A vitória de Power

ANHEMBI | O conturbado fim de semana da Indy em São Paulo só poderia ter uma corrida agitada. Mas não pelas ondulações ou pelo piso do sambódromo. A chuva resolveu dar as caras e, de tão intensa, chegou a paralisá-la. E depois de duas horas de corrida, Will Power conseguiu a vitória no Anhembi, superando Ryan Hunter-Reay nos minutos finais.

Vitor Meira foi o melhor brasileiro, superando Raphael Matos no fim da prova.

Na largada, o pole Dario Franchitti seguiu em primeiro, com Alex Tagliani e Hunter-Reay na sequência. Aí veio o S do Samba. Propício para confusões.

Takuma Sato rodou, enchendo a lateral de Helio Castroneves, que levou de lambuja Scott Dixon e Justin Wilson. Segundos depois, Marco Andretti e Mario Moraes se abalroaram, com o carro do americano servindo de catapulta para o do brasileiro, que caiu sobre a Andretti. Mario nem se preocupou com o fato de a roda traseira direita estar sobre a cabeça de Marco — resultado, ainda, da rixa entre os dois pilotos nascida após o acidente da primeira volta nas 500 Milhas de Indianápolis no ano passado.

“Tinha muita poeira na minha frente, e os carros estavam parando, 500 metros antes”, declarou Moraes, que mal completou 1 km na corrida. “Eu não vi nada, não consegui segurar”, completou. E nada aconteceu, e Andretti saiu de seu bólido sozinho. Além deles, Sato abandonou.

Kanaan subiu para quarto, precedendo Raphael Matos. Pilotos que largaram lá atrás aproveitaram para galgar o pelotão. Hideki Mutoh subiu para sexto e Vitor Meira aparecia em sétimo, trazendo Dan Wheldon, Simona de Silvestro e Ernesto Viso.

Depois de 22 minutos, veio a bandeira verde.

Mas só houve propriamente um momento de emoção entre os primeiros na volta 18, quando Hunter-Reay superou Tagliani no cotovelo que leva ao sambódromo. E três voltas depois apareceu a segunda bandeira amarela. Ela: Milka Duno. Parada. Pela enésima vez no fim de semana. Serviu, ao menos, para levar os pilotos aos pits.

E foi lá que Kanaan ganhou a posição de Tagliani nos pits. E nesta nova configuração da corrida, surgia na ponta Simona, que estava em janela de paradas diferenciada.

De volta à verde, Hunter-Reay partiu para cima de Franchitti e levou o segundo lugar no cotovelo. Metros à frente, já embutia em Simona para ganhar a ponta. E segundos depois, a chuva voltava.

Aí Wheldon, sexto colocado, perdeu o controle do carro na freada da Olavo Fontoura, acertando Tagliani, que vinha à sua frente. O canadense foi parar o muro, ricocheteou e levou Kanaan, que foi parar na área de escape.

Os problemas aumentaram com o dilúvio que se formou. Hideki Mutoh bateu na reta da Marginal e gerou nova aparição da bandeira amarela. A pista ficou alagada. A frente fria prevista pela meteorologia se fazia presente. A direção de prova, então, interrompeu a corrida.

Idas e vindas nos pits naquela situação, Franchitti conseguiu retomar o primeiro lugar, com o ressurgente Dixon atrás e Conway. Castroneves vinha como brasileiro mais bem posicionado, em quinto. Todos mantinham os pneus de chuva enquanto Hunter-Reay partia para os slicks. Matos e Briscoe seguiram a tática do norte-americano.

Foram 35 minutos de paralisação até que voltassem as atividades, sob sol forte e boa parte da pista incrivelmente já seca. E assim, aqueles que resolveram optar pelos pneus lisos começaram a andar melhor. Tanto é que voltas depois, quem estava com os ‘biscoitos’ tiveram de voltar aos pits. Hunter-Reay voltava à liderança no giro 41, e Briscoe superava Matos para assumir o segundo posto.

O ritmo de Briscoe passou a ser muito mais intenso, e em sete voltas descontou uma diferença de 6 segundos para brigar com Hunter-Reay pela liderança. No cotovelo, o Ryan da Penske superou o da Andretti, mas Hunter-Reay conseguiu pegar o vácuo e retomar a posição na freada do S do Samba. No giro seguinte, Briscoe repetiu a manobra na entrada do sambódromo, sem permitir reação do oponente.

Mas Briscoe jogaria tudo no lixo na 53. Pressionado por Hunter-Reay, errou na entrada da Marginal e foi parar na barreira de pneus. No Twitter, sua mulher, Nicole, expressava a tristeza: “Oh my God”.

Faltando seis minutos, a bandeira verde voltou. Meira superou Matos para ficar com o terceiro lugar e o posto de melhor brasileiro. E Power partiu para cima e superou Hunter-Reay restando três minutos para o fim.

Castroneves acabou apenas num módico nono lugar, logo à frente de Kanaan. Bia Figuiredo chegou a estar em oitavo e concluiu sua meta na estreia: terminar a prova. Ficou em 13º, a melhor pilota na corrida. Mario Romancini abandonou na volta 47, depois de tocar no muro da entrada da reta da Marginal, danificando a roda traseira esquerda.

