O homem das pistas sem vida

TilkeSÃO PAULO | Um belo dia em 1984, Hermann Tilke, que teve passagens breves pelo automobilismo, resolveu que deveria ter uma empresa em seu nome em prol do esporte onde não teve sucesso como piloto. Colocou o nome sugestivo de Tilke Engineering e escreveu no currículo e nos classificados da época que se especializaria em obras em que pudesse unir seu expertise em arquitetura, engenharia civil e eletrônica. Começou pelas beiradas e chamou atenção por construir uma estrada para levar os fãs ao periférico autódromo de Nürburgring. Chamou atenção, na verdade, de Bernie Ecclestone, isso já lá no meio dos anos 90.

Aí Bernie convidou Tilke para uma conversinha, e dela saiu um acordo, meio que em tom experimental, para que o arquiteto revitalizasse o velho autódromo da Áustria, o Österrichring. As longas e lindas curvas e retas foram reduzidas a uma pista de pouco mais de 4 km. Bernie adorou, oh!, e a recompensa de incluir o que passaram a chamar de Zeltweg no calendário da F1 a partir de 1997 funcionou como trampolim para a carreira de Tilke.

A sanha financeira de Bernie, seu “Go-East”, encontrou seu braço direito. A Malásia apareceu na vida do manda-chuva da F1, e lá foi Tilke conceber Sepang. A China achou magnífico, “quelemos colida”, e aí Tilke foi lá agradá-los usando um logograma do alfabeto local como base para o circuito que nasceu em Xangai. Os árabes tinham de enfiar seu dinheiro na F1, Bernie um dia pensou, e aí foi no inóspito Bahrein que Tilke fez um circuito no deserto.  

Os tilkódromos já delineavam suas características: retas longas e freadas bruscas. Era uma ou outra curva ali que trazia emoção e alta velocidade. Os autódromos em si eram mais bonitos pela forma do que pelo conteúdo, obras parnasianas do automobilismo.

Daí mostraram para Tilke um projeto em Kurtkoy, uma cidade contígua a Istambul, cheia de aclives, para mais uma praça que deveria receber a F1. Iluminado, fez uma pista que agradou todo mundo. A tal curva 8, de quatro pernas, foi comparada à Eau Rouge belga quando feita com carros com os motores V10 e V12. Ao arquiteto, finalmente, tiraram o chapéu de forma unânime.  

Outros começaram a ver no arquiteto a única solução do esporte a motor e deram-lhe o desafio de desenhar pistas de rua. Os chineses o chamaram para bolar o traçado de Pequim. Uau!, e Tilke virava também um ótimo rabiscador urbano. Bernie deu Cingapura e Valência em sua mão, enquanto a Indonésia pediu que se encarregasse de fazer um circuito na capital Jacarta. Neste espaço de tempo, entre 2006 e 2008, Tilke também foi o responsável pelo autódromo de Bucareste, na Romênia.

Hoje, qualquer um que pense em erguer uma praça onde ronquem motos ou carros, tem de pensar em Tilke. A Cidade do Cabo, na África do Sul da Copa do Mundo, a Coreia que vai receber a F1 no ano que vem, a Rússia que não quer ficar de fora e vai fazer uma pista para ter a MotoGP e depois a F1, até o Cazaquistão e a Venezuela, e a Índia.

E Tilke fez Abu Dhabi. O dinheiro dos Emirados Árabes é imenso, como se nota. Dubai há muito tempo deixou de ser um polo petrolífero para se transformar talvez na maior cidade que vive de turismo no mundo. É espetacular. Abu, como capital do país, começa a seguir os mesmos passos. O complexo do circuito à beira da marina construída neste ano é um primor, uma excelência. O único pecado é justamente o que deveria ser mais importante, a pista. É a pior que Tilke fez em todos estes anos como o único homem que o mundo considera para tal atividade. É uma expressão máxima e extremista de sua preferência, a de botar o motor ao máximo e usar o freio para reduzir quatro ou cinco marchas violentamente.

