S18E09 Áustria 1

Dg8v0k9WkAExN1I

SÃO PAULO | Neste campeonato de tamanha alternância, a montanha-russa agora tem como dona a Mercedes. O desempenho agregado dos dois finais de semana – ou seja, contando com o da França na semana passada – remete ao momento em que a Ferrari começou a se aproximar dos alemães nas temporadas 2016/2017 nas corridas, mas não tinha como bater os carros mais rápidos em voltas de classificação. É assim que o time de Toto Wolff e Niki Lauda arranca para o título: com atualizações que são impraticáveis para uma Ferrari que nunca alcança esse ritmo de evolução.

Vettel antes largaria em terceiro tendo de se preocupar, primeiramente, em não bater em Bottas. Mas horas depois, a FIA soltou que o piloto tinha de ser punido por atrapalhar Sainz. Ou seja, parte atrás do companheiro Räikkönen, de Verstappen e de um Grosjean que rende bem. O campeonato, ele está indo embora.

E se está indo embora, mais uma vez isso se deve inteiramente a Vettel.

Aos fatos da classificação. Q1. Se tivesse ali do lado de Ericsson qualquer outro piloto, a gente teria a impressão de que a Sauber é tão ruim quanto no ano passado e brigaria com a Williams pelo posto de pior do grid. Mas Leclerc é realmente tão bom e extrai o melhor do carro que só denota o quanto o sueco tem suas limitações. Numa pista como a da Áustria, tão curta que comprime as diferenças – a ponto de o melhor e o pior estarem separados por apenas 1s4 –, a diferença entre os dois pilotos foi superior a meio segundo. Ericsson foi justamente o pior; Leclerc passou tranquilo em 12º.

Outro ponto é Hartley, que só superou Ericsson e também viu Gasly pelo binóculo. É pista da Red Bull, e nada garante que Helmut Marko mantenha sua palavra recente – de que Brendon não está mais sob risco. E foi muito estranho o mau desempenho de Pérez, que permitiu a ida de Stroll ao Q2. Os outros que ficaram pelo caminho foi Sirotkin e Vandoorne, dois que se habituaram a andar lá atrás.

No Q2, nenhuma surpresa: os eliminados foram justamente os esperados. Ocon, Gasly, Leclerc, Alonso e Stroll. E mesmo com a punição de cinco lugares no grid, Charles larga à frente do companheiro. Pena que parta em um incômodo 18º lugar.

A parte final teve um Bottas furioso e imponente. Suas duas voltas foram de quem cai como uma luva naquele circuito. Ainda assim, ficou 0s014 à frente de Hamilton, que só tem com o que comemorar. A largada vai definir as ações. Mas mesmo que termine em segundo, Lewis vai contabilizar uns 3 pontinhos mais na liderança do campeonato sobre um Vettel que vai ter de remar, e muito, para garantir um lugar no pódio.

Valtteri merece vencer por tudo que já fez neste ano.

E teve uma última polêmica na Red Bull. Ricciardo vinha lento em todas as suas passagens esperando que Verstappen o ultrapassasse na pista. O holandês não o fez. Max terminou o treino em quinto e Daniel, em sétimo, atrás de Grosjean – o que será que ele vai fazer para não pontuar? Ricciardo estava puto e externou isso nas entrevistas, dizendo que o companheiro “não foi justo”. Aí Christian Horner explicou que há a alternância a cada corrida sobre quem vai à frente, e considerando que Verstappen fez tal papel em Paul Ricard, assim se concluiu que o choro de Ricciardo era livre. Mas aí o dirigente explicou que pediram a Verstappen que fosse à frente para que Ricciardo aproveitasse o vácuo. No fim das contas, com o choro livre de um, o mimimi de outro e uma equipe que não sabe o que determina, a situação entre seus dois pilotos fica em ponto de ebulição. Fruto, talvez, de quem está em casa e viu que seu ‘modo festa’, o do motor Renault, não alegra como o esperado.

Só isso, talvez, para animar um fim de semana mais uma vez ofuscado por uma Copa do Mundo.

Comentários

  • Victor, percebeu quando o Burti teve o desplante de dizer que o sueco já havia mostrado por várias vezes que era veloz e competente, quando tecia comentários sobre o meio segundo que havia tomado do companheiro de equipe?
    #falasééérioBurti!