Dito pelo não dito


SÃO PAULO
| Absolutamente na surdina, a CBA descumpriu o que havia dito — como de costume — e reabriu o autódromo de Brasília sem qualquer reforma ou atualização depois dos ocorridos na prova da Stock Car ocorrida no início de junho e da comprovação de que as obras então realizadas nas curvas 1 e 4 foram pífias.

Na semana passada, um release da F-Truck já dava indícios de que a entidade não seguiria o que seu presidente Cleyton Pinteiro prometera ao Grande Prêmio em 4 de junho e que seu representante e presidente da Comissão Nacional de Velocidade, Valdner ‘Dadai’ Bernardo, corroborou à edição de setembro da Revista Warm Up, na reportagem exclusiva que traz o chamado Dossiê de Falcatruas no entorno do autódromo da capital federal.  O comunicado informava que a categoria mantinha a etapa de Brasília como a do encerramento do campeonato em dezembro “calçado na liberação das instalações do autódromo pela CBA” e que “a liberação deu-se após vistorias pelas comissões técnicas da CBA e o compromisso assumido de cumprimento das exigências de adequações”.

Não há qualquer nota no site da CBA que informe ou confirme a notícia da liberação tampouco a informação de que houve qualquer vistoria por comissão técnica da mesma entidade. Três perguntas foram enviadas na noite de hoje a Valdner Bernardo para questionar a decisão da confederação e sobre a suposta avaliação.

Uma última indagação enviada a Bernardo diz respeito ao clube escolhido pela CBA para realizar a corrida do Brasileiro de Marcas com possível presença de um dos envolvidos no esquema do ‘autoduto’ que levou dinheiro dos cofres públicos do DF.

Adendo 1: o Guará Motor Clube é a FAU (clube) escolhida pela CBA para organizar o fim de semana do Marcas no fim de semana, bem como todas as demais competições. A administração do Guará é feita, oficialmente, por Anderson Argenta. Que vem a ser filho de José Argenta, ex-presidente da FBA que está envolvido em sete processos por desvio de dinheiro (R$ 498 mil dilmas, segundo atualização feita em 2010), e que delibera com propriedade no kartódromo onde está sediado o clube.

Adendo 2: via Bernardo, a CBA rebate o comunicado emitido pela F-Truck e diz que não tratou com a categoria sobre as reformas. “Foi por conta e risco deles”, alega. “O release partiu da categoria, tanto que não tem declaração nossa. Imagino que tenha sido pressão de promotor, de patrocinador ou até mesmo para dar uma resposta aos pilotos.”

Adendo 3: a CBA informa que reformas foram feitas no autódromo de Brasília “para sediar o Marcas”. “A condição mínima foi feita”, diz Bernardo. “O governo tem interesse em fazer as obras para a Stock Car, mas estamos tratando uma coisa por vez.”

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