Blame Canada, 2

SÃO PAULO | Red Bull na ponta, assim, logo de cara, pode ser até um sinal. Nas sete sextas-feiras anteriores, só na Espanha que Vettel quebrou os cronômetros, como costuma dizer o sóbrio e carnavalesco Lito Cavalcanti. 1min16s877, marcou o alemão. Barcelona foi a prova cabal de que os carros de Adrian Newey são os melhores do grid. Começar com um brilhareco agora é pelo menos uma amostra de que a McLaren e seu eficiente duto frontal terão um adversário à altura.

Aliás, Alonso em segundo e Rosberg em terceiro demonstram também que Ferrari e Mercedes, sub-forças do G4, devem andar bem mais perto. A Ferrari não andou bem no primeiro treino, mas o tempo do espanhol, menos de um décimo pior que o do alemão com aquele bigodinho xexelento, permite aos italianos sonhar com algo melhor do que um simples sétimo e oitavo lugares. Massa foi quinto, sinal de que não foi um esforço momentâneo ou um repente de um piloto só.

Webber terminou em quarto, mas a supercâmera — que é o grande achado das transmissões esportivas, na F1, na Copa, no vôlei; todo replay de qualquer cena se torna interessante — tenha evidenciado que os pneus mais moles se degradam com voracidade, e a borracha se desprende e pula como pipoca, como cantaria o Araketu. Os pilotos reclamaram muito deste ‘graning’, e se não chover, o que é difícil, tende a tornar a corrida mais interessante, afinal em algum momento obrigatoriamente terão de usá-lo.   

Barrichello foi o 12º com a Williams repaginada, ficando atrás das Force India. A Williams tenta ser a sexta força do ano, mas ainda tem um desempenho abaixo dos rivais de Gandhi, além de sobreviver graças ao esforço de um só piloto. Senna ficou em 21º, conseguiu a proeza de superar a Lotus do azarado e decadente Trulli e as duas Virgin. E Kovalainen tomou só 0s7 de Alguersuari, o que demonstra que, copiando sei lá quem ou não, ao menos a distância da novata para as veteranas vem diminuindo.

Apenas para efeito de comparação, na sexta-feira de 2008, Hamilton fez 1min15s752 com o carro da McLaren calçado com pneus com ranhuras. À época, os pilotos tinham liberdade para andar com motor diferente e tudo mais. Hoje não é bem assim. Mas de qualquer forma, indo na balada do que aconteceu nas provas anteriores, a melhora tende a ser significativa para amanhã — de novo, se não vier a água que caiu timidíssima e inesperadamente hoje naquela parte francesa do Canadá.

Mais uma vez consulto a previsão. Chuva para os próximos dois dias. A ver. Se assim for, Hamilton e Button levam vantagem. Nas tão conhecidas CNTP, a Red Bull briga forte pela pole. A F1 é um belo aperitivo entre os jogos da Copa.

E falando em Copa, pipoca e parte francesa, vou ver os 20 minutos finais deste segundo jogo. Que, em termos de emoção, parece aquela corrida de Barcelona.

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