Mais da crise na F1

SÃO PAULO | Às vésperas da abertura dos trabalhos da F1, absolutamente nenhuma das nove escuderias que têm vida e forma estão com seus projetos em estado avançado de planejamento ou até mesmo em dia. Se a crise na F1 ainda não está tão evidente, a situação deve ficar mais clara entre uma semana a dez dias.

Há um temor de que a maioria das equipes nem leve para Jerez os carros novos e só ande com o modelo do ano passado, eventualmente com as pinturas atualizadas. Em outras palavras, está tudo atrasado. Em alguns casos, a situação beira o caos.

Até a Mercedes, campeã com sobras em 2014, não está com tudo pronto para apresentar seu novo carro. O lançamento oficial acontece em 1º de fevereiro, horas antes da abertura dos testes, mas a correria é grande para tentar arrumar a casa onde a disputa foi intensa até o fim de novembro.

A Ferrari já admitiu atraso no projeto e fala em ir se recuperando ao longo da temporada; a Williams não tem planos ainda de mostrar seu bólido recente; a Force India apresenta amanhã no México apenas a pintura, revelando que não vai treinar com o novo carro na primeira semana; a Lotus nem sabe se corre com o nome Lotus; a Sauber está com tudo parado: nem mesmo o carro 1, que não vai à pista e é a base para os demais, está concebido — o que significa dizer que o modelo 2015 só deve estar pronto para o GP da Austrália, e olhe lá.

Ecclestone vai ter de se mexer às pressas. E o Renan do Couto e o Xavi Bonilla vão estar lá na Espanha para acompanhar tudo isso de perto pelo Grande Prêmio.

Comentários

  • Os problemas principais da F1 é que ela se especializou demais e seu “impacto” de marketing é mínimo, não gerando receita. Antigamente as equipes não tinham nem 50 funcionários, hoje as grandes equipes tem centenas de funcionários diretos e contratam serviços de centros técnicos/tecnológicos especializados. Tudo isso é muito caro.

    Em contrapartida, há impedimentos sobre quais empresas podem pagar pra aparecer na carenagem e a categoria não tem lá tanto impacto. Pra maioria das empresas, investir vinte milhões em qualquer projeto de marketing produz um retorno maior do que imprimir o logo na carenagem de uma Caterham. E com a categoria aparecendo mais por canais de TV (algo meio antiquado) e por fotinhos em sites e jornais, fica difícil mesmo.

    A F1 tem de conseguir público. Em especial, público jovem. Com público garantido, vai começar a valer a pena as empresas investirem nas equipes e será mais fácil fechar o orçamento. E não é só chamar atenção, mas criar identificação, aproximar o público da categoria. É um absurdo uma McLaren não conseguir patrocinador principal.

  • É uma pena, que a F1 tenha si tornado apenas uma competição da elite do automobilismo. Tudo muito caro, onde poucos tem acesso ao que é bom e moderno. Poucas equipes ricas, que só olham para seu umbigo. Que se danem as pequenas.
    Sou do tempo em que 30 carros se apresentavam para o treino de sexta, sendo que oito treinavam antes para classificarem mais dois para completarem o grid de 24. E olha que até o carro campeão com Nelson Piquet, disputou em um ano esta pré classificação,se não me engano, com Stefano Modena. Estava escrito que chegaríamos no que é hoje. Amanhã, só Deus sabe.

  • Caro Victor Martins, a solução pode ser esta!

    A FIA a partir de 2016 quem sabe possa utilizar, por exemplo, dois tipos de pacotes orçamentários- como são utilizados por TVs a cabo e planos das contas de celular.

    -Pacote 1: Equipes com dois carros terão direito há mais um dia de testes na pré-temporada, no caso se for quatro dias elas guiam por cinco, além de um motor extra para ser usado nas provas sem perda de posições. Essas equipes podem vender somente peças ou firmar acordos de parcerias com as escuderias menores que adotam apenas um modelo de chassi.

    – Pacote 2- Equipes com um carro não podem passar de um valor estipulado visando assim um teto orçamentário para evitar contrair dívidas como já está acontecendo no cenário atual. Para correr por estes times os pilotos precisam de daquela super licença nas categorias anteriores para terem permissão no caso se for escolher um competidor novato.

    Fazer um calendário mais compacto geograficamente e diminuição de algumas etapas chatas, mas sem tirar as tradicionais provas como Mônaco, Monza, Spa e Interlagos. Vide exemplo- porque correr em Abu Dhabi no fim do ano sabendo que pode ser depois do Bahrein no começo da temporada e serem países mais próximos economiza $$$ ou Montreal ser antes de Austin, já que Canadá e EUA são vizinhos. Mas isso vai depender dos contratos vigentes. Além de uma corrida extra campeonato num circuito europeu no começo de dezembro para as equipes mais pobres com preços dos ingressos pela metade em comparação com as etapas do campeonato e atrair patrocínios ao times menores na sobrevivência.