Os dois dias de treinos da F1 lá, no crepúsculo dos dias, são mais válidos pelo cenário. Bastou reparar na preocupação que a direção de TV teve em mostrar os barcos e a tal marina, o sol se pondo, os ricos empresários árabes com seus alvos turbantes, o parque da Ferrari, o latifúndio de areia ali perto e o hotel com cobertura colorida. Os carros na pista, também porque a corrida em si pouco vale, eram quase mera consequência de um acordo que movimentou bilhões.

Então o novo automobilismo vai se tornando algo insosso, resultado de uma cabeça que um dia Bernie achou brilhante. Não é nenhum pouco à toa que os fãs fazem apologia a Spa, acharam um absurdo a mutilação de Hockenheim — que resedenhou aquela titica diminuta —, adoram até mesmo à atual configuração de Interlagos e se empolgam com as corridas e decisões daqui. Estas pistas todas aí, tirando a da Turquia e, passando na recuperação Sepang, não têm personalidade.  As pistas novas não têm vida, e logo hão de se transformar em elefantes brancos quando der o estalo em alguém ou quando Bernie vir a deixar este brinquedo todo.

Aquele belo dia em 1984, ao fim e ao cabo, não foi tão belo assim.

Comentários

  • Muito bom o post.
    As pistas de atualmente não tem a menor graça.
    Hoje em dia os circuitos são feitos todos quase que “totalmente planos”, sem subidas ou descidas, como Spa, Interlagos e outros circuitos antigos. Sem curvas cegas ou em descida, sem retas em aclives e declives. Circuitos planos e sem graça.
    Uma pena…
    Que bom seria ter Le Mans e Donington Park na F1!!!

  • É hora de, ao menos, tentarmos agir.

    Não encontrei um contato adequado com a FIA ou a FOM, mas achei o email da FOTA. Mandei um pra lá dizendo, entre outras coisas que “não adianta as equipes gastarem milhões com alterações nos carros buscando aumentar as ultrapassagens, sem alterar certos circuitos”.

    Se quiserem tentar, segue o mail: [email protected]

    Amplexos!

  • Sakhir tem ultrapassagens. Passo na recuperação também.

    O problema não é exatamente técnico, na verdade. Sakhir, Shanghai e Sepang costumam apresentar os maiores números de ultrapassagem por temporada. Na verdade, o que pega é a falta absoluta de uma cara esportiva à pistas.

    Sim, isso é importante. Spa, Interlagos, Monza, todas essas pistas, com sua velocidade e seu cenário belo e natural, foram as responsáveis por atrair milhões de fãs para esse esporte tão distante conhecido como automobilismo. O “coliseu” para que isso tudo aconteça deve trazer a sensação de velocidade e competitividade para pilotos e espectadores. E não é com petrodinheiro infinito que se consegue isso.

    As pistas, em si, são até melhores do que muitas feitas nos anos 80 e 90. Eu prefiro muito mais Abu Dhabi a Dijon, Jarama, Jerez, Estoril, Detroit, Dallas, Caesar’s Palace, Anderstorp, até mesmo Jacarepaguá. O problema é a cara insuportável de pista emergente e estúpida feita para gente emergente e estúpida.

  • CONCORDO 100% COM O TEXTO

    vcs assistem as corridas? comparem as das pistas do tilke, com pistas de verdade, como Spa, Suzuka, Interlagos, Monza, Melbourne e vejam qual que tem mais ultrapassagens.

    FORA TILKE, PARE DE SUJAR A F1

  • Este cara está matando a F1.Nos circuitos projetados por ele é proibido ultrapassagens.Quando veremos novamente o drible de Mansel em Piquet no GP da inglaterra/1997, no rapido e histórico circuito de Silvestone.Esse cara acabou com Hockenheim e também com o belo circuito da Áustria.
    Graças a “DEUS” ele não colocou a mão em Interlagos.Ímola após a modificação da TAMBURELLO, também perdeu a graça.Quem não se lembra dos pegas incríveis de Senna/Prost, Senna/Mansel, Bergue/Mansel, na sequencia maravilhosa da Tamburello e a Toza.Infelismente após a morte de Senna, acabaram também com Ímola, que junto com Spa são os verdadeiros grandes circuitos para que gosta de F1.Velhas lembranças.

