Grande Primo

INDIANÁPOLIS | Saí de “casa” eram pouco mais de 8h da manhã. Além de Carsten Horst, estou com Felipe Polehtto, campeão da Stock Jr. em 2006 e que segue a carreira de piloto aqui nos EUA, correndo de Skip Barber Dodge. Polehtto vale um post inteiro, logo. Mas dizia que deixamos o condomínio, pegamos a Allistonville inteira, viramos à direita na 38th, à esquerda na Meridian e à direita de novo na 16th.

As casas são as que se vê na TV, afastadas umas das outras, sem muros, com a grama bem aparada pelo dono da residência que faz daquilo não uma obrigação, mas um passatempo. Seriam edículas, já que ficam ao fundo do quintal. A garagem, quando há, fica ao lado. As casas na 16th já demonstram que estamos chegando. As bandeiras norte-americanas ficam penduradas, e alguns colocam quadriculadas para mostrar a identificação com o evento que sustenta a cidade.

O céu azul é daqueles de quadro. Nem parece a Indianápolis que é por muito castigada pela chuva ou pela neblina densa que cobre essa região aberta. Para entrar no autódromo, a credencial pendurada no pescoço e colocada no carro facilita à beça, e dois ou três “marronzinhos”, que para mim são “little browns”, definem rapidamente que rumo seguir.

Os “little browns”, bem como a maioria dos funcionários daqui, aparentam certa idade. Talvez seja um trabalho de longa data, tal qual Interlagos com os fiscais de pista, que formam clãs de trabalho, e Indianápolis respeita e os acolhe. Assim é com a senhora que fica na entrada no media center e verifica se a credencial carrega o ‘media’ escrito, as outras duas que respondem alegremente ao ‘morning’ que se deseja e aos responsáveis pela alocação da imprensa.

A recompensa deles é estar aqui.

O Carsten ficou no andar dos fotógrafos, abaixo de onde estou. À minha direita, ali na pista, está o telão que fica na arquibancada, bem próximo à linha de chegada.

Estou na segunda fileira, ao lado de Adrian Musolino, que não tenho a mínima ideia quem seja, mas é o que o papel daqui indica. Mr. Musolino trabalha na Inside Sport, que também não conheço, e espero que esteja certo o nome — que não seja Musolini ou derivados, por exemplo. Porque o órgão de imprensa para o qual trabalho não está. Veio um Grande Primo, e tirando quem fala português, ninguém vai entender. Se me perguntarem, falei que se trata do Big Cousin. Big Cousin Brasil.

Vou falar que trabalho para um reality show e meu nome, na verdade, é Pedro Bial.

 

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