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Nico Rosberg

INDIANÁPOLIS | Rolou um estresse no nível Hamilton-Rosberg entre duas pessoas na redação do Grande Prêmio. Um acha que a vitória de Nico foi fácil; outro, foi radicalmente contra. Na dúvida, o predicado foi retirado. De qualquer forma, uma coisa está clara: Rosberg é bom de cabeça e não cedeu em nenhum momento a tudo que aconteceu desde que viu que Lewis tinha cara de cloaca e declarou a guerra por achar que o erro do companheiro na classificação foi deliberado.

Rosberg, que é quem precisava mexer com a cabeça do parceiro para se chacoalhar e manter a briga em algo nível, tá na dele. Espertinho ou não ontem, voltou à liderança e vai consumir Hamilton nos próximos dez dias até aterrissarem no Canadá. Sujeito inteligente demais, esse Nico.

O alemão venceu fácil de ponta a ponta e não sofreu nenhuma ameaça propriamente dita à vitória. Poderia até acontecer se o time de Hamilton arriscasse em alguma entrada de safety-car – com Sutil, no caso –, mas não rolou. Lewis, inclusive, demonstrou raiva: com o time, que não avisou da batida nem da entrada do SC, que não o chamou no momento certo, com o desempenho dos pneus traseiros, com a vida. Nicole vai sofrer nos próximos dias para o descarregado acumulado.

O negócio foi tamanho que Hamilton virou presa para Ricciardo, esse rabudo danado, que cravou mais um pódio sem a presença de Vettel para disputar com ele a terceira colocação. A zica de Sebastian neste ano é massística. Alonso, que largou mal, herdou o quarto também ao ver Räikkönen se perder na corrida, depois de uma partida excelente. No fim, cagou a corrida de Magnussen, impedindo sua passagem em uma tentativa frustrada de superá-lo no grampo da Loews. Kimi, é necessário apontar, faz um campeonato desastroso, além do nível massístico dos últimos anos.

Massa? Arriscou em uma estratégia: decidiu não ir aos pits quando todos pararam, subiu para quinto, parou depois, terminou em sétimo com a penca de abandonos, inclusive de seu companheiro Bottas. Não seria muito diferente na situação normal. Para quem largou em 16º, o resultado é bom e válido.

Ainda à frente de Felipe ficaram o sempre ótimo Hülkenberg, que segurou as McLaren sem pneus no trecho final da corrida – só Button nas voltas finais depois da ação antinórdica de Kimi sobre Mag.

Mas convenhamos, vai: quem não ficou minimamente feliz com a Marussinha ali em oitavo e Bianchi chegando aos pontos bom sujeito não é. A escalada de Jules era vibrada posição à posição. Quando chegou a décimo, veio a informação de que poderia ser punido por ter errado o momento de entrada da primeira punição, que veio porque errou a posição de largada. Mon dieu… a pena veio em formato de acréscimo de tempo, 5s, e quem vinha atrás era Grosjean. Mas aí o ato bélico entre Finlândia e Dinamarca deu sossego à França e a Rússia. Lindo ver os pequenos acabando nos pontos, a vibração, o YESSS via Twitter. E quase deu para a Caterham também, 11ª com Ericsson, depois de tudo que ele aprontou na classificação.

Mag, coitado, ainda ficou com o décimo lugar. Pelo menos, quebra a sequência sem pontuação que vinha tendo.

Enfim, temos um campeonato legal para acompanhar. A briga entre os rapazotes da Mercedes é o tempero que faltava e o que Rosberg precisava para chegar ao nível de Hamilton. Talvez não pensasse que seria tão fácil (…) ir à guerra.

A relação entre os dois membros do GP se mantém no nível entre Senna e Prost, mas tudo pode voltar ao normal se um comprar em Mônaco um presente para o outro, contanto que este o leve algo de Indianápolis.

Virando a chavinha aqui. Vem umas 500 Milhas de arrepiar.

Comentários

  • Boa tarde, pessoal.
    Não entendi aquela segunda parada do Raikkonen durante o Safety Car.
    Eu estava meio sonolento, então se a transmissão explicou eu não ouvi.
    Alguém que sabe o motivo pode explicar?
    P… logo hoje que ia chegar na frente do Alonso e provavelmente ainda ia chegar ao pódio.

    • Ele foi acertado na traseira pelo Chilton quando mandaram os retardatários tirarem a volta de desvantagem durante a bandeira amarela e precisou trocar o pneu. Dessa vez ele não teve culpa do mau resultado não. Apesar de depois disso ter perdido a cabeça e ferrado com o Magnussen.

  • Felipe teve sorte nessa corrida? Para mim os outros é que tiveram um azar maior. A equipe ainda tentou não ajudá-lo, fazendo novamente tudo de errado para ele. Porém, com tantas quebras e batidas, o plano da Williams de tirá-lo da zona de pontos não deu certo dessa vez.

  • Que pena. Se a Mercedes não estivesse tão superior, o campeonato estaria muito, muito, bom mesmo. Do terceiro para baixo, estão todos muito perto, e muitas equipes disputando.