    • Com as tais novas barreiras de proteção de Abu Dhabi, bem que poderiam refazer a Tamburello.

      E nunca entendi direito o estupro que fizeram em Hockenhein… as árvores já não estavam ali a anos, toda a natureza já tinha se adaptado àquelas circunstâncias… aí vem um bando de ecochatos e comete uma atrocidade daquelas…

  • eu não concordo,, acho que estamos sendo muito exigentes,, não se esqueca que pedem algo para Tilke,, tipo a pista tem que passar pelo hotel,, então o cara tem que fazer,, a única alteração que eu aconselharia a fazer é diminuir a extensão das pistas,, deixar sempre entre 4 km até 4,5 km,, isto porque está provado que pistas mais curtas são melhores para os espetaculos e para o publico,, alem do mais os carros andam mais próximos,, no mais vejam,, nenhum piloto bateu em muro algum,, ninguem se machucou e isso a imprensa não fala,,

    • Contudo, veber, não bateram pq os erros não são “punidos”… com áreas de escape asfaltadas, perde-se muito pouco ao se exceder o limite. Contudo, perde-se o suficiente para não ser possível ultrapassar por meios pouco ortodoxos (além da punição certa que se toma).

      Com o excesso de segurança, daqui a pouco a F1 fica igual à Fórmula SAE… se um carro estiver mais rápido, sai de lado e deixa passar pra evitar batidas.

      F1 não é autorama! NInguém bater no muro é sinal de pista condescendente com erros dos pilotos…

  • Olha não sou muito fã desse blog mas gostei bastante das matérias. Realmente tirando Sepang e a excelente Turquia, todos os outros autodromos feitos por ele são iguais: reta curta, reta oposta longa e traçado travado. Parece que adotou um modelo no computador, achou que deu certo e usou para todas as pistas. Assim, qualquer um faz…..

    Tenho saudades de hockenheim antigo (tudo bem, a questão da segurança pesou)….

  • Vou ficar com o que disse o Mark Webber na Sexta-Feira – “Não é nenhuma Spa, mas também nenhum Barein”. É uma pista plana, mas é interessante. O problema são as áreas de escape grandes (que para os padrões atuais são até pequenas) e quase sempre asfaltadas.

    Pras pistas, hoje em dia, é melhor que a F1 passe longe. Pois as reformas só tem piorado as pistas. Culpa da FIA e dos próprios pilotos.

    • Concordo contigo…

      Esse excesso de segurança vai transformar a F1 em autorama. Se os pilotos não querem riscos, que joguem video game, ou corram de bicicleta!

      A única coisa boa de Abu Dhabi foi o novo muro absorvedor de impacto plus… se trouxermos os muros pra mais perto da pista, acaba esse baile por fora dela… Malditas áreas de escape asfaltadas!

  • Os unicos que ficaram que não terminaram a corrida foi o alguersuari por errar seu pit stop e ficar fora por falta de reabastecimento, e o hamilton que teve problemas nos freios e teve que abandonar.
    Foi so no finalzinho que teve aquele pega do button com o webber, se ele tivesse atacado umas oito voltas antes, certamente passaria.
    Faltou um pouco de arrojo para os pilotos, que não quiseram arriscar nada, já que o campeonato acabou.
    O button mostrou que, se os pilotos tivessem mesmo afim, certamente quem tivesse mais gana, passaria sim.
    Mas a pista é muito bonitinha, só isso e nada mais!

  • Olha, nem acabei de ler o texto e discordo em parte. O problema não são as pistas construidas pelo Hermann Tilke, mas os regulamentos conservadores que são criados para a F1 ano após ano. Acho que a única bola fora do arquiteto (na verdade, do Ecclestone, pois este é quem autorizou) foi ter feito aquela mutilação com Hockenheim…. que burrada!

  • Tilke é ridículo. Exceção feita a Turquia, as pistas todas são um lixo.

