As outras 7

SÃO PAULO | São sete para três. Ou para quatro. Ou cinco, vai saber. Seis ou sete, impossível. Se bem a FIA, como diria o exemplo de vida de Joseph Climber, é uma caixinha de surpresas. Mas no próximo dia 12, se a regra for realmente seguida, mais da metade das novas aventureiras sequer vai ter o gosto de entrar ou retornar à F1, sendo eliminada sem ao menos tentar, por critérios que o mundo ainda desconhece.

Muito antes da história do teto orçamentário ganhar força e voz na entidade máxima, apareceu a primeira, a americana, US, unida ao nome da categoria que alçava, depois ao GPE, porque Bernie Ecclestone tem o poder único sobre uma das 26 letras do alfabeto, a F, mais o primeiro algarismo positivo inteiro, o 1, quando unidos. Aí os peitudos americanos se inscreveram, dizem, com a opção de nome que inicialmente imaginavam. Tem comando de Peter Windsor e Ken Anderson.

A Campos, que passou seu time à Addax na GP2, logo disse que queria a F1. É a única que já teria um favorito ao cockpit, pelo oferecido Giorgio Pantano. Os investidores seriam o bilionário Carlos Slim, da Telmex, e do jogador de basquete Paul Gasol, do LA Lakers e da Espanha.

A Prodrive, terceira, prometeu voltar para cumprir o que não fez há alguns anos, quando a FIA, sempre ela, prometeu abolir a regra dos construtores para permitir a compra de chassis alheios. A FIA tirou a promessa, e o time chefiado por David Richards, ganhador de uma ‘licitação’, desistiu sem pestanejar. Tem a promessa de tornar a equipe Aston Martin, nome fortíssimo no meio, em 2012.

A quarta foi a Lola, que carrega bagagem nessa brincadeira de corridas, bem como uma aparição desastrosa e fútil na F1 em 1997. Apareceu na Austrália com Vincenzo Sospiri e Ricardo Rosset, tomava mais de 10 segundos do resto, empacotou as coisas e saiu num fininho lento.

Até gente das categorias de base se animou, e a Litespeed, da F3 Inglesa, manifestou-se como postulante às vagas, virando a quinta do grupo. Aqui no Brasil, tem-se conhecimento da dita cuja pela participação do meu xará Corrêa, quase 20 anos, um dos pilotos que a representam na National Class. Aliou-se à empresa MGI, do afastado e conhecido Mike Gascoyne, para ser uma das escolhidas.

No embalo da Lola, a March, que um dia foi Leyton House, que um dia deu esperanças a Maurício Gugelmin, levantou a plaquinha para pleitear espaço. Sexta candidata. Nada se conhece do projeto. Só se sabe que o detentor do nome March é Andrew Fitton.

E aí, de última hora, brotou a Superfund, que já deu nome à categoria e à equipe, e tem como cabeça Alexander Wurz.

A ausência foi a iSport, que praticamente confirmou que se inscreveria e até mencionou Bruno Senna como um de seus prováveis representantes.

A americana tem um mercado importantíssimo e vital por trás, afastado da F1 em termos de pistas. Fatura uma das vagas até que com facilidade. Se a FIA, oh!, não tiver birra e espírito de vingancinha, bota a Prodrive no meio também sem muito medo. A terceira vaga é a grande questão. A Campos leva vantagem sobre a Lola. Principalmente por causa do tal Slim e seu império de comunicação. E, talvez, a FIA, veja só, teme que a Lola reapareça como há 12 anos.

A Superfund tem nome, mas nada muito profundo. A Litespeed é corajosa, a tentativa é bom, isso é que vale, porém não vinga. E a March, então, pff!…

Só lamento não ter lembrado de inscrever a Victal a tempo. Levaria meu brother Vital como um dos pilotos, escolheria bem o segundo, teria o provável patrocínio de uma cerveja de Petropólis e pegaria o Ricardo Divila para tocar o projeto. E se a emissora não quisesse chamá-la por esse nome, aceito o VM. Sem o R.

Comentários

  • Prodrive é uma merda, prometeu que entraria e não cumpriu, seria justo a FIA dar um não pro Richards.

    Só que seria muito melhor era admitir todo mundo e utilizar o treino das sextas pra uma pré classificação. Voltariamos para os anos 80/inicio dos anos 90

  • Li que a RML , do WTCC , queria entrar na dança mas desistiu pela politicagem – mesmo motivo que fez a Epsilon , da LMS , não fazer a inscrição .

  • Bernie e Mosley fazem o circo funcionar, sem eles (principalmente Bernie) a F1 já tinha ido a muito tempo!
    Eu vejo que ninguem sacou ainda que, se a FIA aceitar os termos da FOTA não vai ter equipe nova alguma, e se não aceitar provalvemente não teremos algumas das atuais ou seja esse negócio de vaga, de pré-classificação não vai existir de qualquer forma.
    Eu espero que a FOTA volte atrás e que tenhamos uma F1 como antigamente.

  • ótima análise victor…….agora convenhamos: como é política essa F1 deus meu!!! que coisa chata….morte ao bernie e ao mosley.