Buda da peste, 2

SÃO PAULO | Parecia que o reinado da Red Bull nas classificações desmoronaria hoje. A força de Ferrari e McLaren era grande. Mas uma equipe que tem Sebastian Vettel tem muito. Com uma volta que muitos definiriam com o clichê de que foi tirada da cartola, o alemão obteve a oitava pole da temporada e manteve a sequência da Red Bull que vem desde o GP de Abu Dhabi do ano passado.

E se na semana passada, Lewis Hamilton era só alegria com o segundo lugar no grid, desta vez a sensação é de decepção. Foi o inglês que acabou alijado do primeiro lugar, por 0s163. E é bem provável que logo mais reclame porque vai largar do lado sujíssimo da pista magiar.

Melhor para o companheiro Jenson Button, que parte na terceira posição, ao lado de Felipe Massa. Sim, o brasileiro conseguiu, enfim, bater Fernando Alonso — mas tem justamente o mesmo problema de Hamilton. O espanhol e Mark Webber dividem a terceira fila.

Primeiro, um registro do tempo: todo mundo esperava temperaturas acima dos 30ºC na Hungria, leste europeu, auge do verão. Nem perto disso: tempo nublado, vento soprando forte, termômetros na casa dos 22ºC. Um refresco para os pneus, macios e supermacios, e para os pilotos e as equipes.

Ao treino. A turma da ralé se apressou a ir para a pista, devidamente com os pneus supermacios, face a ameaça instigante de ficarem fora do grid — vá lá, ainda que a regra às vezes seja esquecida, há os tais 107%. Primeiro foram as Hispania, virando na casa de 1min27s alto. As Marussia Virgin, coitadas, viraram décimos melhor. Curioso foi observar logo depois as Red Bull fazendo tempo, coisa acima de 5 segundos melhor, e logo na sequência as outras grandes vindo com força e retirando os nomes de Ricciardo, Liuzzi e D’Ambrosio da tela — significando que as marcas haviam extrapolado o limite da zona da ruindade. Hamilton cravou 1min21s636 e tratou de fazer com que as miseráveis melhorassem. Mais para frente, Alonso baixou para 1min21s578. E para contento geral, ninguém mais se preocupou em andar rápido lá na frente.

Então as pequenas fizeram lá o que se pode considerar de máximo esforço. No começo, Liuzzi escapava da degola por 0s030. Na sua última tentativa, achou uma volta tão boa que lhe pôs à frente de D’Ambrosio. O companheiro Ricciardo fez o mesmo. A Bélgica, país sem governo, deve lamentar ter um piloto sem muito talento. Como prêmio extra, as duas Hispania vão ganhar mais uma posição no grid porque Sébastien Buemi, 18º no Q1, está perdendo cinco lugares como punição ao acidente provocado no GP da Alemanha da semana passada, quando arremessou Nick Heidfeld para o alto e fora da corrida.

Não valia para nada, mas como constatação as Red Bull não terminaram bem. Vettel foi terceiro e Webber, sexto. Entre eles, Button e Massa.

Veio o Q2. Vettel tratou de marcar 1min21s095 para tentar mostrar a força rubrotaurina. Webber confirmou com 1min20s890. Só que logo Button baixou o melhor tempo do australiano em 0s3 e em seguida Alonso impôs mais 0s3 em cima, 1min20s262. Massa e Hamilton só completaram o seleto grupo do top-6 da F1. Sobrou a briga pelos quatro outros postos para a disputa da superpole.

Natural que a quarta equipe absoluta estivesse lá, ainda que Schumacher venha fazendo questão de tornar a tarefa sofrida. Adrian Sutil, que voltou a viver grande fase, colocou lá sua Force India em nono e Paul di Resta acompanharia o companheiro não fosse Pérez, o Ligeirinho, estragar seus planos. De contrato renovado com a Sauber, o mexicano tem posto tempo em cima do mítico Kamui Kobayashi, que larga só em 13º.

Kobayashi sai entre as decepcionantes Lotus Renault, com Vitaly Petrov menos ruim que Nick Heidfeld — que deve em breve deixar os pesadelos do chefe Eric Boullier. As Williams, então, é gastar vela com mau defunto. “O carro não tem melhorado aquilo que a gente espera”, definiu Rubens Barrichello, que acredita que “coisa positiva” para a corrida por ter salvado um set de pneus saindo em 16º. O parceiro Pastor Maldonado sequer treinou, sabedor de que seria inútil tentar algo.

Na parte final, aquele Hamilton que havia ficado à sombra nas fases anteriores deu sinal de vida. Na primeira das duas saídas para volta rápida, o inglês apareceu na frente com 1min19s978, pouquíssima coisa melhor que Vettel e Alonso. Na segunda, foi a vez do alemão brilhar, tirando o doce de Hamilton: 1min19s813.

Hamilton e Alonso não melhoraram seus tempos, bem como Webber. Só Button e Massa escalaram a tabela. A vantagem de Felipe sobre o parceiro foi de 0s015. No resto ali atrás, Schumacher conseguiu ser mais lento que Sutil. Não chega a ser uma proeza e tanto, mas… é, sei lá, uma proeza e tanto a Force India se meter no meio das Mercedes. Rosberg, claro, é sétimo. Pérez larga em décimo.

O GP da Hungria tem início marcado para as 9h (de Brasília) de domingo. Se as estatísticas prevalecerem, o vitorioso deve sair entre Vettel, Hamilton e Button. Mas a previsão é de que os pilotos façam no mínimo três paradas sob as mesmas condições climáticas de hoje. Se esquentar, pode ser até que tentem cinco. O que faria dos boxes uma corrida paralela.

Comentários

  • Pelo amor de Deus ,Pachecada parem de falar que o ex segundo piloto da equipe de Maranello é um grande acertador de carros,alem de isto não existir mais em tempos de monitoramento telemétricos.E se fosse verdade porque o carro só piora então ???????????????????
    Agora de uma coisa eu tenho certeza,ele poderia muito bem ser chado de : Barriquello o exterminador dos sem futuro(como piloto,claro,não $$$$$$$)—-acabou com a carreira do Bruno Senna,furando o zóio dele,oferecendo-se para dirigir para a equipe de Ross Brawn por um salário,digamos; simbólico e a carreira do Mepassa com aquela molada.
    E amanhã ,que vença o melhor. E que não tenha ordens de box “estranhas´´.
    Será que o segundo piloto da equipe italiana se sustenta na frente do número um,por pelo menos 10 voltas? Quem acredita?
    BOM FINAL DE SEMANA A TODOS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • sem churumelas, não foi merito do massa mas alonso que errou, ele é infinitamente superior que o brasileiro.
    e o marrento falou que é melhor largar em quinto do que em quarto.
    ele destroi o companheiro já dentro dos boxes,
    resultado
    vettel, hamilton e alonso