A Renault, a Minardi e o mundo

SÃO PAULO | A Renault já vinha usando suas redes sociais há alguns dias para soltar aqui e ali um tostão de como seria ao menos a pintura de seu carro 2016. O preto era predominante nas fotos, mas é claro que se esperava algum amarelo. A revelação que a equipe fez nesta quarta, no entanto, acabou revelando uma grata surpresa: o aurinegro tem muito mais de negro, mesmo.

Há uns detalhes foscos ao longo da cobertura do motor que embelezam, ao menos na pintura de estúdio. Há quem diga que pode haver uma mudança, mas se a Renault observar que caiu no gosto do povo — ainda mais porque utiliza bem o respaldo do público da internet —, deve mantê-la.

Tem um quê de Minardi anos 90, aquela de Martini e Morbidelli — acho até que Christian Fittipaldi pegou essa época antes que a equipe migrasse para o branco —, tempos em que a Minardi era ali do meio. No fim das contas, agradou.

Grand Prix of Hungary

O que só não agradou foi o puro esquecimento a Maldonado, como se o cara não existisse para a equipe até dois dias atrás. Como se não fossem os bons milhões da PDVSA que não tivessem sustentado a brincadeira de viajar o mundo da F1 por um tempo. Ou como se não houvesse sido criada nenhuma relação de amizade e bom senso que levasse a esse reconhecimento, um simples obrigado e um até breve.

Aliás, as empresas de hoje, sob o tapete da crise, têm cada vez mais adotado a frieza e a falta de consideração, esquecendo qualquer valor sentimental e humano ao mandar seus funcionários para o olho da rua. Pego um exemplo que foi mencionado ontem mesmo em conversa com o amigo e colega Vinícius Piva: Wilson Baldini Jr., quatro longas décadas ao ‘Estadão’, profissional dos melhores, foi jogado às traças sem que nenhum diretor da vida tivesse a sensibilidade de analisar o quanto ele foi dedicado ao jornal e o que ele representa para o esporte — as lutas, no caso —, os leitores e a própria instituição. O sistema é assim, há de ter pensado o cara que deve ter idade para ser filho do Baldini, e o caminho do RH é aquele ali, e estamos conversados, a vida segue. Sistema esse que, aliás, corta cafezinho dos colegas da ‘Folha’ — isso só pra ficar no jornalismo; o que deve ter de empresa em outras áreas fazendo coisa similar ou pior…

O mundo anda muito cretino.

Comentários

  • Tá louco!
    Que paixão é essa pelo Maldonado? Não esqueceu até hoje?
    Parece que foi o melhor piloto que pintou no grid nos últimos anos. Menos. MUITO menos…

  • Por coisas assim deixei o iG no final de 2010, e em 13 de Janeiro de 2016 deixei a carreira corporativa, depois de 18 anos dedicados, pela música. Onde a humanidade entre as pessoas e colegas de trabalho é muito maior e honesta.

  • Pena que ele escreve sobre um dos esportes mais populares do mundo, que não tem popularidade praticamente nenhuma no Brasil. É tipo o cara certo no lugar errado.

  • Esse seu texto sobre a maneira que as empresas vem tratando seus colaboradores, como se fossem simples peças ao qual no final de um ciclo você simplesmente as substituem, não precisa de acrescentar uma única vírgula! Empresas incompetentes, reduzem salários, cortam cafezinhos, lanches e etc…com a desculpa que é para manterem o emprego de seus funcionários. Mas o santo faturamento, este é quase intocável.

  • Carro e lembrança bacanas. Mas vamos dizer a vdd. A Renault nunca confirmou Maldonado e se os dolares da Venezuela serviram, serviram para a Lotus e não à Renault. Não tenho procuração e nem a Renault precisa de mim pra fazer defesa, entretanto não acho justo colocar na conta da Renault contratos acordados com a Lotus, até mesmo pq foi a Lotus q confirmou ainda em 2015 os dois pilotos. A Renault está valorizando seus campeonatos visto q o Kevin Magnussen foi campeão pela World Serie by Renault em 2013, se não me engano. Piloto q ela já conhece e q já subiu ao pódio na F1. Não acho q deveria mesmo ter sido mencionado na apresentação do novo time podendo causar desconforto com os atuais componentes da equipe. No máximo uma nota agradecendo o q ele fez com a Lotus, já que nunca teve vínculo com a nova equipe Renault. Mesmo q tenha sido por falta de pagamento da compra da vaga, coisa que a Renault não precisa.

    Mto pior faz a Red Bull e Toro Rosso qnd trocam seus pilotos, e torço p q tome poeira da Renault, qnd estavam vencendo, 4 anos seguidos, nem falavam da Renault, nos ultimos anos tudo era culpa da fabrica francesa.

  • Agora que o Maldonado foi dispensado, vai fazer falta? Galera só reclamava do cara e agora ele virou injustiçado? Por mim, menos um piloto medíocre com petrodólares no grid

  • eu realmente gostaria de uma entrevista, sem meias palavras, do Maldonado aqui no blog ou em outro blog ou mesmo no GP. Não sou fã. Apenas acho que a Renault não chegou hoje ao lançamento do carro sem o Maldonado. Obvio que eu acho muito bom novos pilotos, ainda mais vindo do programa de formação de pilotos. Mas acho muito desrespeitoso descartar os profissionais assim…

  • Caro Victor

    Boa lembrança da pintura semelhante da Minardi e Renault……
    E só completando seu comentário final, além de cretino, está chato prá C……..

  • Carro bonito, mas confesso que preferia ver mais amarelo nessa pintura. Isso é o de menos, carro bonito é o que vence, dizem.
    Gostei de ler sobre a (falta de) humanidade demonstrada pela Renault ao sequer mencionar Pastor. Que pena constatar que as empresas acham normal tratar as pessoas assim; não são só as automobilísticas e de jornalismo, infelizmente.
    Pessoas são descartáveis, pensam. Depois, reclamam dos funcionários ingratos que mudam de emprego.
    Abraços.
    http:\\reiv8.blogspot.com

    • Meu caro Reinaldo ,quem costumava dizer isso era tão somente Il commendatore Enzo Ferrari que fez as lindíssimas e ganhadoras 250 T S ,250 G T O e a minha preferia a 512 M ,que apesar de linda ,não era páreo para os Porsches 917 e tem no seu curriculum um único acidente fatal justamente com o grande e promissor piloto mexicano Pedro Rodrigues .