    -A criação de um campeonato de motores assim como já são nos construtores e pilotos visando atrair novas marcas consagradas e também ajudar no orçamento dos time independentes vide- BMW. Audi, Toyota, Ford, Peugeot…

    -Acabar com o sistema ‘DRS’ nos carros e fazer uma mesclagem entre pneus ranhuras com slicks. Os pneus com faixas são utilizados nos 30 minutos finais do segundo treino livre, guardados e reutilizados na largada e primeira parte da prova. Aí fica da tática de cada equipe para quem for fazer duas trocas irão utilizar compostos mais macios e quem optar por uma o mais duro. Valoriza muito as ultrapassagens durante as corridas e aumenta credibilidade e atrai público.

    -A pontuação da primeira etapa até a antepenúltima corrida passa a ser entre os nove primeiros e redução da vantagem do primeiro colocado ao segundo de sete para quatro pontos, assim o placar- (1º 15; 2º 11; 3º 9; 4º 7; 5º 5; 6º 4; 7º 3; 8º 2 e 9º 1). Nas duas últimas provas do ano os cinco primeiros passam a ganhar justamente cinco pontos há mais e do sexto ao nono dobra-se os pontos e acrescenta ainda o décimo colocado passando a receber um ponto. A pontuação das duas últimas provas do ano (1º 20; 2º 16; 3º 14; 4º 12; 5º 10; 6º 8; 7º 6; 8º 4; 9º 2 e 10º 1).

    Observação: Fiz uma pesquisa deste formato de pontuação desde o campeonato de 1950 até o ano passado e em muitas corridas a decisão do título só aconteceria mesmo na última etapa. Como exemplos- Massa seria o campeão de 2008 sobre Hamilton com ambos terminando empatados com 152 pontos, o mesmo seria em 2012 com Vettel campeão sobre Alonso nos exatos 174 pontos.

    Agora se isso não for feito aí fica o dilema: quem morre primeiro a F-1 ou seu dono?

  • A Ferrari anunciou em abril/maio do ano passado que que já tinha jogado a toalha para trabalhar no carro de 2015. Agora ela me chega em janeiro/15 falando que está atrasada e que vai se recuperar durante a temporada?! Só digo uma coisa: é muita incompetência para um time onde dinheiro não falta.

  • Ou tá todo mundo escondendo o leite ou a coisa esta feia mesmo!!!!!
    Apesar de gostar de todas formas de automobilismo em que tenha mais de uma marca de carros e o piloto tenha que virar o volante para os dois lados e em varias angulações,não é a minha categoria predileta, o W E C que é ,e ela esta em franca ascensão na preferencia de quem realmente gosta de automobilismo de competição e com muita tecnologia aplicada. Só para lembrar os distraídos; o primeiro carro de competição com tecnologia Hibrida foi o AUDI R 18 E -TRON QUATRO, o primeiro carro a usar uma asa foi o: Chaparral 2 F (1966),o primeiro carro com injeção de combustível :Mercedes 300 SLR (Le Mans 1952),o primeiro carro com freios a disco :Jaguar CType(le Mans 1953) e muitos outros avanços que sempre foram dos carros de Endurance e muitos “entusiastas” pensam que foi introduzidos pela atualmente decadente F1.

  • No caso das grandes equipes, talvez, ninguém queira mostrar tudo que tem agora no inicio dos testes, afinal, em 30 dias os caras podem fazer muita coisa, dinheiro não é problema…

  • Tá foda mesmo!
    Quando falavam mal das montadoras, diziam que elas gastavam horrores e, quando vendiam 10 carros a menos que a meta do ano, saiam da categoria, deixando um puta vácuo e um monte de gente desempregada (a lembrar: Honda, BMW e Toyota).
    Agora, as equipes “garagistas” falam que não tem dinheiro…
    O fato é que a categoria é cara demais!
    Se custasse menos, as montadoras insistiriam um pouco mais no prejuízo e ficariam um ou dois anos a mais, na esperança de tempos melhores. Do mesmo modo, as garagistas, conseguiriam patrocínios mais facilmente ou o custo para pilotos pagantes, seria menor e não perderíamos pilotos bons como DiGrassi, Heidfeld, Buemi, Vergne, e outros, simplesmente por questão financeira.
    Mas… se não houvesse o glamour e o exagero, não seria Formula 1, né?

  • É muito bem feito. Cada um alí puxa a brasa para a própria sardinha.

    É um bofetão na famigerada arrogância e soberba da categoria, que virou um colégio de moças afetadas esnobes.