S18E02 Bahrein 3

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SÃO PAULO | Vamos ao resto. Gasly. Fez uma corrida dele. Viu por um binóculo quem estava à frente, mas livrou uma interessante distância para os que o perseguiam: a Haas de Magnussen, a Renault de Hülkenberg e a McLaren de Alonso. Três carros que facilmente seriam mais rápidos que o da Toro Rosso, mas que demonstram a força de um casamento que só sofreu um revés na Austrália e nada mais. Um ponto que me chamou atenção na corrida foi quando Hamilton foi ultrapassá-lo na reta: mesmo com asa aberta e tudo, o inglês não conseguiu a manobra de cara no retão. A Honda se achou, é bem verdade, e obteve um resultado em duas corridas que não havia conseguido em três anos aliada à McLaren.

O cumprimento de Helmut Marko à feliz equipe no fim da prova — já que ele pouco tinha a fazer na garagem da Red Bull — é um sinal de que este casamento vai ser estendido em 2019 para todo o grupo energético.

Magnussen, quem diria, é o líder da Haas por enquanto. Foi ligeiramente melhor que Grosjean na Austrália e um tanto no Bahrein. Espero dele uma maluquice qualquer em breve? Sim, o danês tem uma cabeça não danesa. Mas não é uma inconstância biruta que Romain apresenta — inclusive, este atrapalhou o outro durante uma volta, dando uma fechada desnecessária na entrada da curva 2. Mag mostrou toda sua polidez.

Em sexto, um Hülkenberg que leva o carro até o fim, mas que noto que às vezes é muito conservador. Poderia ir para cima aqui e ali, só que pensa muito em garantir os pontos pra casa. De qualquer forma, dá um banho em Sainz neste ano por ora — o espanhol, inclusive, teve um dos piores desempenhos de que me lembro, acabando atrás até de Ericsson.

Sem ter um carro melhor que Renault e Haas, Alonso aparece ali em quarto no campeonato. Impressionante. Mas que o espanhol não se iluda — e ele não se ilude: o carro não vai bem em volta rápida e tem um desempenho nível Renault no máximo na corrida. Ficou logo à frente de um Vandoorne que o acompanhou não tão de perto, mas pelo menos mais perto que Grosjean e Sainz na comparação.

Então, Ericsson. Olha, que surpresa. Dando o braço a torcer, o sueco também. Quando seu desempenho é relacionado ao do bam-bam-bam Leclerc, é covardia. Charles, inclusive, parece que ainda não estreou na F1. E a Sauber evoluiu bastante, a ponto de andar no ritmo do pessoal do meio do pelotão. Assim que o monegasco se achar, a tendência é que deixem a Williams limpando o chão da F1.

Ocon fez o ponto de uma Force India que vai penar. A performance do francês esteve longe do ideal. Seu companheiro, Pérez, sofreu toque de um Hartley — que, sim, vai ter de coçar ainda mais pelo que não tem entregado — ainda na primeira volta.

Aí surgem lá no fim dos que terminaram a prova a dupla Sirotkin-Stroll. É o preço que a Williams quis que pagassem. Do que Massa se livrou, hein? Seria diferente com ele ou Kubica? Levemente. Melhorariam e passariam informações para tentar consertar um carro completamente mal nascido.

E sobre a Red Bull: quem quer brigar com Mercedes e Ferrari não pode sofrer apagões repentinos — no caso, com Ricciardo. Sobre Verstappen, entendo que ele perdeu pontos importantes na Austrália naquela rodada e outros tantos ao lutar de igual para igual com Hamilton, mas realmente prefiro que ele continue assim, agressivo, do que frouxo e insípido.

A F1 teve, até agora, uma corrida nota 5 na Austrália e uma nota 8 no Bahrein. 6,5, na minha época, passava de ano. Semana que vem tem China. Suspeito que a média vai aumentar.

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