Alicia Silverstone, 2
SÃO PAULO | E aquele que foi covarde ontem sai com uma força imensa hoje. Nothing like one day after another one, como diz o antigo ditado saxão. Hamilton sabe que errou, e muito ontem. Cometeu um deslize que jamais poderia demonstrar, com a experiência que já adquiriu, e que representaria a pá de cal no seu psicológico caso o normal acontecesse na corrida diante do seu público: Rosberg vencer. E Nico ia para a vitória não fosse o caráter destruídor de líderes e confiabilidades de Silverstone. No ano passado, foi lá que Vettel quebrou pela única vez na temporada quando liderava a prova. Curiosamente, Nico aproveitou para ganhar. E Vettel venceu o que podia neste domingo: o duelo de gala primoroso com Alonso.
Aliás, uma pena que o problema no câmbio de Rosberg tenha impedido o que seria uma disputa fascinante pela vitória, com os dois pilotos da Mercedes assumindo táticas diferentes. Hamilton, como largava lá atrás, optou por uma estratégia de parada única; Rosberg iria para a convencional de duas paradas. Naquele momento da prova, Lewis vinha pouca coisa acima de 4 segundos depois do parceiro já tendo feito sua visita aos pits. Claro que perderia rendimento com quase 30 voltas naquele jogo de pneus, o que faria Rosberg se aproximar naturalmente quando calçasse seus novos. Mas não deu, paciência, há de acontecer no restante do ano.
Agora, a diferença foi reduzida para parcos 4 pontos e, acima de tudo, ajeita a cabeça e os nervos de Hamilton. Com relação a Rosberg, pouca coisa deve lhe afetar o sono: uma hora tinha de lhe acontecer um infortúnio. Creio que não haja dúvidas ou desconfianças de que o alemão tenha bala para brigar com o parceiro até o fim do ano.
Na corrida do resto, Bottas mostrou que é um fenônemo. Independente do que aconteceu com Massa, é perceptível que sua qualidade durante as corridas é maior que a do experiente companheiro e salta aos olhos. De 17º, pulou para nono na primeira volta até acontecer o acidente que terminou com a corrida de Felipe, ligeiríssimo ao desviar do perdido Räikkönen. Depois, foi passando um a um sem se importar se o rival tinha o mesmo motor Mercedes que deslancha nas retas. Chegou ao segundo pódio seguido com uma autoridade de quem vem para brilhar na F1. Tem quem fale que a Mercedes o espera para 2016. Não é de se duvidar, não.
Ricciardo mostrou o sorrisão de novo, terminando à frente de Vettel novamente. A corrida de Daniel não foi lá das mais exuberantes, mas aproveitar-se dos momentos livres da pista o tirou de voltar atrás das McLaren e de Alonso nas paradas dos boxes, algo que aconteceu com o alemão. E ainda bem que Vettel encontrou Alonso pela frente. A batalha dos dois em Silverstone é daqueles instantes sublimes do esporte, extensão do que tem sido essa Copa linda. O passão de Alonso em Vettel aproveitando-se de seus pneus frios, por fora, foi uma aula de pilotagem. Bem como a resposta que Sebastian deu, no mesmo trecho da pista. Emparelhados e agressivos, a briga dos dois deu-se também via rádio. Meio chorosa e mimizenta, OK, mas partes do jogo de dois pilotos do mais alto nível e, com o perdão da educação pouco britânica, bolas imensas e pesadas.
E ainda bem que a direção de prova, chata e fresca, não interferiu nas várias vezes em que os dois saíram da pista para defender e atacar. Às vezes, é simples agradar e conquistar quem assiste e quem guia.
Button foi o quarto, antes dos gladiadores. Até que merecia o pódio, pelo conjunto da obra. A temporada de Jenson não tem sido fácil: o carro segue uma draga e o pai não está mais ao lado. Ainda é obrigado a aturar as alfinetadas de Ron Dennis, que não disse a que voltou, no fim das contas. Sei lá se Button tem mais saco, nessa altura da vida, de aguentar desaforo, classudo que é.
A Massa restou a decepção em seu fim de semana 200 na F1. Colheu as consequências de um erro da equipe na classificação e foi além com o problema na embreagem que enfrentou na largada. Vide o desempenho de Bottas, vinha para pódio. A questão é essa sina de zicado se mescla ao desempenho. Por mais que enfrente azares, os resultados de Bottas o credenciam como o líder do time. É Bottas quem permite à Williams ir brigar com a Ferrari pelo terceiro lugar no campeonato – da mesma forma que Alonso em relação a Räikkönen. 78 a 30, por mais que não represente a realidade do quanto os pilotos deram ao longo do ano, pesam.