    Agora essas pistas à prova de erro são dose. Se o cara chega na Fórmula 1, não tem direito de errar, está no máximo que o automobilismo pode permitir. Acabem com essas áreas de escape “estacionamento de shopping”

  • Corrida sempre foi um esporte caro, Formula 1 o mais caro de todos, antigamente era muito menos gente repartindo o bolo, hoje não, e cada vez querem fatias maiores, de as corridas irem para onde jorra dinheiro, ate ai era previsto, mas esse tike fazendo caga-lhardos assim… ainda nao tinha visto comentarios tão negativamente unanimes, pilotos, equipes, acho que ate o proprio tike fala pro bernie: “que m**** eu fiz!!”

  • O autódromo em si em um palco de primeira grandeza, a pista é o que é, penso que a culpa é da aérodinamica. quem sabe se tivessem abolido o tal difusor desde o princípio do campeonato hoje as coisas estivessem melhor.
    Mas no meu ponto de vista esse ano a FIA a Fota eo Bernie jogaram para os patrocinadores, até a forçe índia andou na frente, tomara ano que vem a coisa sja pra valer.
    Mas penso que com os carrps atuais não tem projetista que faça milagre, alias virou modinha na imprensa tentar defenestrar o Tike!!!

  • Irretocável! Os tilkódromos (adorei o neologismo) são a síntese desta ‘principal categoria do automobilismo mundial’ indo pro vinagre, repleta de pilotos regulares e medíocres.

  • O grande problema reside nos carros atuais de f1, em virtude do excesso de aderência, aerodinâmica, velocidade, potência e burocracia dos pilotos na hora de tentar uma ultrapassagem. Vide as morte ocorridas em 1994. Como pode um carro de f1 acelerar em pistas como hockenheim (antigo!), onde alcançariam velocidades de, provavelmente, 360 km/h, sem a segurança adequada para tais circunstâncias… A pista de Zeltweg dos anos 70/80 foi retirada do calendário por oferecer perigo aos carros turbo da época, que batiam recordes de velocidade, quando não atropelavam os animais que aventuravam-se a atravessá-la(?!). Como li em um dos blogs deste site, perderam uma grande oportunidade ao legalizarem os tais difusores. Tecnologia é interessante… O problema é que na f1 utiliza-se em detrimento do espetáculo… Vejam a indy! Tenho certeza de que fariam um belo show no Yas Marina(?). Eu assisto corridas desde 1979… Naquela época, seguiam à risca os conselhos de um grande campeão mundial, Juan Fangio: “às vezes, você precisa deixar passar quem está mais rápido”. Uma ultrapassagem mal sucedida, em tempos remotos, poderia custar a vida. Antigamente, os pilotos permitiam-se serem ultrapassados por quem estivesse mais rápidos. Hoje, embora todos desejem, é algo inadimissível… Resultado: acidentes Senna/Prost, Prost/Senna, Schumacher/todos os outros, e por aí vai… O mais recente foram os absudos cometidos Koba da toyota que, deliberadamente, jogou seu compatriota para fora da pista em Interlagos. Deixando o fator piloto de lado, o problema está na tecnologia dos carros… Agora, com relação às pistas atuais, a grande chatice reside no aspecto de causar a impressão de estarmos a corridas realizadas em variantes de um mesmo autódromo… Pudera… São feitos pela mesma pessoa…

  • A nova pista de Portimão no Algarve (Portugal) é extraordinária.. muitos relevos.. descidas vertiginosas.. vejam no youtube.. é para pilotos que os tenham no sítio :)

  • Ainda não tinha visto os carros na pista de Abu Dhabi até hoje no treino classificatório.

    A primeira impressão, ou seja , aquela de ter diante de seus ohos o cenário cinematográfico impressionou, o por do sol idem, a lua, a tonalidade do sol e dos astros, tudo absolutamente fantasioso, mas verdadeiro.

    A pista em si, que tinha visto com o Bruno Senna dando umas voltas não sei pra quem é isso mesmo, um primor inócuo.

    A mim parece que os sinais que a F1 vinha dando há um certo tempo se confirmaM a cada ano. Tais sinais apontavam se não o fim, pelo menos a diminuição das corridas na Europa e America, em favor do Oriente com seus horários mais convenientes comercialmente e seu dinheiro jorrando.

