180-1024x673.jpg" alt="" width="446" height="293" />SÃO PAULO | Monza é um espetáculo para ultrapassagens, mas ultimamente o negócio tem sido assim: largou na pole, venceu. Hamilton fez ótimo uso da estatística, não teve lá com que se preocupar além da primeira curva com Massa e voltou a sorrir e mostrar seu diastema ao mundo. “And I’m here to remind you…”, disse a Alonso quase que entoando a canção de Alanis Morissette. 37 pontos atrás, segundo lugar no campeonato, e Alonso tinha razão ao proferir abertamente sua preocupação e insônia com o carro prateado.

Não que tivesse representado grande coisa, mas ver Massa ali à frente de Button deu uma tranquilidade maior a Lewis, que pôde abrir uma distância confortável enquanto o lorde se acomodava atrás de Felipe. Que fez grande primeiro trecho de corrida – e, sim, grande corrida – até quando pôde. Os pneus traseiros do brasileiro desmancharam no calor de 40 graus da pista mônzica, e só assim Button conseguiu superá-lo. E ali na zona do pódio permaneceria se Alonso não viesse babando logo atrás.

Aquela falada barreira das Mercedes, ou de uma, durou seis voltas para Fernandito. A outra, Rosberg, quase resolveu ficar ali na reta de Monza, paradinha, vendo il passaggio della banda. Alonso colocou em Schumacher depois de ganhar as previstas duas posições na largada – a outra, de Di Resta –, superar Kobayashi ainda antes do término da primeira volta e Raikkonen, com facilidade. Com ajuda da asa aberta, e só por ela, livrou-se do heptacampeão para ter vida dura com o atual bi, a quem comboiou até a parada. Aí partiu para o ataque, quando os dois já vinham próximos de Massa. Vettel foi duro na Curva Grande, espremeu e empurrou La Chiliquenta para fora e, na putaria punitiva da FIA, tomou a reprimenda de passagem nos boxes depois que Alonso fez seu mimimi via rádio. Aí, oh!, puxa, passou Felipe para ser terceiro, sendo logo segundo com o abandono do pobre Button – que representam il finale della esperanza del titolo. Só não contava com a astúcia de Pérez.

O segundo lugar de Pérez deve ser muito atribuído a sua não passagem ao Q3 e a consequente liberdade de escolha de pneus para a corrida. A Sauber optou por colocar os duros, contrariando 90% do resto do grid, que partiu com os médios. Assim, o mexicano teria um primeiro trecho de corrida mais rápido e o segundo, com uma parada só, teoricamente mais lento.

De fato Pérez começou a ganhar terreno, inclusive sobre seu companheiro mítico. Andando pouca coisa mais lento que os líderes, também passou Rosberg, Senna, Di Resta, Webber e Raikkonen e chegou ao primeiro lugar com a parada dos demais. E como o carro da Sauber é também uma ternurinha de mãe com os produtos da Pirelli, mesmo com a borracha gasta, os tempos de volta ainda eram satisfatórios. Ligeirinho foi com tais calçados até a volta 30, quase 10 voltas depois do resto. Então, quando voltou à pista, natural que passasse a andar mais rápido que todo mundo, já levemente desgastado.

Não precisou enfrentar Schumacher, que parou duas vezes, e Vettel, que foi punido, o que lhe permitiu uma sequência de voltas absurdamente voadoras e livres para grudar nas Ferrari, que já se arrastavam em pista e devidamente trocadas através de um novo sistema de “Fernando is faster than you”, o “manage your tires”. Andando na casa 1:27, no máximo 1:28 baixo, tirou Massa do pódio e o mandou para o cadafalso e arrancou os três pontos que Alonso e a Ferrari achavam que conquistariam com a inversão das posições. Alcançar Hamilton seria impossível apenas e tão-somente pelo número de voltas restantes, nove, porque os 15 segundos despencaram para 4 na bandeirada.

Terceiro pódio de Pérez no ano, esse monstro. 18 pontos a mais que Massa. Algo que diz muito. Mas a serviência de Felipe hoooje, como diz Guilherme Dorneles, pode pesar na assinatura do novo contrato, caso já não o tenha sido. O problema de Massa é viver de corridas esporádicas. Que vão lhe garantido sobrevidas anuais.

Em quinto terminou Raikkonen, apagado, mas que agora já aparece em terceiro na classificação com o abandono de Vettel. Tanto Lotus quanto Red Bull não tiveram ritmo durante o fim de semana – e pelas palavras de Seb, o problema do carro taurino é não ter velocidade em longas retas, daí sua alegria ir para os próximos circuitos onde a aerodinâmica prevalece. Sobre o finlandês, preferiu resmungar e perguntar: “Kimindica para fazer hoje?”

As Mercedes, únicas do pelotão frontal a optar por duas paradas, ficaram em sexto e sétimo, com Schumacher à frente de Rosberg. Di Resta não evoluiu como parecia pelos treinos e acabou em oitavo, com Mito “sem ritmo nenhum” em nono e Senna ganhando o ponto final depois do contorno da Parabolica na última volta. “Foi sorte”, admitiu o brasileiro, que chega à sétima corrida no top-10 contra duas de Maldonado.

Fim da temporada europeia, e agora só resta a minissérie asiática e a perna na América, onde o bolo deve ficar mais compacto e a situação para o ano que vem deve ser desvelada. A vantagem de Alonso acabou voltando ao patamar de antes da prova da Bélgica, mas agora o ‘match’ é direto e reto contra Hamilton. Se a cabeça de Lewis estiver nas corridas e se seu futuro, definido, é páreo duríssimo. O fim do ano promete.

Comentários

  • a mclaren esta num grande momento resta ver se manterra o ritimo ate o fim do campeonato, este não é o ano do Vettel que numa pista desfavoravel poderia fazer um excelente resuntado mas ficou sem ponto,como a vantagem é muinto grande e o hamiltom não tem a mesma força mental de vettel e alonso o titulo esta bem encaminhado para o espanhol, um detalhe na classificaçao o vettel no mesmo ponto erra 10km/h mais lento que o hamilton numa pista como monza é fatal

  • Estava olhando os horários das próximas corridas e …..o Gp dos EUA terá início as 17h, bem no horário do futebol dominical da Globo. Problemas à vista….

  • Vitonez, mas que eu saiba, o Perez largou com pneus duros e usou os médios na parte final, enquanto a maioria largou com médios e usou duros no final.

    • Ah, e boa análise sobre a corrida.

      A chiliquenta estava certa ao se preocupar com as Mclarens, mesmo que a reação parecesse tardia.