O flerte que pode ser fatal

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[bannergoogle]SÃO PAULO | Se três é demais, imagine como não ficou o ambiente em Indianápolis após o quarto acidente de grandes proporções visto nos treinos livres para a Indy 500 — descontando o de Pippa Mann, que até visualmente teve um impacto forte, mas não provocou decolagens nem ida ao hospital. A batida de Hinchcliffe foi diferente das demais, não só por ser de um carro parceiro da Honda, mas por ter levado o canadense à sala de cirurgia. E mesmo que o motivo tenha sido uma quebra de suspensão, coloca-se em xeque estes novos carros com uma configuração aerodinâmica que não havia sido testada.

Quando Kanaan vem a público dizer, em linhas gerais, que é da natureza do automobilismo o que está acontecendo, joga para baixo do tapete que há um erro e até um amadorismo por parte da direção da Indy. Não é porque os pilotos escolheram essa vida que beira os 400 km/h que eles têm de assentir que um carro se perde do nada a esta velocidade com possibilidade de dar piruetas. A corrida que se diz o “maior espetáculo da Terra” não tem de ser laboratório nem colocar ratos capazes de experimentar novas drogas que coloquem em risco suas vidas.

A Indy está flertando com o perigo e já deveria ter tomado medidas mais drásticas por não saber, ou mesmo ter alguma ideia, do que está causando as capotagens/decolagens nos carros da Chevrolet e se os da Honda têm essa mesma tendência. A corrida está logo aí, a seis dias, e enquanto nenhum engenheiro vier a público para indicar as causas, as consequências podem ser as piores quando os 33 carros estiverem todos reunidos gerando vácuo.

Em tempo: Hinchcliffe foi operado na noite de ontem de uma lesão na parte anterior da coxa esquerda, cuja extensão não foi devidamente esclarecida, e está “acordado e conversando”, segundo informou sua namorada, a ex-miss Kirsten Dee. O nome que pinta como substituto de Hinchcliffe na Schmidt Peterson na corrida é de Tristan Vautier, que classificou o carro #19 da Dale Coyne para James Davison, que não pôde participar das atividades do fim de semana porque estava correndo de turismo no Canadá. Vautier já foi piloto da SPM em 2013.

Comentários

  • Vai ter de morrer alguém durante a corrida para que esse mercenários venham a público e digam que isso faz parte do espetáculo. Nada vai mudar. Dane-se quem quer se arriscar. É parte do show. É business.

  • Muito bom o texto. Pilotos não são cobaias e ninguém (ao menos ninguém de mente saudável) quer ver mortes nem acidentes graves.

  • nao existe problema nenhum com os kits
    o que acontece e que nao teve acidente nos 2 ultimos anos porque os carros ficaram mais faceis de guiar, se olhar apenas as edicoes do seculo 21 da indy 500, volta e meia acontece alguem dando uma panca seria, inclusive uma fatal em 2003 que ninguem lembra porque foi em testes privados e com um piloto novato, tonny renna
    se contar outras pistas teve tambem Paul Dana em 2006 e Dan Wheldon em 2011, entao nao venham dizer que so agora o carro e inseguro, sempre foi e e isso que o tonny kannan quis dizer

  • Por favor cancelem essa prova! Ta com cheiro que vai dar M..
    É melhor nem começar a corrida, pq não vai terminar..
    Nenhum piloto ta com medo (e assume) isso??
    F1 varias vezes pilotos não correram por não achar seguro!

  • Será que alguém lembrou que os carros voando significa que podem voar acima do alambrado e repetir Le Mans 1955?
    A maioria dos acidentes voando foram mais cinematográficos do que realmente perigosos, porém na prova, com a soma de vários carros, não seria impossível que algum voasse um pouco mais alto e aí sim poder ser um desastre.

  • Os primeiros testes dos novos kits, deria ser em um superoval .
    Mas o show não pode parar , e a arrogância americana , pode
    fazer vitimas no proximo domingo . Com sorte dará tudo certo.

  • Sempre gostei da ideia dos aerokits na Indy. Achava que daria um pouco daquele tempo glorioso quando tinham chassis Lola, Reynard, Penske, Swift, até Rahal chegou a ter. Os carros seriam um pouco diferentes entre si e teria um componente novo.

    Mas como assim não testaram o kit aerodinâmico pra superoval antes da principal corrida da temporada que é em um superoval? Essa gente é doida? Só pra situar, em pistas de rua e autódromos, para a Indy, aerodinâmica importa apenas em ganhar ou perder segundos. Em Indianápolis mora a segurança do piloto. Essas asas precisam manter o carro no chão, a velocidade que eles atingem só elas mesmo para fazerem isso. Como essas asas funcionarão no vácuo? E na turbulência?

    Aeroportos dão espaço de dois minutos entre os aviões pousando e decolando não é a toa. Se o da frente for um 757 o espaçamento é maior. Tudo para evitar essas turbulências. Não dá para fazer isso numa corrida. Nem o líder da prova estará livre delas. Se ninguém estudou o comportamento dessas asas sob essas condições, os pilotos estarão entrando em uma roleta russa.

    se