    Interlagos, Hockenheim, Silverstone, foram mutilados, na Espanha se corre em Valencia numa pretensão mal ajambrada a se equiparar a Monaco. Austria , Portugal,San Marino fora, assim como todo circuitos da velha F1 e que jamais voltarão.

    Depois dos treinos de hoje, naquele cenário nababesco fiquei tentando buscar a similaridade do que vi com alguma coisa quando me lembrei do que e onde.

    Parecia o cenário do filme Speed Racer, o novo, com sua pista sem pé nem cabeça, super iluminada, cercada de coisas que nada tem a ver com corridas e muito menos com F1.

    Mas parece que o destino da categoria é esse mesmo, privilegiar os cenários, o entorno das pistas em detrimento do que nos acostumamos a ver, uma prova automobilistica de aberrações mecanicas que jamais serão exploradas como devem.

  • A Arquitetura é maravilhosa, é pista é sensacional, e a F1 continua sendo um espetáculo lindíssimo. Sem essa de botar defeito no que é quase perfeito. Saudosistas e retrógrados não percam seu tempo assistindo a última e insonsa corrida do ano. Peguem o carro e vão até Interlagos ver corrida de chimbicas.

  • Tilke deve fazer essas pistas com uma régua e desenhando de forma aleatória e depois pensa que tá tudo bom, esse cara já deu o que tinha de dar, os melhores autódromos como Spa, Monza, Imola e Hockenheim antiga não foram feitos por ele.

  • Acompanho F1 desde os tempos das saudosas transmissões de rádio do Barão. Assistí corridas em muitas pistas maravilhosas como as antigas Spa, Interlagos e Nürburgring, depois Paul Ricard, Dijon-Prenois e muitas outras, como Zeltweg, Clermont-Ferrand,etc. Posso afirmar que Tilke está cagando nas corridas de F1.A bem da verdade,a desfiguração das pistas começou com a desgraça das chicanes, um mau necessário, pois morria muita gente até então. Hoje os carros mudam de direção bruscamente e contornar uma curva, fazer um traçado perfeito, subir, descer, já não se vê mais: quem viu um F1 contornar o Sol, in-loco, com a visão privilegiada do antigo paddock de Interlagos, olhar para o outro lado e enxergar a tomada do Laranja, depois de ter visto a 1, a 2 e a Ferradura sendo feitas por pilotos como Emerson, Peterson e Pace, só pode dar risada destas pistinhas sem vergonha do Tilke.

  • Por que ninguém fala mal de Mônaco? Ano que vem não vai ter mais reabastecimento. Provavelmente a corrida vai terminar como começou, sem troca de posições.

  • Pois é meu caro!

    Pistas “hospitalares”, insossas, feita para essa pilotada de hoje, pilotos de video game. Nada como as mudanças de marchas na “mão”, carro no “braço”, “slides”, etc. e tal.

    Tudo muito sem graça,a F1 acabou, virou “desfile de carros” e exibicionismo de gente cafona com dinheiro vindo sabe-se lá de onde, honesto garanto que não é.

    Onde já se viu corrida de carros sem graxa? Isso não existe, é coisa das “arábias”, por falar em árabes, eles deviam é continuar promovendo corridas de camelos, ao invés de torrar dinheiro do petróleo (que vai acabar) em pistas e hotéis que irão passar o ano inteiro vazios.

    Saudades do velho Interlagos, aquilo sim é que era um circuito para Pilotos (com “P” maiúsculo), hoje? Uma bosta!

    Um abraço
    Boot

  • Exagerado esse desespero pra falar mal do cara. A pista nem é tão ruim assim. Chapa curvão de alta agora e vamo ver quem vai conseguir ficar colado pra ultrapassar depois.

  • Ótima idéia de post Victor.

