Dilema español

Roberto Merhi

SÃO PAULO | A Caterham, cujo nome fantasia é Mother Joanne, vive um dilema: não bastasse o esforço hercúleo para conseguir um resultado que lhe dê ao menos o décimo lugar na classificação geral — e se transformar da noite para o dia na equipe mais antipática do grid —, vê-se obrigada a fazer uma escolha entre dois espanhóis enquanto tenta dobrar a FIA para afrouxar uma antiga regra da F1.

Depois de Lotterer ter andado, e com sucesso, quando pôde, com o carro verde e lento em Spa-Francorchamps, o carro que pertencia a Kobayashi é alvo de disputa entre Carlos Sainz Jr., filho do famoso piloto de rali, e Roberto Merhi, atual vice-líder do campeonato da World Series. O primeiro é apoiado pela Red Bull; o segundo tem uns bons trocos de patrocinadores distintos.

Acontece que, no caso da escolha de um ou de outro, a Caterham terá usado no GP da Itália seu quarto piloto durante a temporada, que é o limite imposto pelo regulamento. Isto significa que, de Cingapura em diante, a equipe só pode usar um dos três que foram companheiros de Ericsson ao longo do ano. Um quinto piloto, segundo as regras, é permitido em caso de força maior.

Além disso, há a questão da superlicença: nenhum dos dois têm requisitos claros que se encaixam nas regras de obtenção da carteirinha. Com muito jeito, é possível alegar que Merhi pode consegui-la por ter sido campeão da F3 Europeia em 2011.

Na questão que está acima de tudo, a financeira, a Caterham está cobrando ao menos 300 mil merkels pelo assento, algo em torno de 900 mil dilmas. Por enquanto, o cenário aponta um acordo rumo a Merhi.

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