Bar, hein


SÃO PAULO
| Pois olha como são as coisas, meus jovens: Massa liderou o primeiro treino, Räikkönen ficou na frente no segundo e Alonso ponteou o terceiro. Nada mais racional pensar que Ferrari ou Lotus fariam a pole no Bahrein ou que Vettel seria a sequência desta variação de nomes. Mas eis que surgiu Rosberg, de passado glorioso em Sakhir, viril e forte e imponente, como diria Flavio Gomes, para recolocar a Mercedes na primeira colocação do grid. Fazia apenas e tão-somente 58 anos que os prateados não conseguiam duas poles seguidas, desde os tempos de Stirling Moss e Juan Manuel Fangio. Desde 1955, quando o mundo não era mundo. Afe.

Rosberg estreou na F1 em 2006 pela Williams e de cara fez a melhor volta da prova naquela corrida em Sakhir. Muitos passaram a pensar que ali nascia um campeão. Nico não despontou, mas muito mais por não ter tido um carro suficientemente bom nas mãos do que por seus defeitos. O fim de semana inteiro tem apresentado o alemão à frente de Hamilton, que larga apenas em nono, ainda prejudicado pela punição da troca de câmbio. Só que o passado recente e o desempenho da Mercedes nas três primeiras provas são uma barreira imensa para apontá-lo como favorito à vitória.

A Mercedes é rude com os Pirelli, e no calor sufocante de Sakhir, o negócio não parece promissor. Por outro lado, é bem verdade que Mercedes e Red Bull dominaram a corrida da Malásia disputada em temperaturas semelhantes, mas não tiveram Alonso ali no meio para verificar o que poderia ter sido feito na corrida em Sepang. Vettel larga em segundo, o espanhol é terceiro e Massa, em tática diferenciada, sai em quarto. Difícil que de um dos quatro não saia o ganhador. Reserve.

As Force India, com Di Resta e Sutil, preenchem a terceira fila, e se não se acharem no meio do caminho e/ou tiverem problemas babacas, também vêm para as cabeças. Os carros indianos são muitíssimo bem acertados para desempenho na corrida, e o desempenho de Adrian na Austrália comprova que é possível andar com o pelotão da frente. De repente, sobra algo para eles – não a vitória; seria sonhar demais. Depois aparece Webber em sétimo, com a punição de três lugares reduzida a dois – porque Hamilton também foi punido e o australiano acabou beneficiado –, Räikkönen, que não foi bem, e Lewis. Button, em décimo, apenas compõe a festa da superpole. Coitado, Jenson comemora passagem pro Q3. Nível Toro Rosso de viver.

Sauber e STR vêm um patamar abaixo e devem se estapear para brigar ali pela rebiboca da parafuseta da última posição da pontuação. A Williams não briga por nada. Maldonado mal conseguiu passar para o Q2, empatando em tempo com Bottas, o companheiro. Gutiérrez, la caca chicana, de novo foi mal. E a Caterham conseguiu se pôr à frente da Marussia. Presença de Kovalainen? Pic sentiu. Van der Garde, não. Aliás, Giedo só sentiu alguma coisa se mexendo no cockpit. Ai, como era grande…

No ano passado, Vettel ganhou e foi acossado por Kimi no fim. O resto foi meramente o resto. Amanhã, em algum momento, Massa deve liderar a prova por sua estratégia de largar com os pneus duros, ficando para trás no primeiro trecho, possivelmente olhando a briga Rosberg-Vettel-Alonso. A aposta? Pelo desempenho em corrida, Fernando desponta como o principal candidato a vencer em Sakhir. Felipe é o coringa. E Pai Zulu avisa que deve haver uma surpresa no pódio.

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