Comentários

  • Fatos positivos: Apesar do pouco tempo para desenvolver o projeto, apenas 03 meses, tantos problemas e contra tempos de ultima hora, principalmente a reta do Sambodromo. Foram resolvidos de forma criativa e urgente como tem que ser, levando em conta a segurança dos pilotos e dos espectadores. A desejar a transmissão da corrida parece que o experiente narrador Luciano do Valle, esqueceu que não se pode narrar uma corrida sem olhar para o monitor (é primário), alias já passou da hora do Sr. Luciano do Valle e do Sr. Galvão Bueno, se aposentarem, já prestaram grande serviço ao esporte e a nação, mas já perderam o reflexo estão desatualizados e quanto abrem a boca é um festival de besteira, populismo e patriotada. Função de narrador é de apenas informar, transmitir e não torcer e até mesmo destorcer os fatos acontecidos. As vezes me dá ate câimbra nos meus tímpanos, com tanta asneira falada. Chegou a hora dos mais novos tomarem o microfone desses dinossauros.

    • O problema maior é o Luciano do Vale narrar e a Band ter o Téo José! Lastimável! Ainda bem que assisti do sambódromo e nem sei como foi a transmissão.

  • Fatos lamentáveis: O mais lamentável de todos os fatos lamentáveis. O piloto brasileiro, Mario Moraes, brasileiro sim, mas nem por isso devemos aplaudir a atitude arrogante, prepotente, irresponsável e principalmente desumana. O quê piloto fez é típico de jovem mimado (filhinho de papai), que sempre deve o que quis. Não falo do acidente em si, falo do pós acidente. Mario Moraes que na verdade não tem moral nenhuma, sabendo que seu bólido estava em cima do seu desafeto Marco Andretti, demorou uma eternidade para descer do carro e quanto desceu o fez xingando e tanto chilique, nem sequer olhou para o outro carro para saber se ali tem um ser humano em dificuldade, necessitando de socorro, como se a vida de um adversário nem vale nada. Esporte e rivalidade à parte, estou questionando o lado humano, O Mario Moraes não poder reclamar se algum dia acontecer o mesmo com ele, aqui se faz aqui se paga. Lamentável também a demora que foi para que Marco Andretti fosse socorrido pelo serviço de resgate e também importância dado ao fato que o narrador experiente Luciano do Valle, não fez se quer um comentário a respeito. Graças a Deus que tudo saiu bem, não pelo fato de Deus ser brasileiro, na verdade Deus é Universal, o resto é patriotada.

  • Pessoal. Essa F-Indy é uma verdadeira caipirisse . Pilotos desfilndo em pódio na hora da apresentação. Todos eles totalmente sem graça e preferindo não estar ali naquela babação. Anos luz , uma diferença abissal do nivel tecnologico da F1 . Umas verdadeiras bagaças jurássicas desfilando pela pista . Parece que correm todos os anos com os mesmos carros . Cadê as mudanças de ano pra ano ? Alguma melhoria tecnica ou aerodinamica ? NADA ! Sempre as mesmas carroças . E acho que não é preciso nem falar da transmissão da BAND . Ridicula, o LV está completamente gagá e os diretor de imagem devia estar bebado . Quanto amadorismo! Tomara que essa porcaria não seja viavel nos proximos anos e fique só lá nos USA , onde afinal é a casa dela onde o publico só quer mesmo beber coca cola e comer hamburguer .

    • Bom mesmo é F ila 1 ndiana né? Ausência de ultrapassagens e boa mesmo só nos bastidores e na politicagem. Na pista, dá até sono.

      Assisti lá do sambódromo e foi incrível. A dificuldade para os pilotos e tudo que aconteceu foi ótimo para os espectadores. Ano que vem irei de novo com certeza.

      F1 talvez nem se ganhar ingresso eu vou.

    • E onde está escrito que precise de mudanças de ano pra ano? Isso só tornou as categorias caras, irreais e inalcançaveis. Considerando isso, e outras coisas mais, esse tipo de progresso não parece muito lógico.
      Está aí a Formula 1 pra mostrar o que significa evolução desenfreada e sem controle: falta de disputas, GPs sonolentos e uma situação dificil de resolver.
      Pelo menos existem alternativas como a Indy. ;)

  • Com todos os problemas do circuito da INDY SP ainda assim houveram muitas ultrapassagens já na F1 mesmo com o novo regulamento a procissão permanece.

  • Gostei do Power, do RHR e do Meira e Matos.
    Na verdade, gostei de todo mundo, até os que que bateram na largada. Só não gostei da Milka Duno, embora eu ainda assim a convidaria para JANTAR se eu tivesse uma chance.
    ; )
    As outras meninas, Bia, Danica e Simona provaram que estão muito bem.
    Danica mostrou velocidade e arrojo.
    Simona chegou a liderar a prova.
    Bia ficou quase sempre lá atrás, mas chegou a andar em oitavo, fazendo tempos perto dos líderes. Terminou como a pilota mais bem colocada. Ela riu por último. ; )

  • Conturbado fim de semana ??? Menos, menos…….

    Foi igual inauguração de de hotel, sempre falta acertar os detalhes.

    No geral foi bom e disputada corrida, melhor que o insosso GP do Barenita.

    Para os urubus globais e outros, infelizmente, não houve engavetamento geral, nem prova suspensa, muito menos piloto indo para o hospital.

    Certamente no ano que vem será melhorado em detalhes pontuais.