Contra o Bahrein

SÃO PAULO | Depois de Webber, único piloto a vir a público para manifestar-se abertamente, agora é a vez de Max Mosley, ex-presidente da FIA, criticar duramente a decisão da entidade e da F1 em ajambrar a corrida do Bahrein na temporada.

Falando em “violação dos direitos humanos”, Mosley deu clara indicação de que, se estivesse no comando, cancelaria a prova porque “não é função de um órgão desportivo ditar aos governos o que podem ou não fazer” e que o Bahrein “está sendo usado por um regime opressivo para camuflar suas ações”. O ex-dirigente encerrou dizendo que a atitude “custará muito para a F1”.

Na edição de março da Revista Warm Up, Fernando Silva trouxe um interessantíssimo e oportuno material que mostra como a F1 dá de ombros para as questões políticas. Agora, os olhos do mundo estão bem mais atentos porque a tecnologia e os recursos a que temos disposições são fartos — e também aos barenitas protestantes. Muitos destes, aliás, já começaram a espalhar pela internet que vão, sim, usar a categoria como plataforma para suas reivindicações.

Seria fundamental que algum piloto ou dirigente renomado batesse o pé e se opusesse a viajar ao Bahrein. Até outubro, enquanto a ideia da F1 não for demovida, é a única coisa realmente de valor para este bom campeonato — que já está decidido.

Comentários

  • Sinuca de bico!!
    No meu ponto de vista é imoral haver corrida no Bahrein este ano. A F1 com isso, “legitimaria” o discurso do Rei de que por lá, está “tudu bunitinho” e legalzinho… Enquanto isso, no lado de fora dos portões, a polícia desce o cacete em estudante, jornalista, manifestantes. E quando no rescaldo da ação, sobrarem 2 ou 3 esticados, que não voltarão mais para as suas casas? Como a F1 ou a FIA vai lidar com isso? Esta é uma possibilidade bem real.
    Por outro lado, a desistencia do GP significa quanto em verdinhas? Então, quem vai pagar, Bernie ou o Rei?
    Ok! O GP será em outubro, está longe (nem tanto, é verdade). Mas quem pode prever como estarão as coisas em outubro no Bahrein? Hoje, claro, nínguem quer pagar, principalmente pelos significados que este pagamento sinaliza.
    Então neste jogo de poder, vamos ver quem pisca primeiro. Meu palpite é que não haverá corrida (que é o correto com a situação) e Bernie e/ou FIA pagam (será?). A F1, como business, acho que é quem tem mais a perder…

  • Que eles vão pra lá, com certeza irão. mas daí a ter corrida é outra história. Podem apostar o circo vai pegar fogo, os caras vão detonar com pressão. Ninguém perde uma oportunidade dessas…. Tá na mídia…… Tá no mundo……. E a galera de lá é boa nisso. Quero só ver as caras do bicudinho e do gagá. Talvez acordem depois dessa, eles se acham. Tem gente que só acredita vendo in loco.

  • O Mark Webber já se manifestou e é o único por enquanto. Parece que, dos chefes de equipe, o Eric Bouiller, da Renault e o Ross Brawn, da Mercedes, também não estão felizes, apesar de não terem se referido à política e mais a questão da logística e da “insensatez” de acabar o campeonato em dezembro.
    Não sei, mas acho que, infelizmente, a corrida rola… a McLaren tem como acionista o próprio governo do Bahrein e a Ferrari tem muitos negócios lá e nos Emirados Árabes… os pilotos, acho que outros não vão ousar falar nada, ou se falarem, alguém é capaz de dizer “é muito bom retornar ao Bahrein e blá blá blá” que eles repetem em todas as corridas… Além disso, por questões cotratuais, o Bernie quer que a corrida seja realizada de qualquer jeito…
    Fora o fato de que não duvido que as obras do circuito da Índia estejam atrasadas, como ocorreu na Coreia, e recolocar o Bahrein seria um respiro para os promotores da corrida…