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SÃO PAULO | — Tudo bem rapidinho porque a chavinha já está virada para a Indy 500 —. O GP de Mônaco teve lá seus momentos interessantes, mas não foi bom. É de jogo desta temporada, como aconteceu na Austrália e na Rússia. Os carros maiores impediram ações mais ousadas dos pilotos, que nos anos anteriores usavam a saída do túnel monegasco para tentar superar o adversário. Foram poucas tentativas — uma frustrada e horrível como a de Pérez na Rascasse, tirando Kvyat da prova e acabando com sua sequência de corridas nos pontos. Mas foi interessante acompanhar a movimentação das táticas.

Antes de mais nada, dois pontos sobre a questão Vettel-Räikkönen. O finlandês largou na pole, sustentou a primeira posição, mas nunca abriu uma distância convincente para que se estabelecesse em primeiro em qualquer situação que a Ferrari pudesse colocá-lo. Houve um momento que Kimi estava tão mais lento que os outros, e não era só pelos retardatários que se aproximavam, que Bottas e Verstappen chegaram a se aproximar de Sebastian. Quando Räikkönen parou, o segundo tratou de engatar uma sequência de voltas rápidas à Senna, à Schumacher, à Prost, à piloto-de-grande-calibre para voltar à frente. E foi embora, tchau e bença. Não adianta Kimi ficar com aquela cara de cloaca no pódio, ainda mais quando passou anos e anos sem fazer o que dele se esperava. Se a Ferrari planejou ou não, ele que tentasse evitar isso.

 

Já tem gente falando que o mecânico da roda X colocou a parafuseta Y mais lento propositalmente, de forma que esta Scuderia pazza já tinha tudo armado, maledetta. O tempo de parada de Räikkonen foi apenas 0s5 mais lento que o de Vettel. Isso resume.

E se a coerência existir, quem critica também deve vociferar contra a Red Bull, afinal Ricciardo ganhou o pódio em cima de Verstappen da mesma forma. Max foi o primeiro a parar e a Mercedes, desesperada, chamou Bottas na volta seguinte para evitar perder a terceira posição. Só esqueceu que Daniel Sorrisão vinha ali em quinto e com pista livre. Os dois que pararam voltaram brigando entre si e depois ficaram encaixotados atrás de Sainz. Mesmo se não tivesse o piloto da Toro Rosso, Ricciardo voltaria à frente com sobras. E por quê? Porque fez voltas tão ou mais rápidas que o próprio Vettel.

Tem coisas que, se a inteligência não explica, a matemática desenha.

Hamilton fez o que dava largando lá de décimo-qualquer-coisa. Ficou na pista mais tempo que os que vinham à frente nos boxes e subiu para o sétimo lugar. Levou 8 pontinhos pro bolso e agora viu a distância para Vettel no campeonato ser de uma vitória. É uma preocupação grande para uma equipe que já não domina mais. OK que Monte-Carlo vai ser uma exceção, mas com um Vettel andando o fino, descontar esta diferença vai requerer pelo menos umas quatro provas e uma ajuda grande de Bottas — o que parece não se vislumbrar.

Aplausos para a corrida de Sainz, sexto. Alívio com a situação de Wehrlein diante do susto que foi ver a imagem de seu carro em pé e recostado na barreira de pneus. Abraço para Button, que cumpriu bem a tabela de substituir Alonso — só não falou se vai cumprir a promessa de mijar no carro. E Massa mal apareceu direito na transmissão. Foi nono. Tá bom demais. Stroll e Palmer não bateram. Milagre.

Como dira o professor Pasquale, é isso.

Comentários

  • Exatamente Markonikov,

    Victor, é simples entender o jogo da Ferrari nessa corrida. E longe de julgar se está certo ou errado, é uma decisão do time, só não acho que Vettel tenha sido assim tão brilhante.
    Kimi foi aos box e, além do 0,5 segundos a mais na parada, (ok, isso eu credito ao acaso), quando voltou à pista estava exatamente atrás de Button e Werhlein. E ali, no tempo perdido para superar esses dois retardatários perdeu a ponta para Vettel.
    Ok, Vettel tinha pneus desgastados, mas Kimi estava calçado em um composto mais duro, que era explícita a grande diferença de performance que tinha para o SS.. ou seja, a vantagem do undercut nos pits, era mentirosa, uma vez que os SS usados tinham performance similar aos S novos.
    Não critico a Ferrari pela postura, pois alias, uma briga entre companheiros na mesma já teve final trágico em 1982, mas parece pela reação de Kimi, que ele ser escudeiro de Vettel já na sexta corrida não estava nos planos do filandes, e dada a personalidade deste, essa ducha de água fria no já frigido filandes, pode ser o fiel da balança na disputa do titulo do mundial de construtures.
    (Desculpe o textão)

    • Para mim, daqui para a frente o Raikkonem vai andar e c …. , vai fazer corpo mole e o queridinho deles que se vire … aposenta ano que vem (se não voltar para a McLaren), e que se explodam esses italianos e alemães …

  • Engraçado que as estratégias do Vettel só funcionam com o Raikkonnen … conta o Hamilton não funcionam, vide a última corrida … enfim, se o Raikkonnem tivesse a prioridade de parar depois, também teria ganhado, pq estava com a pista livre …