Giro d’Italia

SÃO PAULO | Hum. Quando uma sexta-feira termina e a Red Bull está na frente, tenho dito que é meio caminho andado para que a mortadela vire aquele peru tenro cheio de farofa no resto do fim de semana. Mas é Monza, cáspita, a Red Bull não tem carro para andar na frente em Monza no treino livre, isso todo mundo dizia e a própria Red Bull dizia, tinha medo, paúra, ojeriza e pesadelo.

Daí Vettel vai lá e anda 0s076 melhor que Alonso e 0s315 melhor que Hamilton.

Não creio que os taurinos tenham feito um brilhareco só para demarcação de território e imposição de força. Não teria o porquê, na realidade. O desempenho da Red Bull chega a ser surpreendente, mas, mais do que isso, a performance de Ferrari e McLaren deixa a desejar. Se tem um circuito em que ambas têm obrigatoriamente de ir bem e mandar os rivais chifrudos aos confins da Áustria é o da Itália, mesmo nos treinos livres.

Muito provavelmente, a questão das duas equipes encontra-se no uso do duto frontal — os prateados estão na dúvida se usam a peça e vão decidir ainda hoje se ela é útil. De qualquer forma, a briga deve ser boa: Vettel e Webber — que parou na pista do nada — estão separados por meio segundo, primeiro ao sexto. E esqueça o resto. Esqueça que Mercedes e Force India podem brigar por algo melhor. Não há motor que as faça vir tão pra frente assim. Williams, com seu mediano Cosworth, e Renault conseguiram superá-las. Fracas, diria o outro.

Isso significa que, na pior das hipóteses, a Red Bull sai de Monza com um quinto lugar. 10 pontinhos não é de todo mal para o pior que se previa. Só seria bom a ela que Massa vencesse nessas condições — claro que Alonso não seria segundo neste cenário… — para que nenhum rival direto fizesse os 25.

Barrichello e Kubica, mais uma vez, lideraram o comboio outrista. E lá no fundo aquela Hispania é de doer. Ô timinho ruim da porra, como profetizaria Felipe Paranhos. Senna tentou sair três vezes com o carro, que só engasopou. Até o carro que estava em testes no túnel de vento da Epsilon Euskadi anda melhor que esta carroça deixada pela Dallara e cultivada por estes paraquedistas espanhóis. E Bruno tem sua parcela de culpa nisso, ele e quem gerencia sua carreira. Por terem dado este tiro no infinito escuro e terem ido junto com a Hispania para o abismo.

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