    Minha visão é que o Tilketrack deveria fazer uma análise com os pilotos atuais da categoria sempre que surgir um novo projeto, ver o que eles pensam. Para mim a FIA deveria ter outras empresas/engenheiros fazendo projetos de autodromos, afinal o tilke já deve estar com o bolso cheio e para ele não vai fazer diferença se consigam ou não ultrapassagens. Mas tenho que reconhecer o talento dele, não é qualquer um que faz isso. Abu Dahbi é a pior pista que já vi… junto com Hungaroring e Valencia. Ahhh alguém sabe quem ajudou a remodelar o traçado de Interlagos no final dos anos 80 para receber a F1 de volta? hehehe, por isso que falei que as opinioes e análises dos pilotos atuais deveriam ser válidas na criação de um traçado/circuito.

    Abraços parabéns pelo blog. FDS de corrida sem passar aqui e no blog do fg não eh fds de corrida hehehe falow.

  • PENSEI QUE SO NO FUTEBOL TIVESSEMOS TANTOS TECNICOS. AQUI TEMOS PARA TODOS OS GOSTOS. CONSIDERANDO QU F1 NEM ESPORTE E MAIS, ACHO QUE O BERNIE DEVERIA PASSAR POR AQUI E CONSULTA-LOS. HAVERIA VERDADEIRA REVOLUÇAO NESTE CIRCO.

  • Não sei o que tanto falam, Hockeinhein antiga era uma “merda” totalmente sem graça, acho que tinha piloto até que dormia dentro do carro em uma volta. Spa é legal ta, mas Interlagos deve ser a pista mais fácil do calendário da F1, não tem nenhum desafio, Silverstone e Monza nem se fale.
    Concordo que o excesso de “esquinas” nas pistas do Tilke são bem sem graça (Singapura e Valencia que o digam), agora quanto a Shangai, Turkia, Bahrain e a própria Abu Dhabi o problema está na sujeira da pista que não é usada pra competições além da F1, é isso que torna as ultrapassagens impossiveis, juntamente com a falta de pericia dos pilotos da F1 atual e não o traçado destas pistas.

  • Tudo isso é um tremendo paradoxo. Na sanha de popularizar e expandir a categoria, Bernie Ecclestone, Tilke, e a FIA estão consegundo estragá-la de vez. Pistas insípidas, e carros esteticamente sofríveis estão fazendo com que até os fãs mais antigos e inveterados fiquem de saco cheio das corridas que se apresentam. Os momentos de ansiedade e expectativa maior, por parte dos conhecedores antigos e profundos da F1 só acontecem quando chegam as provas de Inglaterra, Bélgica , Itália e Brasil. O resto é uma coisa sem graça, fica aquele gosto de de que está faltando alguma coisa. Que algum dia os novos dirigentes que assumirem a categoria no futuro possam acordar e trazer de volta o desafio , que é a essência do automobilismo. Pistas como Brands hatch, velho Nurburgring, Le Mans e até mesmo o circuito novo Algarve não podem ficar fora do calendário !!

  • Perfeito o post: o problema de Zeltweg nunca foi a alta velocidade, mas a largura da pista (por conta dela que tiveram 3 largadas em 87). Hockenheim so agradou os ecologistas (alias ainda nao entendi direito qual foi a logica, ja que tiveram que cortar umas arvores tambem para fazer a parte nova) e a pista, literalmente, faliu depois da reforma.

    Talvez se derem um barranco para ele, ele consiga fazer coisa melhor, ja que o melhorzinho foi Istambul, e esses outros lugares sao planos feito uma panqueca. So espero que nao tirem ainda mais a graca da F1 com mais pistas feitas e sem alma.

  • Lógico que os pilotos vão gostar destes circuitos!! não desafiam eles!!!

    Pra mim um circuito se diferencia por ter uma curva que o piloto pensa “cara, se eu virar isso no bagaço, eu vou morrer!” Aí quando um louco consegue virar “é, vai ser o jeito!”

