Os pecados e os trabalhos

SÃO PAULO | Uma breve pensata em cima dos números e de como podemos ver o campeonato nestas seis últimas provas da F1.

Alonso retomou a liderança do campeonato com a vitória em Valência, oitava etapa, onde largou em 11º e partiu para a vitória com uma dose cavalar de sorte. Passou a ter 111 pontos. Desde então, justamente seis corridas se passaram, e o espanhol manteve os adversários atrás na seguinte escala:

2º WEB, 20 pontos de vantagem
2º WEB, 13
2º WEB, 34
2º WEB, 40
2º VET, 24
2º HAM, 37
2º VET, 29

Uma diferença inicial de 20, que caiu para 13 e bateu em 40 tendo o mesmo concorrente — que já não o é mais —, e que vem oscilando numa média de 30 pontos desde que os outros adversários conseguiram superar Webber. Nunca foi Raikkonen, que se mantém na disputa  pela constância e pelo bom conjunto — não mais que isso — da Lotus.

Valência foi a primeira corrida em que teve um novo vencedor no ano, e desde então houve repetições dos ganhadores. Assim, foram dois campeonatos bem distintos em 2012 nestas 14 provas, com esta segunda parte muito mais normal. É crível que esta última perna do Mundial tenha uma feição inclinada ao que foram as últimas corridas do que as primeiras. Depois do GP da Europa, eis a distribuição de pontos:

ALO, 83
VET, 80
RAI, 76
BUT, 69
HAM, 54
WEB, 41

Alonso e Vettel vêm em campanhas curiosamente semelhantes depois do GP da Europa. Esta diferença de três pontos entre eles se dá por conta de um terceiro e quarto lugares. No mais, ambos venceram uma e têm um segundo, um terceiro e um quinto lugares na campanha. Alonso poderia ter tido mais se não fosse atropelado por Grosjean na Bélgica e Vettel, se o carro não pifasse na Itália. Digamos que seja o descarte ‘permitido’ deles no ano. O de Hamilton seria o da Alemanha, onde se envolvem em um incidente na primeira volta.

Enquanto Alonso pontuou em todo o resto, Vettel apresenta outras duas quebras. A nem tão boa confiabilidade do equipamento da Red Bull é que permitiu essa folga de Alonso na ponta. Na Malásia, provavelmente Seb não marcaria tantos pontos porque, quando abandonou, já vinha em posição intermediária, mas a não vitória na Valência que alçou Fernando ao primeiro lugar é que faz a balança pesar contra o alemão. Estivesse ali com 25 pontos mais e tirando sete de Alonso, que ficaria em segundo, Vettel estaria na frente (190 a 187).

Indo mais além, se Vettel tivesse vencido em Valência e Hamilton fosse o segundo — não tivesse sido abalroado por Maldonado —, jogando Alonso para terceiro, o negócio seria 190, 184 e 160. E se o território da hipótese fosse aplicado à prova de ontem, com Hamilton ganhando, Vettel sendo segundo e Alonso, quarto, Hamilton apareceria agora como líder do Mundial, com 185 pontos, Vettel viria atrás com 183 e Alonso passaria a ter 181.

Isto é: os pecados — as panes pontuais — de Red Bull e McLaren permitem a Alonso um respiro que lhe dá pelo menos até Suzuka a comodidade de estar em primeiro na classificação. E como Alonso não quebra e está, desde a parte ‘normal’ do campeonato, somando pelo menos 10 pontos, esta liderança só poderia ser ameaçada ou no GP da Coreia ou em Abu Dhabi, deixando a disputa intensa na dobradinha do continente americano.

Alonso tem um carro confiável, mas não tão rápido. Vettel tem um carro rápido, mas que ainda deve, só que não é tão confiável. Hamilton tem o carro mais rápido, que ainda pode ser considerado confiável, mas que tem se envolvido em problemas. Eis os trabalhos de cada um daqui pra frente. O que tende a ser maior é o dos taurinos, que tem de olhar para duas áreas: velocidade e resistência. A Ferrari dificilmente vai achar os décimos de que necessita para se igualar às rivais e se atém à qualidade de seu piloto. Quanto à McLaren, a questão é tirar de seu carro o lastro em formato de ímã que atrai Hamilton aos percalços.

Comentários

  • A Mclarem errou nos box na estrategia perdeu-se no acerto do carro durante varias provas e quebrou mais que a Red Bull se não fosse isso o Hamilton estaria com sobra na frente alias o ingles esta mais concentrato na corrida e mais preocupado com os aspectos tecnicos fatores que ele é mais fraco que seus dois rivais quanto ao Vettel a grande diferenca é enquanto ele teve varios problemas durante o ano quebras punições uma certa dificuldade de se acertar com o carro desse ano o Alonso só teve a Belgica praticamente nada

  • “A Ferrari… …se atém à qualidade de seu piloto”, e muita gente diz que piloto não faz a diferença, que esses carros não andariam de forma diferente, se tivesse um macaco ao volante.