Bar Celona

SÃO PAULO | Falando em ‘bar’, um brinde à nova configuração dos blogs do Grande Prêmio, by Ivan Capelli. Até que este jovem aí tem feito um bom trabalho. Mas, claramente, Capelli me atrapalhou nestes dias, de modo que não pude postar nada. Um jovem serelepe, pois.

À F1, então. O resultado em si é um troco de Hamilton, ainda que não completo, ao que Rosberg lhe fez no Bahrein. Lembram? Lewis dominando longe e tal, chegou no Q3, Nico engatou a pole. Parece que faz um tempão… ah, aquela corrida, quanta saudade… Mas Rosberg, coitado, tem sido pisoteado pelo companheiro. E não adianta ao alemão fazer buá porque é chocalho nele o tempo todo. Diferença de quase 0s2 exprime o que ambos guiam, mas foi maior nos treinos, algo próximo a 0s3.

Que, aliás, tem sido uma constante também nas corridas em que Hamilton domina: tanto na Malásia quanto na China, a diferença na chegada foi 17s3 e 18s, respectivamente. Arrendondemos para 18s. As duas corridas tiveram 56 voltas — desconsiderando a de Xangai, que tiraram as duas voltas finais pela patacoada do tiozinho da bandeira. Isso significa por volta 0s321. É muito.

Assim, caso Hamilton contorne a primeira curva à frente, adiós, muchacho, e a cara de tristeza que mostrou há pouco vai se repetir com a provável perda da liderança do Mundial de Pilotos.

A diferença de Hamilton para Ricciardo foi de 1s. Outra constatação clara: as equipes não conseguiram avançar nem um pouco em relação à Mercedes. Foi-se o tempo, então, que a chegada à Europa fazia grande diferença para quem tentava alcançar uma equipe dominante. No ano passado, Alonso teve lá sua chance de vencer em casa antes que a Red Bull passeasse, mas não há nenhum sinal, indicação ou previsão de que o espanhol volte a se aproximar de tal desempenho ou que qualquer outro faça o mesmo.

Aliás, o Pai Ocoxoá Zanzezizu Dani é forte. O trabaio foi bem feito em cima do menino Vettel, no ritmo da Galinha Preta Pintadinha. E sem Sebastian ali em quarto ou quinto, o caminho para que o australiano enfim consiga um pódio válido é bem alto. Tendência de uma prova solitária, mas sorridente, a Riccardinho e seu ebó.

Bottas ocupa a quarta posição que poderia ter sido de Massa. Mas Felipe, nas entrelinhas, assentiu o erro que lhe jogou para nono e provavelmente já lhe minou qualquer chance na corrida de amanhã. Disse o brasileiro que o carro deu uma chicoteada na curva 10 e tal. É incrível como só acontece com ele na hora de tirar o 10, não? E lá vai ele para mais uma prova de recuperação…

Para chegar no companheiro, Massa tem duas Ferrari — com Räikkönen à frente de Alonso, vejam vocês —; a Lotus que, enfim, evoluiu, de Grosjean; e a McLaren de Button. O problema, claramente, são os carros vermelhos. O trunfo de Felipe? Como sempre, a largada. E como Barcelona tem uma reta bem compridona, ganhar três ou quatro posições não é de todo impossível vide suas performances nas partidas. O quinto lugar é possível, numa análise otimista.

Sobre Grosjean: seu amadurecimento como piloto é notório, ainda que dê alguns pitis intra-muros e via rádio sobre o desempenho da equipe. Mas são absolutamente compreensíveis, sobretudo quando se pensa que mal recebeu salário em dia e soube conter isso do grande público. Grosjean dá um banho em Maldonado, a quem era comparado tempos atrás por suas amplas trapalhadas, acidentes e afobações. Romain é um piloto de classe, algo que Pastor dificilmente vai alcançar. O erro de hoje, mais um, foi bizarro. E dá-lhe prejuízo para quem já conta as moedas no cofrinho.

A Force India deu uma caída em Barcelona, e Hülkenberg e Pérez dividem a sexta fila. Na prova, até que podem se recuperar. Se o carro de Vettel aguentar até o fim, a tendência é ir no embalo do tetracampeão — no sentido da recuperação; em termos de performance, os carros agora empurrados por vodka não andam tão rápidos.

Sobre a corrida em si, Paul Hembery, diretor da Pirelli, foi profético na sexta-feira: “Deve ser chata”. Claro que ele falou em relação ao conservadorismo a que foi imposto na escolha dos compostos para a quente Barcelona, mas o negócio se aplica para o geral. O circuito de Montmeló, que pela primeira vez não recebeu testes de pré-temporada nos últimos tempos, é bem conhecido por suas procissões matinais, e com essa supremacia absurda da Mercedes, não tem como não imaginar um roteiro diferente.

Palpite: Hamilton, enfim, assume a ponta do campeonato para não perder mais.

Comentários

  • Um comentário sobre a transmissão no SporTV: Lito Cavalcanti é o melhor engenheiro do mundo, ele detecta todos os problemas em todos os carros apenas olhando as imagens!

  • Temos hoje algumas certezas, Hamilton como o Victor disse, já abraçou a taça e ninguém tira mais dele. Massa, um piloto mediano que tem raros estalos de lucidez. Rosberg se contentar em ser o segundo e por fim Maldonado, um piloto medíocre, que só ainda está na F1 porque Hugo Chavez com certeza, nunca deve ter assistido a uma corrida do venezuelano. A corrida promete ser chata, assim como os carros são feios, o barulho é medonho, Vou torcer mesmo é pra conseguir fazer alguns pontos Grande Prêmio Eurobike.