A lotteria

SÃO PAULO | Deu na telha dessa nova Caterham aí de sacar Kobayashi, mas em vez de colocar Sainz Jr., inventaram Lotterer. A medida vale, por enquanto, apenas para o GP da Bélgica deste fim de semana.

Primeiro, sobre quem sai: o Mito não merecia e continua sendo a única chance desta equipe em tentar recuperar o décimo posto do Mundial de F1. E não é somente chegar em 11º ou coisa do tipo, mas pontuar — algo que a Caterham e sua antecessora de nome Lotus nunca fizeram em vida e pista. Não se pode contar com Ericsson, já deu para ver. E justamente na pista em que Kobayashi já demonstrou um baita talento — largou em segundo em 2012 de Sauber — e onde pode contar com as intempéries características de Spa-Francorchamps.

Agora, aquele que entra: Lotterer é pilotaço. Três vezes vencedor das 24 Horas de Le Mans, esteve sempre naquela lista de pilotos que a F1 dispensou por ser injusta e voraz. Tipo Kristensen, seu parceiro na Audi na corrida de endurance. Mas OK, já que a F1 não lhe abrira as portas antes, não é agora, numa equipe ínfima e sem muitos escrúpulos que Lotterer vai realizar seu sonho. Ou, na contramão, que o time vai conseguir resultados. A última vez que o alemão Andre andou com um carro de F1 foi há 12 anos com uma Jaguar. É uma loteria: a chance de acerto é minúscula.

Desde que este grupo chefiado por Christijan Albers e Colin Kolles assumiu o controle deixado por Tony Fernandes que as coisas não caminham nada bem na outrora simpática equipe. Li duas ou três entrevistas do holandês que um dia pilotou para a Minardi: o cheiro da empáfia e da arrogância exalava na tela do computador. De Kolles não precisa lembrar nada além de sua época na HRT. Mike Gascoyne, ex-diretor-técnico da Caterham e hoje na empresa coligada, a Caterham Technologies, soltou no Twitter o post abaixo assim que soube da mudança de pilotos.

Se Gascoyne, que não é nenhum paladino da lisura e da competência, soltou essa, é porque o negócio lá anda bem difícil. Para um momento destes, Ecclestone soltaria de novo que a Caterham não faz falta nenhuma e que pode ir embora. Provalmente, aleluia!, Bernie tenha razão.

Comentários

  • No fim das contas, ainda bem que o Lotterer foi bem, considerando o carro, os anos sem pilotar um F-1 e o debute.
    Mas que correu o risco de ser um fiasco, sem dúvida.
    Kobayashi teria sim mais condições de fazer algo melhor, não tivesse o carro quebrado rapidamente – ou seja, Kamui não perdeu muita coisa.
    Um cockpit melhor seria algo merecido ao Mito.

  • O contrato assinado pelo Ericsson seria validado após o pagamento da fatura. Fatura paga, não tem como cancelar, a equipe não tem como devolver o dinheiro. Talvez tivesse algum dinheirinho de alguém pedindo para fazer uma ação promocional com o Lotterer, que é um baita piloto, mas não melhor que o Mito, até por não guiar um F1 faz uns 10 anos…. hoje a Caterham não quer saber de resultado, quer saber de pagar as contas.

  • Eu fico me perguntando: Por quê Lotterer?
    Que é um puta piloto , não há nem o que comentar. Mas quem troca um piloto por outro melhor, hoje em dia, é equipe grande. Equipe pequena troca de piloto por dinheiro. E de onde vem o dinheiro do Lotterer?
    Que eu saiba, ele é pago pra guiar pela Audi e na Formula que ele corre no Japão. Ao que consta, não tem nenhum patrocinador forte por trás dele, daqueles que bancariam uma brincadeira na F1. Ou tem?