Uma outra visão

Ver vídeoSÃO PAULO | Tem coisas que rolam que parecem um passo atrás para serem dois ou três na frente. Quando aquele rapaz que participou do BBB — estou citando demais o reality-show hoje —, o Fernando Fernandes, sofreu um acidente que tirou os movimentos de suas pernas e sua vida agitada de modelo e lutador, deu a ele um outro caminho que o levou às conquistas da paracanoagem. Todas as entrevistas que vi dele sempre mostram sua superação e como a tragédia o transformou em uma pessoa mais evoluída.

Agora leio uma entrevista de María de Villota, que perdeu um olho em um absurdo acidente em um teste particular da Marussia no ano passado, ao programa de rádio ‘El Formiguero’, da Antena 3 espanhola. A chamada por si só é contundente: “Agora vejo melhor a vida de quando tinha dois olhos”, e a pilota revela o quanto mudou depois do ocorrido e que, apesar de querer voltar ao automobilismo, sabe que isso não é o mais importante hoje.

Nem estou citando Zanardi, notem.

Evidente que não há nenhuma apologia à quase-morte para que se dê o estalo. Mas são exemplos e citações como estas que permitem uma reflexão de como às vezes perdemos tempo ou não vemos o mundo como deveríamos. Vale a pensata.

Comentários

  • Victor, bom dia. ninguem deve ser culpar por pensar ou por tomar decisões, sempre estaremos nos confrontanto por opções que nos desafiam. hoje, com apenas 1 olho, ela também não pode fazer as coisas que fazia antes. então, ela optou pela alternativa correta de reconhecer a limitação e de viver com o que tem. esta é a lição.
    também, não sei se é verdade, mas dizem que o Alessandro Zanardi, ao acordar dos pós operatorios, perguntou a esposa o que era possivel fazer sem as 2 pernas.

  • Passei por uma situacao parecida, e isso mesmo. Quase tive a perna amputada e um acidente de trabalho, fui atingido abaixo do joelho por um garfo de empilhadeira. Cortou musculos, tendoes, nervos, veias, os ossos foram esmagados e cortados, apos durante a internacao tive uma infeccao nos ferimentos. Os medicos queriam amputar a perna, insisti e pedi para que nao o fizessem. Me recuperei, lutei na fisioterapia. Nao tenho todos os movimentos da perna, pouca sensibilidade, dormencia, caibras, dores nas articulacoes. Mas tenho uma vida normal, melhor que antes do acidente, nao fumo mais, corro 10km quatro vezes por semana, passei a valorizar a mim e as pessoas ao meu redor. Foi um aprendizado…

  • Eu passei por uma situacao parecida. Sofri um acidente de trabalho,quase perdi a perna na hora, durante o tratamento tive uma infeccao nos ferimentos. Houve um risco real de ter a perna amputada, pedi ao medico que esperasse um pouco mais. Lutei, me recuperei, nao tenho todos os movimentos e a sensibilidade da perna. Mas tenho uma vida normal, corro quatro vezes por semana 10km. O acidente mudou a forma como eu conduzia a minha vida, a forma de me relacionar com as outras pessoas, como e importante a familia, os amigos.

  • É isso aí Victor…
    Muitas vezes – e arrisco dizer que a maioria está nessa (hoje me incluo, infelizmente) -, as pessoas são levadas pela “onda” da vida. Deixamos de valorizar aquilo que realmente importa; deixamos de fazer o que realmente gostamos. Como diz a música, “a gente vai levando”, mas aí chega a hora. Ou há um “estalo” desses (graves, gravíssimos), que nos chacoalham, ou então percebemos que o tempo passou e pronto, fudeu, não dá mais.
    Venho refletindo para mudar, mas não é fácil, principalmente nessa merda de mundo de hoje.

  • Faltou só ela ter a revelação de que ela é “filha-de-alguém” com contatos, e que não deveria jamais ter encostado num automóvel em sua vida. Vai acabar se matando com algo que jamais deveria ter começado.