    Circuitos pra serem bons precisam de curvas cegas, retas longas, topografias variadas, chicanes rápidas, esses… precisa de mais eau rouge, 300R, laranjinha, esse do senna e até mesmo, uma curva igual a “saca rolha” de laguna seca..

    a receita deste sujeito aí é uma só: um circuito com muitas retas e curvas fechadas!! grandes áreas de escape, nada muito desafiador!!! assim qualquer piloto vai gostar, enquanto o público…

  • http://www.oconsumidoremdebate.blogspot.com

    O jeito vai ser fazer como o mala bueno, elogiar o lugar, porque pista é uma porcaria sem fim…50 milhões jogados fora, poderiam ter feito coisa menor pior, né…
    A pista com o asfalto liso, junto com a noite e a progressiva baixa de temperatura é que vão determinar a emoção (será que vai haver?) da corrida.
    A obrigação de uso de jogos de pneus distintos (macios e duros) vai ocasionar a emoção da prova, com rodadas, barbeiragens e afins…se nem isso tiver, a corrida vai ser a mais monótona do ano.
    Concordo com tudo o que você escreveu: a primeira ação do Todt como dirigente da FIA deveria ser proibir esse fanfarrão de construir elefantes brancos e acabar com pistas consagradas…espero que o vento mude e esqueçam desse mala, aliás, já encheu os bolsos de dinheiro, então que vá para sua mansão brincar de ferrorama com seus filhos…

  • o problema não são as pista em si, mas a ditadura de Tilke, devem existir no mundo outros projetistas de circuito, a fórmula 1 não deve confiar todas as suas novas pistas a um único homem, a criatividade dele está acabando.

  • Considero essas críticas ás pistas de Tilke duras demais. Qualquer uma é muito melhor do que a de Magny-Cours, por exemplo. E o circuito de Monmeló também carece de um traçado que permita ultrapassagens. E quem um dia iria imaginar a F1 no deserto, ou em uma Marina artificial? É bem melhor do que esses circuitos europeus sem graça nenhuma. O caso é que a F1 está mudando, os autódromos também e a falta de ultrapassagens continuam. Isso dá a sensação de retrospecto, mas o problema está mesmo nos carros, não por onde eles correm.

    • Quando ao circuito espanhol a F1 não utiliza o curvão na entrada da reta em Montmeló e sim aquela “chicane estendida”, já a Moto GP utiliza esse pedaço de pista onde o piloto desce grudado no outro e passa facinho na reta. Mas no geral Montmelo é chato bagarai e Magny-Cours nen se fala.

  • hummm… os arabes nao usam turbantes, os hindus sim, mas eu entendi o que voce quis dizer. rs
    de qualquer maneira, acho que seu post foi sem foco. para esses carrinhos da F1, quase toda pista eh um tedio. melhor ver a paisagem mesmo. mas coloca quase qualquer outra categoria ali, e tudo muda.

  • Nem li a reportagem, mas provavelmente concordo com tudo que foi dito. pelo simples fato que esse arquiteto nao sabe fazer curvas de alta! Parece que ele pega uma regua faz uma reta longa ai faz outra reta em sentido contrarios e outra reta em sentido oposto…

  • Tilke não é o único culpado. Os excessos aerodinâmicos dos carros atuais também são. Para julgá-lo melhor seria interessante ver outras categorias correndo em seus circuitos.
    Mas fato é: Tilke sonha em ser um John Hugenholz, mas nunca será.
    E Bernie que morra logo!

  • Mas Sepang é um excelente circuito, que sempre acontece ultrapassagens. A1 Ring também não era nada mal. Fora o tempo que eu passei no simulador guiando em Instanbul, com tantas subidas e descidas em alta velocidade, é impossível não tirar o olho do retrovisor.

    Tem muita pista ruim, mas esse post é um exagero saudosita de uma fórmula 1 que não existe mais

  • Vitonez, na Folha de hoje (sábado) os pilotos elogiaram a pista… tudo bem que eles nao podem critica-la, né… Mas vamos ver amanhã o que acontece…

  • Sim, o problema é como ele faz isso. Tudo muito estreito, muito fexado, muito trancado.

    Nem carrinhos de controle de mão ‘se passam’ em tais circunstancias, quiça um carro do porte de um F1.

  • Eu também acho muito interessante. Do meu ponto de vista, é esse balanço que dá dinamismo às corridas. Os carros e os pilotos têm que ser exigidos. Entretanto, sou um leigo no assunto.