Cascata à brasileira

SÃO PAULO | A flanela está em mãos para limpar todo o pó acumulado. Fim de ano e quase-férias emendadas, e eis-me aqui de volta. Que todos tenham um 2015 daqueles, de arrebentar o coreto, acelerado e veloz, de saúde e sucesso. Bora lá.

A história a seguir é do fim de 2014. Uma pessoa não identificada se disse representante de um grupo de empresários brasileiros interessados em comprar uma equipe da F1 e ligou para alguém próximo à família de Bruno Senna, que seria o piloto escolhido por eles para representá-los na categoria. Sem dar muitos detalhes, o tal representante prometeu uma nova ligação para avançar nas conversas.

Nunca houve uma nova chamada. “Deve ser cascata pura”, definiu o membro ligado aos Senna.

Cascata, OK. Mas que é estranho, é.

Bruno esteve neste último fim de semana em Buenos Aires para a corrida da F-E, vencida pelo gajo Félix da Costa. Que foi uma zona completa — não se entendia lhufas do que acontecia em períodos de safety-car —, mas as últimas voltas foram daquelas de agradar qualquer fã de automobilismo. A F-E é a melhor coisa que aconteceu nos últimos tempos no esporte.

Comentários

  • Na verdade, isso ocorreu mesmo. Tenho fontes fidedignas que me garantem a informação.
    O grupo por tras disto é o X. Eike fechou um plano com o BNDES para comprar a Ferrari. Gasolina Petrobras, óleo Lubrax, para divulgar o Pré Sal. O patrocionio seria dividido entre BB e Caixa. O governo federal também apoiaria a iniciativa, em troca de utilizar partes do carro para divulgar suas bolsas. A Ferrari foi escolhida por conta da sua tradicional cor vermelha, que combina com o PT.

    Quem melou tudo foi o mardito do Youssef…… Aí, nunca mais contataram os Senna.

    Em tempo, o segundo (sempre) piloto seria o Rubinho…..

  • Citação: “A F-E é a melhor coisa que aconteceu nos últimos tempos no esporte.”.
    OFF: O interessante da FE é que as corridas tem bastante ação, o que torna a falta de ronco dos motores secundária. Do outro lado, aquele Bernie insiste em falar do ronco dos motores V6, em vez de ouvir sugestões dos pilotos para reduzir a importância da aerodinâmica e valorizar a habilidade dos pilotos (para melhorar o espetáculo).

  • Quanto ao “gajo” Félix da Costa, convém lembrar que a Amlin Aguri era uma das equipas mais fracas da FE na altura em que o português entrou no campeonato. Mesmo assim, entrando só na Malásia e com poucos testes feitos em Donington, o “gajo” já venceu uma corrida, aguentando perfeitamente a pressão e evitando os erros de pilotos com mais experiência na categoria, casos de Buemi, Di Grassi, Vergne, Heidfeld, Bird ou Senna (este na qualificação) e que correm em equipas melhores (e-DAMS, Audi ABT, Andretti, Venturi, Virgin e Mahindra).

      • É verdade e parece que o Bruno Senna na qualificação também teve problemas com a suspensão do carro da Mahindra. Seja como for parece-me cada vez mais evidente que o Lucas di Grassi é o melhor piloto brasileiro da atualidade. Está numa das melhores equipas (embora a e-DAMS possa ser ainda melhor), desenvolveu o carro da FE (embora essa vantagem já esteja anulada por todos já conhecerem bem os seus carros desde os testes de Donington) e tem a experiência dos LMP1 com a Audi (e este pode ser o fator mais importante para ele estar num nível superior e ser neste momento mais completo do que Senna ou Piquet. O que acha?

        • Acho o Di Grassi muito bom, e o Bruno Senna um piloto bom e esforçadissimo; e acho o Nelsinho Piquet no mesmo nível do Lucas, um piloto que evoluiu demais nos últimos anos e que passa a impressão de correr por prazer não importando a categoria; desde aquele episodio de Cingapura que ele passa esta imagem

          • Fernando Cruz e André Lima:

            Eu acho, sinceramente, que o Lucas di Grassi é um piloto mediano. Ademais, o BRUNO SENNA é muito mais fraco do que o Lucas di Grassi.

  • Bruno Senna fez uma grande corrida na Argentina (partindo em 19.º ainda conseguiu chegar ao 5.º lugar com uma ultrapassagem ao Vergne na última volta) mas para voltar para a F1 só com condições muito especiais, bem melhores do que aquelas que teve enquanto lá andou. Isto porque o timing ideal para ele andar bem na F1 já passou há muito tempo. Uma pena esses empresários brasileiros não terem aparecido em 2009 para comprar a Brawn, pois essa seria a altura ideal para o Bruno Senna. Estava na sua melhor forma, vindo de 30 corridas na GP2 e o vice-campeonato. Entrando nessa altura teria uma carreira brilhante, pois entraria com o melhor carro numa altura em que a sua motivação e confiança estavam no auge. Só que entretanto passaram seis anos e aconteceram muitas paragens que atrasaram o seu desenvolvimento. Será que iria a tempo de recuperar a forma de 2008? Talvez, se tivesse um carro ao nível de uma Force India no mínimo e um contrato que lhe garantisse estabilidade para trabalhar sem grande pressão durante uns dois ou três anos. Mas seria possível uma equipa brasileira atingir o nível de uma Force India em poucos anos? Dificilmente. Então é melhor esquecer a F1. Mesmo que esse projeto tivesse pernas para andar o resultado dificilmente seria satisfatório, quer para a equipa, quer para os pilotos.