Agora, o jogo se inverte, e a F1 vai para a casa de Rosberg. Uma nova vitória de Hamilton, além de fincar a conquista de território, também inverte as posições na classificação. De certa forma, então, Nico passa a herdar a pressão que fazia Lewis tacar Salompas nos ombros até a bandeirada de hoje, a de ganhar em casa para, sobretudo, manter a liderança no Mundial. How the things change, uma vez disse Agatha Christie.
Acho que “conservador” seria um adjetivo mais adequado do que o “covarde” utilizado, pois a diferença de pontos estava grande com as duas quebras que teve e deixa no nível de não arriscar muito na pista como estava, quem viu o treino no final, percebeu que os carros balançavam muito naquela curva e sair e quebrar o carro seria muito pior. Agora como igualou, vai ver o cara arriscando mais. Faça as contas, se o Rosberg quebrar mais uma para igualar as duas do Hamilton, vais ficar uns 20 pontos atrás, então quem anda mais nessa história? Tem mais uma disputa a vencer, a tendência da equipe a ganhar com Rosberg, por ser alemão, mais antigo na equipe e seria o seu primeiro título, ou seja, todos felizes, menos Hamilton é claro. Basta ver os tempos dos pits, sempre liberando o Rosberg de 1 a 1.5s mais rápido. Quanto a Massa, reclamando novamente dos outros, fez uma péssima largada, parecia na marcha errada, como na entrada nos boxes na corrida anterior, podem caçar o vídeo, entrou rem…rem… rem… tanto que até a cabeça balançava para frente.
Foi a melhor prova do amassa barro..
Esse ano e de 3 anos para cá.
O team Williams, vai renovar com ele por mais uma temporada, de autorama..
Vamos ter o primeiro campeão mundial de autorama..
Serão 12 provas, mas nenhuma na chuva..claro é obvio..mas o amassa barro vai ter reais condições de ser campeão..
Não isento totalmente o Massa por essa grande diferença nos pontos. Mas o Bottas como iniciante precisa mostrar serviço e arrisca mais. Já com o Massa existe mais pressão por resultados. Além de ter tido muito azar e alguns erros dele e da equipe ultimamente. E como ele nunca foi um gênio, isso acaba atrapalhando o seu rendimento. Temos que continuar torcendo porque foi apenas ele que restou dos pilotos brasileiros. Acho que em condições normais ele estaria de igual para igual com o Bottas. Abraços a todos.
(abre parênteses)
Victor Martins, toda vez que, sem querer, desvio o olhar para o canto direito de seu blog e aparecem seus tweets, me vem a imagem do Seu Madruga na cabeça com essa sua foto!!!
(fecha parênteses)
Não creio que o Massa está atrás, em nível de pilotagem, do Bottas. É claro que ele cometeu alguns erros, a equipe cometeu mais alguns e os “outros” cometeram os demais. No entanto acredito que um final de semana sem problemas com equipe, com o carro e com os “outros”, o Massa tende a ter um bom resultado. Junto ou à frente de Bottas. Mas não é de se negar que o Bottas é um excelente piloto. Aliás, acho que a Williams tem a faca e o queijo na mão, só que não sabe utilizá-los. Possuem um excelente carro, dois bons pilotos (nenhum deles é excepcional mas, sem dúvida, são bons pilotos), mas pecam DEMAIS na estratégia. Chega a dar dó do Massa e do Bottas. A Williams não arrisca. Ainda não se tocou que este ano eles não estão brigando para serem campeões, e sim para aparecerem e conseguirem maior visibilidade e patrocínios. Eles tem total condições de conseguir o segundo ou terceiro posto no mundial de construtores. Mas não fazem por merecer. Falta um estrategista, uma cabeça pensante…
Ainda escutaremos um radio da Williams esse ano, anunciando “…ele está mais rápido que voce…”.
eu acho incrível o azar do massa, mas quando os narradores da emissora disse que com o ritmo do bottas que chegou em 2° e fez uma grande corrida, talvez se o massa não tivesse abandonado, chegaria no pódio, e eu desconfio muito que não. mas não porque? primeiro, o massa é muito medroso nas ultrapassagens, enquanto que o bottas rapidamente passa o kvyat, ricciardo, Hulk, magnussen e rapidamente chega em 5°, o massa ficaria preso lá atras, com medo de bater e ou sair da prova, graça a própria pressão que ele sofre em não errar.
o que eu queria do massa não é nem ir mais rápido que todos ou tá no pódio toda hora, mas mostrar que é um piloto de formula 1, como o bottas, alonso, vettel, que não dão espaços e fazem ultrapassagens incríveis, sendo agressivo, como o nosso Senna e Piquet, e até o Rubinho, quem se lembra do GP da Inglaterra de 2008? passando o alonso por fora na copse debaixo de chuva? saindo de 16° e indo para o 3° com a Honda?