Bafanadas, 2

SÃO PAULO | Tinha me preparado para escrever tudo que acho de todos os jogos da primeira rodada da Copa do Mundo ontem, mas ontem foi um dia corrido demais, e ontem foi ontem, como diria alguém, não sei quem. Aí hoje eu me programei para escrever amanhã de manhã, quase no pré-jogo. No fim, resolvi escrever agora. Enfim, isso não interessa em nada.

Palpitar é viver. Eu não sou nenhum estudioso em estatísticas, não me aprofundo em táticas e formas e esquemas de jogo porque no fundo acho que todas as equipes acabam esquecendo o posicionamento ordenado por seus professores diante da postura da outra. Ninguém joga futebol em linhas contínuas e paralelas o tempo todo. Enfim, vamos lá.

África do Sul × México. Tô achando muito legal toda essa festa que os sul-africanos têm feito. E até merecem melhor sorte, coitados. Seria interessante pra caramba, ainda que os brancos daquele país sejam elitistas demais para acompanhar o esporte, vê-los juntos aos negros comemorando vitórias e classificação para uma fase a seguir sem que Mandela precise ser o mote. E também é válido ver que, com Parreira no comando, são 12 jogos invictos. Mas vou me valer de um próprio comentário do Parreira a respeito do México: “É a equipe mais perigosa do mundo. Porque joga com três atacantes”, e o técnico brasileiro-africâner elencava as qualidades de um time compacto, que até me fez imaginar uma Holanda de 74 do século atual.

Evidente que o México não é nenhuma Holanda. E o México não vem com toda pompa que exibia nos anos anteriores, até rivalizando com a própria Holanda em termos de zebras e de países não-campeões que podem chegar longe. E creio que por isso o México pode ir bem — meio que, num cenário do automobilismo, no ritmo do que Tony Kanaan fez em Indianápolis. Tem uma mescla de jogadores novos, campeões sub-17 outrora, com Blanco, Franco e Vela na frente. Na contramão do que se tem falado e torcido, eu aposto no México, 2 a 1.

Uruguai × França. Nos últimos tempos, o Uruguai, quando passa, é sempre considerado o sul-americano mais fraco. A França de Domenech sempre foi meia-boca. Na Copa de 2006, chegou à final mais na base da qualidade de Zidane e outros três ou quatro do que propriamente pelo técnico. Domenech não tem os craques que tinha. Só entrou nesta Copa porque Henry, em jogada de handebol, classificou os galos numa dura prorrogação de repescagem. A França perdeu até da China em amistoso recém-realizado. Resumindo: fraca.

Fraco ali, fraco lá, os míticos deuses do futebol vão agir, principalmente os O’Mailley’s, Finnegan, St. Patrick e O’Hollihan dos céus. Capaz que a França tenha uma campanha tipo a de 2002, em que não marcou nenhum gol. Só para que o mundo e a Irlanda se sintam vingados. E Loco Abreu, iluminado, comandará os vizinhos numa vitória magra de 1 a 0 num jogo que deve ser duro de assistir.

Hora e vez dos caros internautas.

Comentários

  • Caro, vc se esqueceu que Parreira é retranqueiro e o México, se achando a seleção brasileira de 82 – ainda mais depois de vencer a Azzurra, vai perder de 1 x 0 – magro, como o futebol pregado pelo Prof. Parreira.
    E dá Uruguai contra nosso franco-inimigo. E que zidani tudo !

  • Eu acho que dá México 3×1, mas no fim a Africa do Sul ganha os demias jogos e passa para a segunda fase. Uruguai e França vai ser um jogo duríssimo de assistir, provavelmente fique no 0x0.

  • O que são as fatalidades… A bisneta do Mandela morreu em um acidente, na véspera deste jogo, onde ele tinha presença 99% confirmada (segundo seu neto).