Com a palavra, o presidente

SÃO PAULO | A entrevista com o novo presidente da CBA, Waldner ‘Dadai’ Bernardo, foi feita por e-mail na semana passada. A íntegra vai ao ar amanhã no Grande Premium. Ela contém réplicas e tréplicas, principalmente na questão que envolve a F-Truck. A seguir, alguns pontos em destaque.

Qual é a atual situação do automobilismo brasileiro? Você a considera adequada?

WB — O momento não é fácil.  Todos os segmentos estão sentido isso. Economicamente estamos enfrentado uma fase complicada. A ausência de patrocínios impacta desde campeonatos estaduais até a viabilidade de nossos pilotos na F1. O ano será difícil. Teremos que procurar soluções que viabilizem nosso esporte como um todo, com uma realidade financeira diferente da que estávamos acostumados.

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A F-Truck divulgou, com atraso, o calendário desta temporada, mas sabemos que sua situação financeira está longe de ser a ideal e que houve uma série de conflitos com a CBA, sobretudo pela não quitação de taxas. Você vai homologar a categoria para que o campeonato siga em curso ou ainda há pendências a serem resolvidas?

WB — A empresa promotora da F- Truck, hoje não tem nenhum debito com a CBA. Não considero conflitos com o STJD como conflitos com a CBA. O contrato de promoção para esta categoria com esta empresa encerrou-se em 31/12/2016. Até o presente momento não recebemos desta empresa nenhuma solicitação de renovação de contrato e posterior homologação de calendário e regulamentos.

O que quer dizer, então, que a CBA não confirma, por ora, o cronograma 2017.

WB — Exato, até que seja efetivamente feito o contrato de promoção deste evento, não se pode homologar calendário ou regulamento.

Posteriormente à nossa conversa, a CBA expediu um comunicado em que informa a busca por um novo promotor do campeonato. Houve algum diálogo com a anterior organização de Neusa Navarro Félix antes desta decisão? Causa algum estranhamento esse ‘desligamento’ da então gestora, que, segundo consta, deve buscar uma liga para tocar um campeonato paralelo?

WB — Como presidente da CNV (Comissão Nacional de Velocidade), venho desde dezembro tentando ter um retorno do promotor desta categoria, pois sabíamos que seu contrato vencia em 31 dezembro. Foram várias tentativas sem resultado; em todas, sempre tinha uma desculpa e não conseguíamos nos reunir. A única pessoa que me atendia e sempre atende é o Jefer (Favoretto), porém não havia nenhuma definição concreta por parte dele. Fomos surpreendidos com a divulgação de um calendário sem a devida renovação de contrato promocional.

Por último, a CNV enviou e-mail pedindo que houvesse esta manifestação e não obteve retorno. Diante desta negativa, tivemos que tomar as medidas devidas para que possamos realizar esta importante categoria em 2017.

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O Brasil acabou de ter um campeão no Rali Dakar, um fato inédito até aqui. Existe um projeto para apoiar/desenvolver a modalidade? Há alguma intenção de receber o Dakar no período em que estiver como presidente?

WB — Sim, posso te garantir que o presidente desta comissão já está tratando, não só desta como de outras competições internacionais.

Na mesma linha, o Brasil só não ficou sem um piloto na F1 por uma enorme obra do destino. Como a CBA analisa essa falta de renovação e como pretende trabalhar para mudar esse quadro?

WB — Como falamos em pergunta anterior, as questões financeiras estão sendo determinantes na F1, basta ver que o companheiro do Massa [Lance Stroll] pagou uma fortuna pela vaga. Nossos pilotos têm talento, e muito, porém isso por si só não está sendo suficiente pra guiar um F1. Quanto à renovação, faremos sim nossa parte, fomentado ao máximo, através de projetos como o das escolas de kart, a inclusão e acesso de novos pilotos no automobilismo.

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