Austral, 2

SÃO PAULO | Depois de um leve sono, eis a análise do treino livre 2, da dobradinha da McLaren, e muitos hão de comemorar que ô!, a McLaren voltou. De fato, não é aquela McLaren que assustou por seus erros e problemas durante toda a pré-temporada na Espanha. Mas é necessário ver o resultado em Melbourne com certa cautela. A chuva e o ‘modo de corrida’ — mais uma das coisas ridículas da F1 — impediram que Red Bull, Ferrari e Mercedes melhorassem seus tempos na parte final. A McLaren não têm o melhor carro.

De interessante, mesmo, o tempo de Button, 1min25s854. Primeiro que já me ferrei no bolão — achei que a pole ficaria na casa de 26 baixo. Os Pirelli são tão eficientes em volta rápida quanto os Bridgestone, tanto que estão virando na mesma toada de 2010. Mas estragam com uma facilidade imensa. Vi o nasal Fábio Seixas tuitar que a Ferrari prevê que serão 72 paradas — não, Alonso e Massa não farão 36 trocas de pneus, é na corrida toda. Em 58 voltas, os pits estarão no fervo. Equipe que prevê no mínimo quatro paradas. Por isso que as estratégias vão ser muito mais valiosas que carros bem feitos, ou seja, a Renault pode sonhar com uma vitória se fizer a tática perfeita.

Aliás, informa a Pirelli que a maioria dos times usou os pneus brancos (duros) na primeira sessão e os amarelos (macios) para a segunda. Agradeço, porque não consegui identificar a palheta de cores. Ainda completa a fornecedora que a diferença de rigidez entre os tipos de pneus é de 145%. Uau.

Enfim, se a McLaren já vier como segunda força da F1, por ora, é um lucro estrondoso diante das agruras do início do ano. É inegável a força que essa equipe tem, por isso não convém descartá-la ao longo do campeonato. Mas a Red Bull parece inatingível nas mesmas condições e sem esta patacoada de determinar durante um treino quando se pode abrir a tal asa traseira. Repito: a F1 está muito ‘fake’ com essa coisa de zona de ultrapassagem, diferença de um segundo para o adversário da frente, botões que deixam qualquer um perdido e trololó.

Massa, de novo, penou para acertar a Ferrari. Barrichello, de novo, ocupou o top-10. E de novo, as Virgin by Marussia levaram tempo do tempo de 107% e a Hispania só teve tempo para dar uma volta, a 3 minutos do fim, com Vitantonio Liuzzi. O grid vai ter 20 carros, e é melhor que tenha, mesmo. Como diria o glorioso José Eduardo Teixeira, lá de Caracas, não dá.

Comentários

  • As vezes me pergunto se essas mudanças na F1 acontecem só pra privilegiar jovens “talentos” e seus generosos patrocinadores, ou se a F1 está tão sem graça que é preciso “inventar” coisas pra movimentar a corrida e chamar a atenção do público.. Acho que uma boa disputa de pista dos velhos tempos é o que precisa a F1..

  • Eu juro que tento torcer para o Massa, mas não da. Entra ano e parece que nada mudou, e ainda tem gente que critica o Alonso, o espanhol é o cara.

  • concordo contigo…..a F-1 tá cheia de frescura!

    Isso me lembra os tempos de infância, quando inventava regras malucas só pra ganhar as provas de carrinho dos meus primos……

    A corrida maluca está virando realidade aos poucos……