Absurdo em dobro

SÃO PAULO | Não, não falem que Bernie pirou. O velhote não tem culpa que os doutos caras da FIA e do Grupo de Não-Sei-O-Que-Pensar se reúnem para pensar em absurdos que compensem as boas ideias que tentam aplicar. A história de dar peso 2 para o GP de Abu Dhabi, que encerra a temporada, beira a insanidade. E também por ser Abu Dhabi, uma prova geralmente insossa que não tem atrativo nenhum a não ser a finesse e o garbo de uma pista belamente construída no meio do deserto.

A ideia da FIA é dar um ‘plus a mais’ no campeonato, o que se subentende que é uma forma clara de tentar acabar com o domínio Vettel-Red Bull. Mas é uma regra esdrúxula porque você dobra os pontos de uma prova sem que ela tenha, de fato, um motivo. Seria sensato se a FIA criasse para a F1 uma etapa especial. Exemplo: resolvem a voltar correr em Indianápolis numa 500 Milhas à parte da tradicional da Indy, com três carros por equipe, pilotos convidados e regras especiais. Ou que Abu Dhabi tivesse uma duração maior, grid invertido, pontuação para o grid, não sei.

Helmut Marko, conselheiro da Red Bull, disse hoje ao ‘Bild’ que a ideia era ainda pior: dobrar a pontuação das quatro últimas corridas – o que incluiria o GP do Brasil. O maior prejudicado, Vettel, tratou como “absurdo” por “castigar todos aqueles que trabalharam duro durante a temporada”.

Já a ideia de numeração fixa escolhida pelos pilotos é bem legal. Personaliza o negócio e traz uma aproximação com o público, como o #46 de Valentino Rossi. Massa, se seguir o que vem usando no Desafio das Estrelas de Kart, vai de #19. Alonso, de #14. Vettel pode abdicar do #1. Alguém vai de #69? E o #24, ui? É caráter e carisma, e volta a dar um espaço maior no carro, como nos velhos tempos.

Comentários

  • Se é pra mexer no sistema, prefiro que se faça um esquema igual ao Chase da Nascar (parecido com a Super Final da Stockcar Brasil). Acho que seria mais justo.

  • Querem resolver o “problema” do domínio do Vettel? Mudem a pontuação de todas as corridas:

    O 1º ganha 20 pontos, o 2º ganha 19, o 3º ganha 18 pontos, o 4º ganha 17, sucessivamente até o 20º, que ganha 1.

    Se o alemão ganhar todas as corridas e algum piloto chegar em 2º nas 18 primeiras etapas, o campeonato seria decidido, matematicamente, na última corrida! (18*1=18 sendo que o vencedor ganha 20 pontos, mas teria que superá-lo em pontuação já que ele teria mais vitórias que é o primeiro critério de desempate).

  • Se for a pontuação em dobro porque não duas baterias, um com grid invertido na segunda bateria de acordo com a classificação da primeira. Ai a tática conta muito, se esta mal na primeira bateria é melhor ser último para largar em primeiro depois.

  • Se é para ser deste jeito porque não adotam a seguinte formula para a ultima corrida:

    Pontos_da_Vitoria = Pontos_do_líder – Pontos_do_segundo + 1

    Ai acabariam as chances do campeonato ser decidido antecipadamente….

  • E se a Red Bull de novo dominar o campeonato de 2014 e o Vettel levar a taça pra casa mais uma vez com o dobro de pontos na ultima etapa, o que a FIA vai dizer ? Que valeu a intenção ?

  • Deixa quieto que é melhor! Não sei por que essa imbecilidade de número do carro já que ninguém os vê? Seria mais produtivo obrigar os pilotos manterem as pinturas de seus capacetes fiéis ao início de suas carreiras! Alguém aí esquece a pintura dos capacetes do Emerson, Wilson, Moco, Nelson, Nike, Prost, Ayrton, Ingo ou Paulão? Quem sabe qual é a do Vettel, Schummi, Kimi, etc, etc, etc???

