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SÃO PAULO | Declaração de Vettel depois da classificação deste sábado: “Não há com que se preocupar. No seco, a situação vai ser bem diferente”. O alemão havia sido sexto com uma Ferrari inexplicavelmente lenta no Q3. Diferença para Hamilton na corrida deste domingo: 36s — considerando que Lewis faz aqueles ziguezagues para comemorar e que Vettel estava andando rápido para evitar perder a terceira posição para Ricciardo.

Mas OK, 36s317 foi a diferença. Foram 0s685, em média, por volta. O domingo não foi diferente com esta diferença. Ainda que as características de Monza sejam únicas, é considerável. Tanto que, de novo, Ricciardo, que largou em 17º, chegou colado no alemão com uma Red Bull que, teoricamente, não tem um motor tão bom quanto o da Ferrari.

Com a ajuda de Bottas, Hamilton assume pela primeira vez a liderança do campeonato e deve comer todas as massas possíveis para comemorar o feito. É significativo e simbólico que seja na casa da Ferrari. Pela primeira vez no ano, um piloto vence duas corridas seguidas. Hamilton voltou feroz das férias em duas pistas que lhe eram favoráveis. Ele sabe como poucos tirar o máximo de situações como estas.

Bottas fez um começo de corrida à Hamilton. Passou Räikkönen com imponência e, em duas voltas, Stroll e Ocon com relativa facilidade. Ficou ali em segundo, então, seguindo meio que à distância o líder. Não tinha como e nem ia pegar a ponta. É um segundo piloto muito melhor do que Kimi é. Kimi é uma piada. Vettel chegou nele, passou rápido, e ficou lá encaixotado atrás de Stroll e Ocon sem conseguir nada. E quando Ricciardo chegou nele, deu até dó — mas logo passou. Numa pista como Monza, tinha de ao menos chegar embutido em Vettel. Mas a Ferrari está feliz assim, então não há muito o que se fazer.

Sobre Ricciardo: está mais do que na hora de considerá-lo como integrante do seleto grupo dos melhores da F1. Todo mundo fica se perguntando quem é o melhor piloto dentre Hamilton, Alonso e Vettel. Daniel tem de estar ali. O que já fez nestes anos todos e a forma como conduz, como ataca, como trata o carro, como é integrante da equipe, como sorri e leva a vida, obrigam a esta situação. Hoje, o quarto colocado merecia ter um lugar no pódio. Enquanto isso, o ótimo Verstappen afunda e chafurda — e seus erros hoje não podem ser creditados ao carro.

Ocon sonhava com um pódio que nunca viria e fez o que dava. Um sexto lugar está de bom tamanho para um piloto que brilha e vai brilhar mais. Stroll foi sétimo logo atrás. Lance perdeu a segunda posição na largada porque Hamilton fechou em cima e permitiu que Ocon tivesse mais ação. O canadense brigou a prova inteira com Esteban para tentar ultrapassá-lo, sem sucesso. Mas é justo dizer que sua evolução é notória. Os últimos desempenhos são muito melhores do horror apresentado no início do ano e estão muito acima da zona do PEK (Palmer, Ericssson e Kvyat). Já anda aqui e ali na frente de Massa. E soube, no único ataque que o companheiro tentou, ali no fim da prova, se manter à frente com segurança.

Felipe foi oitavo. Teve dois incidentes, com Pérez e Verstappen, coisas de corrida, e foi comboiando o companheiro de longe até chegar perto dele no fim. Uma prova, digamos, normal. Quase foi superado pelo próprio Pérez no fim da prova. E Force India e Williams andaram em pé de igualdade neste fim de semana. A partir de Singapura, a coisa tende a mudar e a diferença dos rosáceos para os martínicos aumentar.

De resto, e como sempre, Alonso. Que sempre lança alguma via rádio. Antes de abandonar no fim, estava preocupado com o karma de Palmer — que acabou não completando também. Pobre Fernando que tem de se preocupar com Palmer. Pobre de quem acha que karma é uma fórmula física, tipo K = Ko + K²+ ac. Que seja. Alonso não tem mais ‘karma’ para aguentar a Honda. Uma decisão está por vir. Provavelmente a Renault vai entrar na jogada e que a FIA, a F1 e o karma indiquem onde os japoneses estarão em 2018.

Daqui duas semanas, Singapura está no radar. A tendência é que a Ferrari iguale e esteja até à frente da Mercedes. O problema é que Vettel precisaria ter alguém para fazer o mesmo que Bottas entregou para Hamilton hoje. Não vai. O campeonato segue com suas nuances, agora pró-Hamilton. E a Ferrari vai ter de fazer algo diferente. Diferente como não foi em Monza.

Comentários

  • bom, muito bom!!uma análise muito boa!! realmente eu também fico me perguntando o que que a Ferrari ainda vê no Raikkonem, o cara tá patético!!! Ele próprio tem que desconfiar e pedir pra sair, ele tá acabando com a própria carreira!! se ele não ganhar pelo menos uma corrida até o final do ano, vou te falar viu, a coisa vai ficar feia pra ele!!!

  • Victor ,
    Agora sabemos o nome certo do trombadinha….. É Besrtappen, uma besta que acha que é mais esperto que todo mundo. Oncon vai passar a perna nele, entrega mais para a equipe e vai colher com certeza. Quiça no lugar do Kimi.

  • Análise PERFEITA das condições de cada piloto. Principalmente sobre o “Sorrisão Australiano”. Stroll melhorou ,até porque piorar seria difícil. Mas pra sair do grupo dos fraquinhos precisa melhorar MUITO ainda.
    É preciso dizer que Massa foi mais rápido que o companheiro maior parte da prova, acompanhei pelo live timing, porém quando era mais veloz não conseguiu ultrapassar. Faz tempo que observo esta dificuldade (quase incapacidade) do Felipe na disputa por posições.
    Coisas que eu acho – ou pode chamar de dicas:
    Estético: Poderia substitui a ultima variação de “tender” por algum sinônimo.
    Conteúdo: A piada da física é boa, mas quem viu o GP de forma alternativa ficou boiando. Pense também naquele público específico que já abandonou as transmissões globais.
    No mais, belo texto. Parabéns e até a próxima.
    Ao final de Singapura a tendência é ler o blog novamente. rsrs

  • Concordo com tudo. Ferrari levou outra surra da Mercedes e até do Ricciardo. Quando o Raikkonen tomou aquela passada do Ricciardo meu Deus kkkk. Além disso ele tb deu um belo drible no Perez no mesmo local onde fez essa manobra Contra o Vettel em 2014