    • Fernando Cruz:

      O Bruno Senna é muito fraco e sequer deveria correr na F-E. É estarrecedor saber que ele foi piloto de F-1.

      • Concordo. O Bruno Senna só tem sobrenome famoso. Na F-1, ele perdeu até para o fraco Maldonado, na época em que correram juntos na Williams.

        • Ele já era mais rápido do que o Maldonado na maioria das corridas da segunda parte da temporada e iria melhorar ainda mais com mais experiência. Continuando na Williams estaria agora a fazer o mesmo que o Massa está a fazer. Até o Damon Hill disse o mesmo no final de 2012, que Bruno Senna só precisava de mais tempo para ter sucesso. Não podia era fazer omoletes sem ovos. De forma hipócrita muita gente acha que só por ter aquele sobrenome ele tinha que ter sucesso independentemente das condições. O Damon Hill fez menos do que ele nas categorias de acesso, não era mais talentoso, e na F1 ganhou 22 corridas e até foi campeão. Isso mostra que tudo depende muita da sorte, estar no sítio certo na altura certa.

          • Fernando Cruz:

            O Bruno Senna só tem sobrenome renomado e nada mais. Nunca passou de um piloto pagante de grife. O sobrinho do Ayrton não teve talento suficiente para manter-se na F-1.

          • Fernando Cruz,

            Eu acho o Bruno Senna mediano para baixo. A Fórmula 1 não comporta um piloto desse baixo nível técnico. Ser “humilhado” pelo Pastor Maldonado foi deplorável para a imagem do sobrinho do Ayrton Senna. Damon Hill foi grande profissional, muito, muito mas piloto que o Bruno.

            Fernando Angolano Lusitano

          • O tal do sobrinho do Ayrton – o Bruno Senna – deixou a Fórmula 1 e não deixou saudades. O rapaz é um “piloto comum”, sem talento especial. Possuir sobrenome célebre não é garantia de “qualidade” do automobilista. O cara só lembra o tio na aparência, mas não tem 1% da capacidade do Ayrton Senna.

  • Sempre dizem: “Onde há fumaça, há fogo”. então ao menos alguem ai cogitou criar uma nova equipe brasileira na F1.

    Não acho Senna um otimo piloto. diria um piloto normal, apenas bom. Preferiria o Nelson Piquet Jr. Mais sei la, quem sabe os 2 juntos.

  • Seria muito interessante uma equipe brasileira na F1, teríamos que incentivar estas atitudes. Classificar como cascata estas investidas seria um pré julgamento do caso, não acho absurdo fazerem uma sondagem, mesmo que não vingue, o que é o mais provável, pode existir mesmo um grupo que tenha pensado na idéia.

      • Infelizmente não estou por dentro do caso, estou apenas na torcida para acontecer, só não concordo em chamar de cascata algo que pode ser sério, pois se realmente existir o estudo, já terá preconceito e daí é bem provável que vire cascata mesmo.
        Sabemos que existem empresários sérios no Brasil, apesar de a maioria não ser, este caso pode ter realmente acontecido.

      • Outro detalhe, imagina se este estudo (uma equipe brasileira de F1), esteja realmente em andamento, e o dono dela esteja em contato com patrocinadores, e aparece uma matéria dizendo que é cascata, pode melar a negociação, por isso não concordo em chamar de cascata antes de ter certeza de ser, agora, se for cascata mesmo, tem que ser divulgado.

          • Não estou achando que não seja cascata, porém não podemos afirmar antes de conhecer o outro lado da história, podem ter sondado para saber valores que gastariam com pilotos de renome. Claro que tudo indica que seja cascata, porém gostaria de saber as reais intenções destes que procuraram o piloto.

        • Oi, Victor. Interessante artigo (mais um!). Sobre ele, pouco dizer. Porem, gostaria de manifestar devido à frase proferida pelo internauta Fábio. In verbis, “imagina se este estudo (uma equipe brasileira de F1), esteja realmente em andamento, e o dono dela esteja em contato com patrocinadores, e aparece uma matéria dizendo que é cascata, pode melar a negociação”. Sinceramente? Não acredito que o texto do Victor cause tamanho estrago. Até porque, se uma empresa séria quiser mesmo levar adiante seu projeto, ela assim o fará. Alias, esta situação de ‘culpar’ a imprensa por eventuais fracassos me lembra e informal conversa com a esposa de um piloto hoje aposentado: fiquei sabendo que em 1995, o SBT recebeu ‘pressão’ dos integrantes de uma categoria de monoposto, para que um locutor fosse substituído. Motivo? O cidadão falou, devidamente embasado, que um chassi de Fórmula Indy custava US$ 450.000. Ato contínuo e, segundo a esposa deste meu amigo, integrantes do Imposto de Renda foram bater na porta de alguns pilotos, em busca de informações. Impossível não rir da situação e ficar imaginando que um fiscal da receita, ao invés de namorar uma mulata (ou duas!) em uma tarde de domingo, tivesse optado em deixar os prazeres da carne para assistir uma corrida de Automobilismo, visando a busca de trabalho extra para a semana vindoura! Isto tudo, sem falar que logo apareceram pessoas para dizer que a ‘culpa foi da imprensa em dizer no ar o valor do monoposto’. Ou seja: muito simples ‘culpar a imprensa’, cujo papel é informar. Enfim, e, como diria aquele personagem de programa humorístico exibido pela mesma emissora: ‘Que coisa, digo… não?’

          • Paulo, eu não culpei ninguém, apenas expressei minha opinião de que há chances de não ser cascata.

          • Oh uma categoria e um locutor em 1995 no SBT! Quem será? Que coisa, não? Vamos dormir sem saber!