Saída esperada

SÃO PAULO | E Di Grassi foi enxotado da Virgin, agora como Marussia (Marâcha?), para dar lugar aos milhões da terra da Stella Artois de D’Ambrosio. Tava mais que na cara que Lucas perderia esse lugar. Não tem mais caridade na F1. E as pequenas equipes precisam, como nunca antes na história desta categoria, que seus pilotos sejam minas de diamante, ainda que não tenham sido lapidados — os pilotos.

Di Grassi começa a ter um mesmo caminho que Pantano na carreira. Bem sucedido na GP2, o italiano conseguiu o título depois que teve uma passagem pela Jordan, quando já não tinha mais opções. O brasileiro estava ali na bica na Renault, mas nunca chegou a ganhar uma chance enquanto Flavio Briatore não esteve no poder. Politicamente, Di Grassi era um nome fraco, e precisou voltar à categoria de base para se manter ativo e aparecer. Aí ganhou a chance na Virgin.

Em Florianópolis, Di Grassi saiu soltando que estará na F1, pelo menos como piloto de testes. O que significa dizer, em outras palavras, que não fará nada mais do que viajar por 20 provas e ocupar um cargo meramente ilustrativo, alimentando-se do meio e ficando de barriga vazia. 

É o momento mais propício para Lucas pôr a bola no chão e reanalisar sua carreira, a si mesmo, e ver que, como canta Lulu Santos, o ídolo de Felipe Paranhos, há tanta vida lá fora.  Se não deu na F1, paciência, que saia do disco riscado. Senna, por exemplo, já parece estar bem consciente nesse sentido. Castroneves e Kanaan se divertem na América, são valorizados e idolatrados sem serem deslumbrados. Se bem me lembro, Lucas já teve convite da Indy. É um passo.

Di Grassi, inteligente e bom piloto que é, pode evitar a rota pantaneira que já conhece e ser melhor em outro rumo, paboen mepabá.

Comentários

  • Concordo,acho que o Lucas e o Bruno deveriam pegar uma vaga lá na Indy,e mostrar do que são capaz.Ia ser muito bom,ambos pegarem bons carros,pois na Indy pelo menos tem muitas equipes que tem ótimos carros.Aposto que assim como o Kannan e o Helinho,se eles mostrarem o seu valor,vão conseguir belíssimas vagas em ótimas equipes,mas claro é só ter paciência,porque no começo provavelmente vão entrar em uma equipe menor.
    Hoje em dia,não sei mais se é vantagem,trocar a Indy pela a F1.Na Indy é algo bem mais humano,mas legal,e até de se ver é mais da hora(especialmente pela a TV Americana,nossa é muito show,os narradores,e aqui no Brasil também).Já na F1 é uma chatisse,não acontece nada de emocionante(como um monoposto saindo voando.O Webber tentou,mas não foi nada semelhante ao “Escocês Voador” rs.),acho que a F1 tem que deixar de ser menos “monopolista” e se tornar,uma Indy européia(e correndo em circuito misto).Ano passo,eu vi mais a Indy do que a F1,por um único e simples motivo:Os Brasileiros tavam dando um show,enquanto na F1 tava uma chatisse.

  • O automobilismo está chegando ao fundo do poço mesmo! Antigamente o cara tinha que ser bom para pilotar, hoje tem que ser bom de bolso. E não é só na F1, veja o Tony, campeão, veloz, bom acertador… e quase ficou a pé para 2011 na Indy!!! Enquanto isso no Brasil, viva o futebor!

  • Infelizmente nem metade das equipes contratam por qualidade – Ferrari, McLaren, Mercedes, Red Bull, depois mais um cockpit na Williams, outro na Renault, um amigo do chefe na Lotus, e o resto é tudo pago. Aí descontam-se os medalhões e queridinhos da equipe, Alonso, Hamilton, Vettel, Kubica, Rosberg, e pronto.

    Agora é só esperar a aposentadoria ou pé na bunda de Barrichello, Webber, Schumacher, Massa e Trulli para abrirem vagas realmente merecidas.

  • Engraçado esses imbecis dizendo que ele tomou chocolate do Glock.

    Tendo um carro sempre inferior, acabou a temporada na frente.

    Em treinos não tinha como ser diferente. Com um carro mais lento que o companheiro de equipe< que além de tudo é bom piloto e experiente, só contando com erros para largar na frente.

    Mas basta ver o que fez nas corridas. Andou de igual pra igual, muitas vezes até melhor.

    Imagina então se tivesse o mesmo carro.

    E os imbecis continuam achando que ele tomou chocolate.

    Esses aí só devem assistir os treinos porque na hora da corrida estão ocupados fazendo as unhas.

  • Rubens Barrichello estreou na F1 em 1993 e de lá para cá, ressalvando o Ayrton Senna que morreu, nenhum outro piloto brasileiro durou ininterruptamente na F1. E olhe que, se não estou esquecendo de alguém, foram 13 pilotos.