  • Não entendo a revolta da Red Bull por causa dessa nova regra, a ultima prova de 2014 será em Abu Dabhi, pista que os taurinos dominam e vão continuar dominando ano que vem. Então eles só tem a ganhar com esses 25 pontos a mais.

    • O problema é se o Vettel, por exemplo, chegar com 40 pontos de vantagem para o segundo na última corrida. Sem a pontuação dobrada ele já seria campeão por antecipação. Mas por algum problema o carro quebra, alguém bate nele e o tira da corrida, o segundo colocado do campeonato vence a corrida e é campeão. A regra sendo assim, é assim que vai funcionar, mas fica meio estranho. E isso pode ocorrer com qualquer posição no campeonato. Pode “mudar” o campeão, o vice, o décimo colocado, e para os construtores também pode afetar.

  • Se eu sou o Kimi, vou atrás do #27 famoso da Ferrari.

    Rosberg vai de #11… ai você me pergunta: “ué, porque #11 e não o tradicional #24 que quase todos palpitaram para o Paquito Rosberg?”

    11 é um atrás do outro um…

  • Se é pra ter uma corrida valendo o dobro, tem que ser Spa. E com 3 horas, ainda por cima.

    Não sei por que, mas sinto um cheiro monstruoso de merda no ar. Com essa história de motor novo e um numero reduzido de motores na temporada, quem garante que não vai ter neguinho que vai quebrar 2, 3 vezes no ano, aí chega na última corrida e ganha. Daí outro que tava pra ser campeão, mas estourou o numero de motores e precisa de um novo, toma 10 posições de punição, não consegue ultrapassar ninguém porque a pista é uma bosta (Alonso, manda oi) e perde o campeonato que estava ganho…

    Já dizia aquele sábio capitão: “Vai dar merda…”.

  • Poxa Victor, da regra de números fixos eu achei uma merda, adoraria de ver as equipes com números fixos, é mais F1, não curto essa parada do cara ficar com o 46 o tempo inteiro… gostava de ver as equiupes trocando os números ..tivemos números e equipes bem caracterizadas tipo a Tyrrell com 3/4, Ferrari 11/12 ou 27/28, a Williams com 5/6 ou com o 27/28 (em 1980), Brabham com 5/6 ou com o 7/8, Lotus 11/12, era mais divertido..

  • Olha, entendo que estão comunicando agora a questão de dobrar os pontos. Não qualquer injustiça nisso. Seria se piloto A estivesse dominando em 2014 e quando chegasse na última corrida informassem que valeria o dobro de pontos. Desde o começo não é injusto, é regra e todos sabem disso antes mesmo do campeonato começar pra valer. Só concordo com relação a pista que escolheram para fazer isso. Bem que podia ser um circuito mais tradicional que propiciasse mais show, afinal, neste corrida de pontos dobrados os pilotos também vão se desdobrar para conseguir melhores colocações.

  • #24 é um dos mais icônicos do automobilismo americano, assim como #3 ou, recentemente, #48.

    Sobre dobrar a pontuação, é idiota fazer isso por fazer. Teria que ser numa pista de verdade, e de preferência aumentando a duração da prova. Há tempos que F1 corre 300km ou 2h de limite, e com o aumento de velocidade média as corridas são cada vez mais curtas. Botar os atuais pilotos e carros pra encarar 450km em Suzuka no fim da temporada seria bem mais divertido e desafiador. Mas aí viria o problema do novo tanque de combustível, a proibição de reabastecimento…

  • Realmente sem sentido. Ainda mais se Vettel for campeão antecipado mesmo assim.
    Pensei também em uma corrida especial no lugar, assim como Le mans que tem duração maior. Quem sabe Mônaco no final? Pelo menos uma pista diferente.

    • Ah é, lembrei agora, a desculpa foi que os times param de investir no final do ano e se concentram no outro. Ora, qual o imenso “problema” com isso? Por acaso eles acham que as corridas são mais emocionantes se os times investem mais gente e mais dinheiro na pista?