NFL e F1

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SÃO PAULO | No domingo, a Nossa Turma (Get Along Gang) publicou no Grande Premium um extenso material a respeito da NFL e de como ela vai servir de parâmetro para os novos donos da F1, o Liberty Media. A reportagem apresentou a história do futebol americano, trouxe dados de audiência nas TVs (que são quatro que transmitem lá fora), falou com Erich Beting, especialista em negócios do esporte, e pediu a Everaldo Marques, o ridículo, que avaliasse as duas situações.

Houve uma grande compreensão dos fatos por uns e nem tanto por outros. É claro que não se vai seguir à risca o padrão NFL e nem foi feita uma apologia ao esporte: não vai haver uma paralisação nas 20 corridas deste ano para ter um show do intervalo nem pedir que os pilotos corram com uma bola oval — que muitos, pervertidamente, tratariam como a terceira.

Segundo o Ibope Repucom e sua metodologia de pesquisa Sponsorlink — que cuida especificamente da população de internautas no país —, a NFL já tem mais interessados do que a F1: 15,2 contra 12,9 milhões. A pesquisa não capta a parte da população ‘desconectada’ que é importante para um dado mais abrangente, visto que a maioria das pessoas diz se alimentar de F1 pela TV.

De qualquer forma, os dados que vêm a seguir representam outra realidade da popularidade dos dois esportes.

A transmissão da ESPN aqui no Brasil bateu recorde de audiência com a transmissão da virada épica do New England Patriots sobre o Atlanta Falcons. Dentro da TV por assinatura, a emissora foi líder no período do jogo, batendo não só a concorrência dos canais de esporte como todos os outros. A média foi de 1,20 com pico de 1,55.

Como forma de comparação, o blog obteve os números das três corridas de F1 que o SporTV transmitiu ao vivo no ano passado, todas na América do Norte. Em 12 de junho, o GP do Canadá registrou 1,06; em 23 de outubro, o GP do México teve 0,63; por fim, em 30 de outubro, o GP dos EUA marcou 0,89.

Adendo: os números acima representam a fatia que se convencionou adotar como a ‘faixa nobre’ do público-alvo de esportes, entre 18 e 49 anos. Uma segunda fonte confirma estes dados, mas acrescenta que, nos dados de audiência gerais, considerando todos os domicílios com TV paga, a F1 ganhou em duas provas do Super Bowl. Segue:

GP do Canadá: 2,08
GP dos EUA: 1,55
GP do México: 2,31
Super Bowl: 1,63

Em tempo: a base de assinantes do SporTV é bem maior que a da ESPN.

Comentários

  • Acho que muita gente que teve reações contrárias à matéria (e ao comentário da Liberty em si) está na verdade, com medo. Se você der uma volta pelas seções de comentários em notícias da F1 pela internet, verá que muita gente “quer que mude sem mudar”.

    Quanto aos dados de audiência, então quer dizer que acima dos 49 anos é que a F1 ganha força no Brasil. É a realidade assustadora que todo mundo já conhece. E o pior, não são “apenas os jovens” que não tem interesse, qualquer um abaixo dos 40, que até pegou alguns “anos-Senna” também não liga muito para F1.

    O Marcelo comentou algo interessante. A NFL tem uma história de transmissão pra valer (leia-se, constante, bem divulgada etc.) há pouco mais de 5 anos, quando a ESPN abraçou e resolveu investir. Já a F1, tem um histórico de uns 40 anos de transmissão, sendo a maior parte desses em TV aberta, com ídolos nacionais participando.

    Agora, um outro detalhe importante, e que a F1 precisa ficar de olho, é como gerar interesse. Todo mundo fala “o jovem nem se interessa por carro mais”, o que é até verdade, porém, você pode facilmente dizer que as mulheres não se interessam pela NFL, mas pergunte pro Everaldo a taxa de crescimento e participação das mulheres nas transmissões (e não só nos jogos do marido-da-Gisele). Confesso que eu tiro o chapéu pra equipe da ESPN, em especial pro Everaldo e Paulo Antunes, pois eles não tem nenhuma forma de mexer no esporte, mudar regras etc. Recebem o feed de imagem direto, e mesmo assim, a simples forma de narrar o evento passou a atrair cada vez mais pessoas.

  • Comparar a audiência no Brasil não fornece um resultado correto. No Brasil, F1 é um esporte consolidado, com vários ídolos ao longo dos anos, e NFL é praticamente desconhecido por aqui. Se mesmo assim teve mais audiência que quase todos os GPs, imagine se fosse mais difundido?

  • Caro Victor,

    a publicação de vocês foi muito interessante – e instigante. Algumas reações foram exageradas
    É fato que a F1 precisa encontrar maneiras de atrair mais gente: vejo com muita preocupação que os jovens (muitos deles) sequer se interessam por automóveis (!), logo teriam menos interesse em corridas de automóveis.
    Goste-se deles ou não, os norte-americanos são muito bons em espetáculos. O que fazem na NFL demonstra isso, o que fazem no basquete idem. A F1 faz basicamente a mesma coisa há tempos, em termos de espetáculo.
    A piorar (no meu entendimento, claro), a F1 tem se contaminado muito com visões de economia (de testes, de pneus, de combustível, etc) e pouco com velocidade, que deveria ser a essência do esporte. Quem não sorri ao lembrar dos V10 e V12?
    Por isso, estou bem curioso para o início da temporada 2017, com os carros prometendo ser até 5s mais rápidos por volta.
    Parabéns a vocês pelo pensamento abrangente.
    Abraços,
    Reinaldo