Hoosiers, 18

INDIANÁPOLIS | A ideia já foi dada a Jimmy Vasser e está momentaneamente em ‘stand-by’ para que o chefe da KV-Lotus se concentre por inteiro nas 500 Milhas de Indianápolis de domingo, embora tenha sido justamente a corrida que celebra os cem anos do superoval o mote para que um chamado a Alessandro Zanardi fosse feito. Uma das parcerias de maior êxito no automobilismo norte-americano no fim dos anos 90 pode ser retomada num curto prazo, caso o dirigente tope a proposta de ter o italiano como seu piloto na etapa de Las Vegas em outubro para tentar o prêmio de US$ 5 milhões.

Zanardi e Vasser são amigos há pelo menos 15 anos. Os dois dividiram garagem na Ganassi em 1996, primeiro ano após a separação da Indy em IRL e Cart. Jimmy já era da equipe no ano anterior e Alessandro estava sem emprego havia um ano depois de não se acertar com a Lotus na F1. O americano ganhou aquele campeonato e o italiano, os dois seguintes, com uma pilotagem das mais exuberantes que a história do automobilismo presenciou — o que lhe rendeu a volta à F1 pelas mãos da Williams.

Um novo fracasso refez Zanardi repensar na América, e em 2001 lá estava o piloto na equipe Mo Nunn. Não foi o mesmo de antes durante boa parte da temporada, mas estava sendo no oval de Lausitz, o Eurospeedway da Alemanha. O italiano liderava a prova quando foi aos pits. Com os pneus frios, escapou na saída dos boxes e foi parar no meio da pista, em ‘T’, para usar o termo em voga. Segundos depois, Alex Tagliani o acertou em cheio. O resultado, todos sabem, foi a amputação de suas duas pernas. Zanardi voltou ao circuito dois anos depois para simbolicamente completar aquela corrida em um carro adaptado e por anos, até 2009, disputou o Mundial de Turismo (WTCC).

Vasser seguiu a carreira de piloto de forma inconstante até 2006, mas desde 2004 já era um dos coproprietários da então PKV, junto com Dan Pettit e Kevin Kalkhoven, na fase de transição e morte da Cart para Champ Car. O ‘P’ deixou o time em 2008 com a transição natural para a Indy. Sob a guarda da equipe estão atualmente três pilotos: Tony Kanaan, Takuma Sato e Ernesto Viso, mais Tomas Scheckter para esta Indy 500 histórica.

E esta edição especial fez Vasser e Zanardi se falarem mais nos últimos tempos. Com a Indy convidando meio mundo que participou da história da corrida, Vasser resolveu chamar Zanardi — que nunca participou da corrida — para no mínimo vir ao Pole Day, mas Alex não deu as caras aqui pelo Indianapolis Motor Speedway. Veria, curiosa e justamente, a pole de Tagliani. Ainda se espera que venha para o fim da semana que celebra os cem anos do autódromo.

Mas Zanardi prolongou a conversa para além da Indy 500. Com os olhos arregalados na prova de Vegas no fim do ano, Alex se ofereceu para ser um dos pilotos que não fazem parte da temporada regular e guiar um dos carros da KV Lotus para levar a bolada de 5 milhões de dinheiros americanos. A promoção feita pela Indy só vale para os cinco competidores que se inscreverem para a prova e não forem do seu meio. Vasser ficou de responder.

Comentários

  • Fico pensando como eles fariam essa adaptaçao para Alex. Eu acho que seria excelente pra propria Indy dar opçao a um piloto como ele competir. Mas acho que ele seria uma nova Milka Duno, se arrastando na corrida. Vale adaptar um carro pra ele fazer uma demonstraçao, mas correr a corrida mesmo nao acho certo, ate pq ele ta correndo de turismo, que é um ritmo totalmente diferente.

    Abraço

    • Zanardi só se arrastaria na pista se tivesse um carro sem condições, como foi na Williams vermelha e branca. Em um carro em mesmas condições que os demais, na pior das hipóteses ficaria no meio do pelotão.

  • Numa materia no site da Indy há algum tempo, Zanardi disse que havia sido procurado por Randy Bernard para participar da prova de Vegas, mas que não iria, pois “já é um velhinho”, mas se der certo vai ser muito bom ver Zanardi pilotando de novo.