    – Christian Fittipaldi, estreou em 1992, saiu no fim de 1994
    – Ricardo Rosset, estreou em 1996, saiu no fim de 1998
    – Pedro Paulo Diniz, estreou em 1995, saiu no fim de 2000
    – Luciano Burti, estreou em 2000 (uma corrida), saiu no fim de 2001
    – Tarso Marques, estreou em 1997 (algumas provas), saiu, voltou em 1998 (salvo engano), saiu de novo e voltou em 2001, saindo novamente no fim de 2001
    – Ricardo Zonta, estreou em 1999, saiu no fim de 2000, voltou em algumas provas em 2001, saiu de novo, e voltou novamente em algumas provas no fim de 2004, quando saiu em definitivo
    – Cristiano da Matta, estreou em 2003 e saiu no meio de 2004
    – Antonio Pizzonia, estreou em 2003 e saiu no fim de 2005
    – Enrique Bernoldi, estreou em 2001 e saiu no fim de 2002
    – Nelson Angelo Piquet, estreou em 2008 e saiu no meio de 2009
    – Felipe Massa, estreou em 2002, saiu em 2003, e voltou em 2004 estando até hoje
    – Lucas di Grassi e Bruno Senna, estrearam em 2010 e com toda certeza não correrão em 2011

    • O Barrichello teve muita sorte depois da saída da Honda. Se o Bruno Senna tivesse tido ocasião de fazer mais testes seria ele que iria correr na Brawn. Barrichello só foi escolhido porque tinha muita experiência e o Bruno iria estrear quase sem testes. Além disso era importante ter um piloto experiente para ajudar a desenvolver o carro. Mas o maior problema do Bruno Senna foi ter perdido essa vaga quando já não havia lugares credíveis no GP2, obrigando-o a ficar mais de um ano afastado dos monolugares. Foi por isso que entrou este ano com uma equipa tão fraca. Quer ele, quer o di Grassi têm potencial mas não têm dinheiro para comprar bons lugares. Aliás, até pilotos que tiveram ocasião de mostrar o seu valor foram dispensados por falta de apoios financeiros (Hulkenberg).

      Provavelmente o Bruno Senna teria ganho corridas se tivesse entrado na Brawn o ano passado. (No teste com a Honda andou muito perto do nível do Button). Infelizmente, ainda não teve a oportunidade de mostrar o que vale com um carro minimamente competitivo!

  • O que mais assusta nessa situação toda é a deterioração completa da qualidade dos pilotos brasileiros, não se enganem em supor que Barrichello, Massa e todos os outros atuais são ótimos pilotos.
    Como o colega anterior disse, nenhum piloto realmente talentoso leva pau de Glock ou empata com Chandok.
    Que a Fórmula Future tenha um futuro grandioso, porque senão ferro tudo de vez pro automobilismo brasileiro.
    Abraçosss

    • O futuro do automobilismo brasileiro é que as grandes empresas brasileiras não pensam como a petrolífera venezuelana,. em patrocinar um piloto como pastor Maldonado, que aparace por causa do suporte financeiro.
      No Brasil não querem financiar piloto nenhum, não querem meter a mão no bolso, e os pilotos estão ferrados, sem o Barrichello e Massa, veremos somente pilotos que pagam para pilotar!
      Vettel não desistiu do título em 2010, e o esperto do Alonso ficou cercando o Webber, que foi chamariz para despistar, e não acho ele mais aquele que deu um baile no Schumacher, quando conquistou seus dois títulos e estacionou na carreira, e na ultima corrida não teve braço para passo um Petrov da vida!
      Ele atropelou o Massa na entrada do pit stop, e meio segundo não é lá grande coisa, numa corrida, tem que estar bem mais rápido e passar como o Senna, que chegava e passava, ou o Kobaiashi que mopstra que dá para passar, e tem um carro mais fraco que o da Ferrari!
      Em 2011 vai dominar pelo patrocínio que carrega, mas seu braço ou apetite não é mais aquele!

    • Carros ao nível da GP2 (ou pior, pois eram completamente desiquilibrados) não servem para avaliar o potencial de um piloto na F1. Mesmo assim, com aquele carro horrível, Senna foi melhor que Chandhok. (6 – 3 nas qualificações e mais rápido na maior parte das corridas, com menos erros). Além disso acabou a época a bater o Klien. Quanto ao di Grassi, esteve em desvantagem técnica relativamente ao Glock (o mais experiente tinha sempre as peças novas primeiro) e mesmo assim equilibrou bastante as coisas no final da época. Na F3, em Macau, bateu Kubica e Vettel com carros iguais (em 2005).

  • Gostei do “Rota Pantaneira”, mas vamos exemplificar o tosco do Nelsinho Piquet, que simplismente buscou vida lá fora e está na Nascar. Sinceramente, acho que Di Grassi deve arranjar uma boa equipe na Indy.

    • O Bruno Senna fez ainda melhor que o di Grassi no teste com a Honda e tinha menos experiência. A verdade é que qualquer um dos dois tem um bom potencial para a F1. O Senna teve muito azar (abandono da Honda, falta de ocasião para fazer mais testes, consequente perda da vaga na Brawn e entrada este ano com um carro ao nível do GP2). Quanto ao di Grassi, só perdeu a vaga na Virgin porque o d’ Ambrosio tem mais apoios financeiros e a ajuda de gente influente (Genii Capital)

  • Se ele voltar p/ GP2 é retroceder na carreira.

    Só vejo 1 alternativa p/ o Di Grassi e tbm p/ o Senna: arranjar uma vaga de 3º piloto em alguma dessas equipes dos pelotão de trás (Williams, Force India, Toro Rosso, Sauber ou Lotus) e ainda ter a sorte de negociar para treinar nas sextas-feiras pré-GP. E se possível, paralelamente a isso, continuar correndo em alguma categoria de turismo (FIA GT, DTM, WTCC) ou mesmo na Le Mans Series.