Hoosiers, 2

INDIANÁPOLIS | Bia Figueiredo tem duas certezas às vésperas do Pole Day em Indianápolis. A primeira é que brigar pela pole não dá. E a segunda é que preocupação de ficar de fora das 500 Milhas de Indianápolis todo mundo tem. “Ninguém está 100% confiante”, afirmou a pilota ao Grande Prêmio em Indianápolis.


Carsten Horst/Grande Prêmio
 

São 40 pilotos lutando pelas 33 vagas — e um grupo seleto lutando pela pole, coisa que cabe a Penske e Ganassi e a “forte Panther”. A meta com que sua equipe, a Dreyer & Reinbold, trabalha é mais modesta. “Se a gente conseguir ficar entre os 20 primeiros, já está de bom tamanho.”

O que quer dizer que a DRR trabalha para pôr Bia e seus dois companheiros — Justin Wilson e Paul Tracy, que ficou fora da corrida no ano passado — no grid já amanhã, quando são definidos os 24 primeiros postos no grid. “É possível”, garantiu. “Mas você tem de pensar que está muito competitivo e que certamente vão ficar nomes fortes fora da prova, por isso não dá pra brincar e tem de continuar trabalhando forte.”

Bia terminou o treino livre de ontem em um incômodo 31º lugar — que lhe poria na última fila do grid da prova da semana que vem. A brasileira alegou que não usou o vácuo. “Sempre ajuda, mas a gente acabou entrando na pista sem ninguém e acho que a gente conseguiu uma boa velocidade”, falou. “Precisa melhorar um pouquinho ainda, mas acho que foi bom. É claro que a gente olha o que o pessoal fez no dia e acha impressionante, mas vácuo é assim, mesmo.”

Segundo Figueiredo, seu carro tem uma mesma tendência tanto na classificação quanto na corrida, e o desempenho na disputa das 200 voltas só difere “por conta do próprio vácuo e do ar sujo”. O carro precisa estar super estável”, lembrou. Coisa que Penske e Ganassi já tem. “É impressionante o que eles conseguem fazer com menos downforce e o quanto mecanicamente o carro deles é melhor”. É o resultado de “muito mais investimento em volta”. Mas Bia vê que a Panther pode surpreender. “Os carros são bons sempre em classificação e corrida”, ainda mais com a experiência de Buddy Rice, vencedor em 2004.

Na quinta-feira, a DRR se deu por satisfeita porque “achamos uma milha” em termos de velocidade final. “Mas tudo pode mudar. A gente fez ontem umas modificações e ganhou uma milha e pode ser que eles também achem isso, então não pode parar de desenvolver. Cada milésimo de segundo vai ser decisivo”, antecipou.

O sol apareceu timidamente ontem e em grande parte das primeiras horas do treino de hoje. “Isso muda bastante a parte de downforce, também dependendo da pressão do ar. O tempo ontem estava quase perfeito, sem muito vento, nem muito quente nem muito frio, e acho que não vamos ter na classificação”, explicou. “E o sol acaba deixando a pista mais escorregadia e tira um pouco de downforce dos carros, então se escorrego de frente hoje, com sol e calor isso vai piorar duas vezes mais e fica mais crítica a situação.”

A expectativa para o Pole Day é de sol em alguns períodos e alguma ameaça de chuva mais para a segunda parte da sessão, que tem início aqui ao meio-dia (13h em Brasília) e vai até as 18h (19h). A partir das 16h30 locais tem início a superpole, com os nove melhores. “E não vamos estar nela”, confessou Bia.

Comentários

  • O segredo de Penske e Ganassi é mecanico mesmo. Eles produzem suspensoes e dispositivos internos proprios, diferente dos criados pela Dallara e usado pelas equipes menores.

    A Penske entao tem um centro de desenvolvimento exclusivo para esse componente, chegando a projetar a suspensao de algumas equipes da F-1. Daí sua vantagem inicial nos circuitos mistos. A Ganassi ja domina o acerto nos ovais, e por isso vimos aquela disputa em 2 ambientes entre Dario e Will.

    Abraço!